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Neste conteúdo será discutido os cuidados acerca dos drenos torácicos. A colocação e manobra de toracostomia é discutida em conteúdos próprios: Trauma Torácico
, Pneumotórax
e Abordagem Diagnóstica do Derrame Pleural.
Definição: Dispositivos tubulares estéreis inseridos na cavidade pleural com intuito de drenagem de conteúdo líquido (líquido pleural, empiema, sangue, quilotórax) ou ar. A ponta de inserção é fenestrada, enquanto a ponta distal é inserida em um sistema fechado, evitando a entrada de ar na cavidade pleural, permitindo apenas a saída de conteúdo.
Existem diversos tipos de dreno de tórax, os quais podem ser classificados de acordo com tamanho e funcionalidade.
Essa classificação varia na literatura. Contudo, de forma geral, dreno de 14F ou menor é pequeno, enquanto que dreno maior que 20F é grande.
Quando se utiliza um sistema de sucção, esse pode ser seco (a vácuo) ou molhado (com coluna d'água). No sistema seco, a pressão é determinada pelo sistema vácuo, geralmente variando entre 10-20 cm H2O. No sistema molhado, a altura da coluna d'água determina a pressão.
Existe o sistema digitalizado, o qual mensura quanto de ar ou líquido está sendo eliminado, evitando uma subjetividade na avaliação do débito do dreno.
Drenos de tórax requerem avaliação diária para determinar: débito do dreno, possibilidade de retirada, presença de vazamento de ar (fístula aérea). Além disso, deve-se avaliar a necessidade de aspiração em pressão negativa (ou não) e monitorar possíveis problemas, como obstrução, mau posicionamento ou desconexão.
Sempre que houver necessidade de manipulação do dreno, é necessário higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel. A depender do tipo de manipulação, é importante "clampear" o dreno, para que não ocorra entrada de ar dentro do tórax. Sempre lembre-se, também, de soltar o
clamp
ao término da manipulação. Nunca eleve o dreno aberto acima do tórax do paciente. Além disso, em casos de fístula aérea, é proibitivo o clampeamento do dreno pelo risco de pneumotórax hipertensivo.
A presença de enfisema subcutâneo, significa que existe algum orifício do dreno fora da cavidade pleural (ex.: no subcutâneo), servido de alerta para avaliação do posicionamento.
É fundamental haver cuidado com o curativo e limpeza do óstio do dreno.
Cuidado na passagem entre macas, pois o dreno pode ficar preso e/ou ser tracionado.
Atenção! Certificar-se de que a extremidade do sistema de drenagem não fique fora d'água.
Não ocluir o dreno durante o transporte se houver fístula aérea.
A principal complicação é dor, devendo ser tratada para evitar complicações maiores decorrentes da ausência de expansibilidade pulmonar completa. Acesse o conteúdo de anestesiologia para melhor manejo da dor relacionado ao dreno de tórax.
O acúmulo de líquido e atelectasia pode levar à pneumonia e à formação de empiema.
Autoria principal: Gustavo Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia).
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