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Protocolo de Dessensibilização

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Primeiramente, devemos saber que a maioria dos exames de imagem exige a administração do meio de contraste para melhor esclarecimento do quadro clínico, por auxiliar na detecção de lesões (sejam elas tumorais ou não), na avaliação dos vasos, no estadiamento de pacientes oncológicos, etc.

É importante estarmos atentos para os possíveis riscos da administração do contraste, seja ele administrado por via oral, retal, vaginal ou, principalmente, venosa.

  • Exames contrastados: Deglutograma, esofagografia, seriografia esôfago-estômago-duodeno (SEED), trânsito intestinal, clister opaco, uretrocistografia miccional, urografia excretora e genitografia. Podem ser usados o contraste baritado ou iodado. Na maioria das vezes, não possuem riscos ao paciente;
  • Tomografia computadorizada: O contraste venoso utilizado é o iodado. Durante a administração do contraste, o paciente pode apresentar algumas sensações ditas normais, como: gosto "ruim" (metálico) na boca, sensação de calor, desejo de urinar, náuseas e, até mesmo, vômitos. Por isso, é de suma importância o jejum do paciente antes do exame. Este tempo de jejum é variável em cada clínica ou hospital, mas em geral varia em torno de 3-4 horas mínimas de jejum. O contraste iodado pode desencadear reações alérgicas leves, moderadas e graves;
  • Ressonância magnética: O contraste utilizado é o Gadolínio, comparativamente muito mais seguro do que o iodado, dificilmente causando alergias. No entanto, devemos estar atentos, pois, apesar de raras, elas podem ocorrer.
  • Alergias não graves: Diante do relato de reações alérgicas prévias não graves ao meio de contraste (entenda como alergia grave: edema de glote ou parada cardiorrespiratória), asma brônquica, história prévia de atopia e alergia medicamentosa ou alimentar, o preparo antialérgico deve ser realizado, variando muito de acordo com a instituição. Diante da opção pelo protocolo de de dessensibilização, o preparo deve ser iniciado no dia anterior ao exame e é feito com duas drogas: anti-histamínico e corticoide. Sugestão de protocolo de dessensibilização está descrita na prescrição;
  • Alergias graves: No caso de alergias graves, principalmente aquelas desencadeadas pelo meio de contraste que será administrado, esse esquema não será usado. O paciente precisa ser orientado quanto aos riscos e a indicação do seu exame precisa ser ponderada/rediscutida. Caso a decisão de realizar o exame seja mantida, o paciente deve ser encaminhado e realizar o exame em ambiente hospitalar, sendo monitorado e acompanhado por médico anestesiologista.

Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).

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