Ultrassonografia transfontanela em RN exposto à toxoplasmose no período intra-útero (primeiro trimestre da gestação) evidenciando lesões hiperecogênicas, compatíveis com calcificação (setas brancas).
Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Créditos:
Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ
Infecções congênitas (TORCHs):
A
s causas mais comuns de infecções congênitas no período pré natal são: citomegalovírus, toxoplasmose, vírus herpes tipo 2, rubéola e, mais recentemente, zika vírus.
Quadro clínico:
Depende da idade do feto no momento da infecção. Infecções precoces, durante os dois primeiros semestres, podem afetar a organogênese, resultando em lisencefalia, hidranencefalia, enquanto infecções mais tardias, afeta, a migração celular. Os achados clínicos são microcefalia, microftalmia, cataratas, coriorretinite, hipotonia e convulsões.
Achados de imagem:
Citomegalovírus:
Dentre as infecções congênitas, é considerada a mais prevalente (ocorre em 0,5 a 2,5 % dos nascimentos). Após o nascimento cerca de 90% dos bebês são assintomáticos. Quando existem sinais e sintomas, eles costumam ser inespecíficos e incluem: febre e linfonodomegalia generalizada.
Achados de imagem abdominais:
No bebê, o primeiro exame a ser solicitado sempre será a
ultrassonografia de abdome.
Hepatoesplenomegalia, calcificações hepáticas, ascite e cardiomegalia podem estar presentes;
Achados de imagem neurológicos:
O rastreio inicia-se com
ultrassonografia transfontanelar.
Diante da gravidade das lesões e para avaliar a extensão das calcificações, pode ser realizada adicionalmente,
tomografia computadorizada do crânio
e até mesmo, ressonância magnética
. Calcificações puntiformes periventriculares (subependimárias) são características, microcefalia (depende do momento da infecção fetal - as que ocorrem no período gestacional mais precoce são mais graves), distúrbios de migração neuronal e hipoplasia cerebelar.
Achados de imagem:
Toxoplasmose:
A
maioria dos recém-nascidos também são assintomáticos. No entanto, quando presentes, os sintomas podem ser graves, como perda visual (coriorretinite), crises convulsivas e hidrocefalia.
Achados de imagem oftalmológicos:
Catarata, microftalmia;
Achados de imagem abdominais:
No bebê, o primeiro exame a ser solicitado sempre será a
ultrassonografia de abdome.
Hepatoesplenomegalia e ascite podem ser observados;
Achados de imagem neurológicos:
O rastreio inicia-se com
ultrassonografia transfontanelar
. Diante da gravidade das lesões e para avaliar a extensão das calcificações, pode ser realizada adicionalmente,
tomografia computadorizada do crânio
e até mesmo, ressonância magnética
.
Microcefalia e distúrbios de migração neuronal são achados pouco comuns. As calcificações costumam ser mais grosseiras e aleatórias no parênquima encefálico. Das infecções congênitas é a que mais comumente cursa com hidrocefalia (casos mais graves), disgenesia do corpo caloso e envolvimento cerebelar (figura).
Autoria principal:
Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).
Barkovich AJ, Moore KR, Jones BV et al. Diagnostic imaging: pediatric neuroradiology. Salt Lake City: AMIRSYS, 2007.
Ribeiro BG, Werner H, Lopes FPPL, et al. Central Nervous System Effects of Intrauterine Zika Virus Infection: A Pictorial Review. RadioGraphics. 2017; 37:1840-1850.
Enfissi A, Codrington J, Roosblad J, et al. Zika virus genome from the Americas. Lancet. 2016; 387(10015):227–228.
De Carvalho NS, De Carvalho BF, Fugaça CA, et al. Zika virus infection during pregnancy and microcephaly occurrence: a review of literature and Brazilian data. Braz J Infect Dis. 2016; 20(3):282–289.