Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Descrição das figuras:
Rins tópicos, de volume aumentado, às custas de múltiplas formações nodulares, algumas espontaneamente densas e outras com densidade de gordura, distribuídas difusamente pelo parênquima renal, bilateralmente, devendo representar cistos (setas amarelas). Destaca-se formação nodular heterogênea, com densidade predominante de gordura, no polo superior do rim direito, medindo 8,3 x 7,6 cm, compatível com angiomiolipoma (seta vermelha) Moderada esplenomegalia heterogênea, medindo 15,3 cm, às custas de pequenas formações hipodensas, devendo representar hamartomas (setas azuis). Considerar, dentre as hipóteses diagnósticas, esclerose tuberosa como a mais provável para as alterações descritas acima.
Esclerose tuberosa:
O complexo esclerose tuberosa é uma desordem neurocutânea genética de herança autossômica dominante. Caracteriza-se por hamartomas generalizados e pela presença de neoplasias benignas ou, raramente, malignas, acometendo vários órgãos, especialmente cérebro, retina, pele, rins, coração e pulmões. Apesar de os recentes avanços no tratamento terem melhorado a morbidade, o prognóstico permanece bastante ruim e cerca de 40% dos pacientes morrem próximo aos 35 anos.
Quadro clínico: T ríade que ajuda a sugerir o diagnóstico na infância: convulsões + retardo mental + adenomas sebáceos (Tríade de Vogt).
Os critérios diagnósticos têm como pilares os achados genéticos, por meio da identificação de mutação que inativa os genes supressores tumores TSC1 e TSC2, associados ou não a achados clínicos, que incluem 11 características principais (maiores): angiofibromas faciais, fibromas ungueais, máculas hipomelanocíticas, placas de Shagreen, múltiplos hamartomas renais, displasia cortical renal, nódulos subependimários, rabdomioma cardíaco, linfangioleiomiomatose pulmonar, angiomiolipoma renal (maior ou igual 2 mm), astrocitoma de células gigantes subependimário) e 6 menores: Lesões de pele em confete, fossas dentárias, fibromas intraorais, placas acrômicas intraretinianas, cistos renais múltiplos e hamartoma não renal. Considera-se diagnóstico definitivo na presença de dois critérios maiores ou um maior e dois menores.
Diagnósticos diferenciais: Em geral, diante da história clínica e dos achados de imagem, outros diagnósticos diferenciais são excluídos.
Autoria principal: Elazir Mota (Radiologista, especialista em Radiologia Pediátrica).
Tuberous Sclerosis: Current Update Mindy X. Wang, Nicole Segaran, Sanjeev Bhalla, Perry J. Pickhardt, Meghan G. Lubner, Venkata S. Katabathina, and Dhakshinamoorthy Ganeshan RadioGraphics 2021 41:7, 1992-2010
De Waele L, Lagae L, Mekahli D. Tuberous sclerosis complex: the past and the future. Pediatr Nephrol. 2015; 30:1771-80.
Manoukian SB, Kowal DJ. Comprehensive imaging manifestations of tuberous sclerosis. AJR Am J Roentgenol. 2015; 204:933-43.
Leung AKC, Robson WLM. Tuberous sclerosis complex: a review. J Pediatr Health Care 2007;21(2):108–114.
Arslan A, Ciftci E, Cetin A, et al. Tuberous sclerosis: ultrasound, CT and MRI features of two cases with multiple organ involvement. Australas Radiol. 1998; 42:379-382.