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Atestado para Atividade Física

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Definição: Documento médico que autoriza o paciente à engajar-se em atividade física regular.

O atestado de aptidão física para prática esportiva é um ato médico.

  1. Data.
  2. Identificação do médico com assinatura.
  3. Identificação do usuário:
    • Nome;
    • É desejável incluir data nascimento ou identidade.
  4. Qual ou quais atividade físicas estão contempladas pelo atestado.
  5. Possíveis restrições, seja de intensidade ou movimento (ergonômica).

A avaliação presencial é indispensável para a emissão do atestado. Qualquer médico, independente da especialidade, está apto a emitir o atestado para prática esportiva. O primeiro passo é determinar se a atividade é de lazer/esporte recreativo ou competição de alto desempenho.

Em seguida, a anamnese e o exame físico completo são etapas cruciais na avaliação, devendo-se dar atenção especial a sintomas e sinais de doença cardiovascular. Pergunte se o paciente realiza atividades físicas (esportivas ou não) no dia a dia, estime sua intensidade em METs (abaixo de 3 METs, atividade leve; 3 a 6 METs, atividade moderada; e acima de 6 METs, atividade intensa) e avalie se há sintomas associados, bem como possíveis limitações.

O exame físico deve contemplar todo o sistema cardiovascular e incluir a medida da pressão arterial em ambos os membros, avaliação dos pulsos periféricos e ausculta cardíaca minuciosa. Qualquer alteração deve levar à propedêutica complementar. Da mesma forma, é preciso uma avaliação osteoarticular em função da ergonomia do exercício pretendido.

    O questionário canadense [cms-watermark] PAR-Q é uma forma simples de triagem dos principais pontos a serem avaliados antes da atividade física.
  • Algum médico já disse que você tem problema cardíaco?
  • Há casos na sua família de cardiopatia ou morte súbita?
  • Você sente dor ou desconforto precordial (no esforço ou repouso)?
  • Você sente dores no peito quando pratica atividade física? Sentiu no último mês essas dores?
  • Houve pré-síncope ou síncope durante esforço físico?
  • Você apresenta desequilíbrio devido a tonteiras e/ou perda da consciência?
  • Na sua família existem casos de morte súbita ou cardiopatia antes dos 50 anos ou arritmia cardíaca?
  • História de arritmias; história de palpitações (falhas ou disparadas do coração);
  • História patológica pregressa, com ênfase em síndrome metabólica, hipertensão e sopro;
  • Avaliar se o paciente procede de zona endêmica de doença de Chagas;
  • Uso de substâncias ilícitas ou automedicação;
  • Pesquisar AINE, anti-hipertensivo, anabolizante, álcool e termogênicos/suplementos;
  • Você tem algum problema ósseo ou articular?
  • Você conhece algum motivo para não realizar atividade física?
  • História de doença genética na família;
  • Atenção para cardiomiopatia hipertrófica, canalopatia, insuficiência cardíaca, Marfan e/ou arritmias.

Atenção! Apesar de ser assunto controverso, o eletrocardiograma é considerado hoje o exame complementar para todos os pacientes que desejam iniciar prática esportiva regular. Classificado como recomendação IA na última diretriz brasileira.

O teste ergométrico é reservado para subgrupos de maior risco: sintomáticos (IA); alto risco cardiovascular (IIA) e/ou praticantes de atividade física de alto desempenho (IIA).

    O alto risco cardiovascular é identificado pela presença de um dos critérios a seguir:
  • Idade > 35 anos;*
  • Dois ou mais fatores de risco para aterosclerose.

*Parte dos autores considera critério para teste funcional homens > 40 anos e mulheres > 55 anos de idade.

Em relação aos atletas, há divergências nas recomendações da literatura. O ECG de repouso é um consenso, sendo o teste funcional o ponto de discussão. O teste de esforço cardiopulmonar fornece mais informações do que o teste ergométrico e não só diagnostica doenças, mas também auxilia na programação de treinamento. Parte dos autores só recomenda o teste funcional se houver critérios de risco (idade > 35 anos e/ou dois ou mais fatores de risco para aterosclerose), ao passo que outros recomendam para todos os atletas.

Texto alternativo para a imagem

Autoria principal: Ronaldo Gismondi (Clínica Médica e Cardiologia).

    Revisão:
  • Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade); [cms-watermark]
  • Philipp Oliveira (Medicina de Família e Comunidade). [cms-watermark]
    Equipe adjunta:
  • Leonardo Nanes (Clínica Médica, Cardiologia, Arritmologia e Medicina Intensiva); [cms-watermark]
  • Isabela Abud Manta (Clínica Médica e Cardiologia);
  • Eraldo Moraes (Cardiologia, Eletrofisiologia, com especialização em Marca-passo);
  • Sara Del Vecchio Ziotti (Clínica Médica e Cardiologia)
  • [cms-watermark] Jéssica Borba Coutinho (Médica de Família e Comunidade e Paliativista);
  • Marcelo Gobbo Junior (Medicina de Família e Comunidade).

Ghorayeb N, Costa RVC, Castro I, et al. Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arq Bras Cardiol. 2013; 100(1Supl.2):1-41.

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