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Critérios de Alta em CTI

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    Segundo a resolução nº 2156/2016 do CFM, a indicação de alta da unidade de terapia intensiva (que deve ser revista diariamente) pode se basear em dois princípios:
  • Paciente teve seu quadro clínico controlado e estabilizado;
  • Esgotou-se o arsenal terapêutico curativo/restaurativo. O paciente pode permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, com a família.
    Considera-se o paciente apto à observação em unidade com nível de cuidado intermediário ou básico quando:
  • O status fisiológico do paciente estiver estabilizado e a monitorização e os cuidados intensivos não forem mais necessários;
  • O status fisiológico do paciente sofrer deterioração e mais nenhuma intervenção seja planejada (alta para semi-intensiva).

De modo geral, a alta deve obedecer critério oposto à internação, com correção ou estabilização do fator que motivou a internação nessa unidade - necessidade de cuidado e monitorização contínuos.

Pode-se usar a escala SWIFT ( Stability and Workload Index for Transfer ), de maneira objetiva, como critério de alta da UTI pelo risco de reinternação, para orientar as estratégias de cuidado.

Sabe-se que as readmissões precoces (< 48 horas) e as mortes inesperadas após a alta (< 7 dias) são eventos ainda frequentes (apesar da melhora na qualidade assistencial) e que quase 10% dos pacientes de CTI estão em risco de readmissão.

A pontuação da escala varia de 0 a 64, sendo que quanto maior for a pontuação, maior é o risco de readmissão do paciente internado na UTI.

Texto alternativo para a imagem

O momento da alta deve ser, preferencialmente, durante o dia, para facilitar as condições de transporte e admissão no setor de destino.

    Consideram-se indicações para unidade semi-intensiva:
  • Necessidade de monitorização e cuidados em intervalos inferiores a 4 horas;
  • Recursos não rotineiros: necessidade de recursos humanos ou técnicos que não estão disponíveis em outros setores;
  • Condição clínica com risco de deterioração e indicação de internação na Unidade Intensiva dentro de 24 horas;
  • Necessidade de ventilação não invasiva, com estabilidade clínica;
  • Necessidade de suporte hemodinâmico com utilização de, no máximo, uma droga vasoativa, em dose fixa ou decrescente, com finalidade de manutenção ou redução de níveis pressóricos;
  • Tratamento de arritmias agudas sem repercussão hemodinâmica (fibrilação/ flutter ou outras taquiarritmias atriais).
    Na ocasião da alta do CTI, o médico também deve considerar os principais critérios de readmissão no CTI, para avaliar se o momento de alta é adequado:
  • Pós-parada cardiorrespiratória;
  • Necessidade de reabordagem cirúrgica;
  • Complicação pós-operatória de neurocirurgia;
  • Sepse;
  • Complicações pulmonares (hipoxemia, higiene pulmonar inadequada, pneumonia e insuficiência ventilatória);
  • Alterações cardíacas (arritmias, insuficiência cardíaca congestiva e parada cardíaca);
  • Hemorragia digestiva alta;
  • Déficit neurológico novo;
  • Não é possível antecipar estabilidade clínica prolongada com risco de deterioração ou nova instabilidade nas próximas 24-48 horas.

Autoria principal: Gustavo Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia).

Revisão: Filipe Amado (Medicina Intensiva e Medicina de Emergência).

    Equipe adjunta:
  • Guilherme Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia);
  • Vinicius Zofoli (Terapia Intensiva).

Conselho Federal de Medicina (BR). Resolução CMF nº 2156/2016. [Internet]. (Acesso em 29 de jan. 2023).

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