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Definição: Documento médico que autoriza o paciente à engajar-se em atividade física regular.
O atestado de aptidão física para prática esportiva é um ato médico.
A avaliação presencial é indispensável para a emissão do atestado. Qualquer médico, independente da especialidade, está apto a emitir o atestado para prática esportiva. O primeiro passo é determinar se a atividade é de lazer/esporte recreativo ou competição de alto desempenho.
Em seguida, a anamnese e o exame físico completo são etapas cruciais na avaliação, devendo-se dar atenção especial a sintomas e sinais de doença cardiovascular. Pergunte se o paciente realiza atividades físicas (esportivas ou não) no dia a dia, estime sua intensidade em METs (abaixo de 3 METs, atividade leve; 3 a 6 METs, atividade moderada; e acima de 6 METs, atividade intensa) e avalie se há sintomas associados, bem como possíveis limitações.
O exame físico deve contemplar todo o sistema cardiovascular e incluir a medida da pressão arterial em ambos os membros, avaliação dos pulsos periféricos e ausculta cardíaca minuciosa. Qualquer alteração deve levar à propedêutica complementar. Da mesma forma, é preciso uma avaliação osteoarticular em função da ergonomia do exercício pretendido.
Atenção!
Apesar de ser assunto controverso, o
eletrocardiograma
é considerado hoje o exame complementar para todos os pacientes que desejam iniciar prática esportiva regular.
Classificado como recomendação IA na última diretriz brasileira.
O teste ergométrico é reservado para subgrupos de maior risco: sintomáticos (IA); alto risco cardiovascular (IIA) e/ou praticantes de atividade física de alto desempenho (IIA).
*Parte dos autores considera critério para teste funcional homens > 40 anos e mulheres > 55 anos de idade.
Em relação aos atletas, há divergências nas recomendações da literatura. O ECG de repouso é um consenso, sendo o teste funcional o ponto de discussão. O teste de esforço cardiopulmonar fornece mais informações do que o teste ergométrico e não só diagnostica doenças, mas também auxilia na programação de treinamento. Parte dos autores só recomenda o teste funcional se houver critérios de risco (idade > 35 anos e/ou dois ou mais fatores de risco para aterosclerose), ao passo que outros recomendam para todos os atletas.
Autoria principal: Ronaldo Gismondi (Clínica Médica e Cardiologia).
Ghorayeb N, Costa RVC, Castro I, et al. Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arq Bras Cardiol. 2013; 100(1Supl.2):1-41.
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