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Introdução: São apresentadas as normativas e as etapas para a notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados no território nacional brasileiro, de acordo com as orientações e recomendaçõe s do Ministério da Saúde (MS) publicadas na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016.
Agravo: Consiste em qualquer dano à integridade do indivíduo, seja mental ou física, associado a circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como agressões e maus-tratos, ou lesão autoprovocada.
Autoridades de saúde: Correspondem ao MS e às Secretarias de Saúde dos estados (SES), do Distrito Federal e dos municípios (SMS), os quais são responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
Doença: Define-se como enfermidade ou estado clínico de qualquer origem ou fonte, que represente ou possa vir a representar um dano significativo para os seres humanos.
Epizootia: Doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública.
Evento de saúde pública (ESP): Consiste em uma situação que pode representar potencial ameaça à saúde pública, por exemplo, um surto ou epidemia, doença ou agravo de etiologia desconhecida, de padrão clínico-epidemiológico alterado dentre as doenças conhecidas, considerando aspectos como o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes.
Vigilância sentinela: Modelo de vigilância a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS).
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): Consiste no sistema alimentado de forma descentralizada, especialmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constem na lista nacional de doenças de notificação compulsória; mas os estados e municípios podem incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. O Sinan permite o diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, possibilitando explicações causais e indicação de riscos em determinada área geográfica. Todos os profissionais de saúde têm acesso à informação, e esta pode estar disponível para a comunidade.
A ficha do Sinan é preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando se suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória, ou de interesse nacional, estadual ou municipal. Este instrumento deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das Secretarias Municipais de Saúde (SMS).
As listas a seguir estão de acordo com a Portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020.
Observação! A notificação imediata ou semanal seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS.
1. Acessar o endereço eletrônico do Ministério da Saúde e clicar em Vigilância em Saúde, presente na parte inferior da página.
2. Selecionar o item "Lista Nacional de Notificação Compulsória" na parte esquerda da tela.
3. Clicar em "Formulários para Notificação Eletrônica Imediata".
4. Selecionar o item 1 ou 2, dependendo do agravo ou evento a ser notificado: (1) Casos suspeitos de notificação imediata, surtos, eventos de saúde pública, ou (2) Desastres que afetem a saúde pública.
5. Preencher o formulário e gravar. Há também a opção de imprimir o formulário para registro. Os formulários 1 e 2 apresentam os aspectos abaixo. Ao fim do preenchimento, grave e imprima para registro.
Notificação imediata: caso suspeito, surto ou agregação de casos ou óbitos.
Desastre de origem natural/humanos ou antropogênicos.
Autoria principal: Rafael Silva Duarte (Medicina e Microbiologia).
Revisão:
Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade).
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020. Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a doença de Chagas crônica, na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
Ministério da Saúde (BR). Portaria GM/MS nº 420, de 2 de março de 2022. Altera a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir a síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
Duncan BB, et al. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3a ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. 2a ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.