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Sequestro Pulmonar

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Texto alternativo para a imagem Créditos: Dra. Elazir Mota - Rio de Janeiro/RJ

Descrição da figura: Tomografia computadorizada do tórax após injeção do contraste venoso, evidenciando opacidade no lobo inferior esquerdo (LIE) e vaso anômalo (seta vermelha), que tem sua origem no abdome, mas atravessa e alcança a lesão no LIE, achado que caracteriza a lesão como sequestro pulmonar.

Sequestro pulmonar: Faz parte do espectro de malformações pulmonares congênitas, sendo definido como parênquima pulmonar não funcionante, que não se comunica com a árvore traqueobrônquica e possui um suprimento arterial anômalo.

O sequestro pulmonar pode ser dividido em intralobar e extralobar . Eles são diferenciados, basicamente, pelo revestimento pleural e sua drenagem venosa. Na forma intralobar, o parênquima afetado está envolto pela pleura visceral e sua drenagem venosa ocorre por meio da veia pulmonar. Já na extralobar, observa-se revestimento pleural próprio e a drenagem venosa em geral ocorre através dos vasos sistêmicos.

Em ambos os tipos o suprimento arterial é comumente feito por ramos distais da aorta torácica ou proximais da aorta abdominal e, em poucos casos, por ramos do tronco celíaco ou artéria esplênica, alcançando o parênquima pulmonar através do ligamento pulmonar inferior.

Quadro clínico: N a maioria dos casos, por se tratar da forma intralobar, os pacientes começam a apresentar quadros respiratórios de repetição .

    Achados de imagem:
  • Radiografia de tórax: É o primeiro exame solicitado e evidencia uma opacidade nodular, infiltrado reticular ou consolidação, habitualmente no lobo inferior esquerdo, pouco específica;
  • Tomografia computadorizada do tórax: A tomografia computadorizada com o uso do contraste venoso confirma o diagnóstico, mostrando o suprimento arterial anômalo no segmento pulmonar acometido (figura);
  • Ressonância magnética e ultrassonografia fetais: A ultrassonografia fetal, método amplamente utilizado no período fetal, pode identificar a presença de anomalia pulmonar congênita, muitas vezes permitindo o diagnóstico do sequestro pulmonar, pela identificação do vaso anômalo. A ressonância magnética fetal tem sido cada vez mais utilizada, notadamente a partir de 30 semanas de gestação, e auxilia na identificação, avaliação do tamanho da lesão e comprometimento das estruturas adjacentes.

Diagnósticos diferenciais: Atresia brônquica, malformação pulmonar congênita das vias aéreas (antigamente chamada malformação adenomatoide cística), hiperinsuflação pulmonar congênita (antigamente conhecida como enfisema lobar congênito) e cisto broncogênico, lesões tumorais. Quando extralobar, os principais diagnósticos diferenciais são hemorragia adrenal e neuroblastoma.

Autoria principal: Elazir Mota (Radiologia, especialista em Radiologia Pediátrica).

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