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EPI no Contexto da Covid-19

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Definição: Tipos de equipamentos de proteção individual (EPI) recomendados no contexto da síndrome respiratória Covid-19 associada ao novo coronavírus SARS-CoV-2, de acordo com o cenário, pessoal-alvo e tipo de atividade.

O uso apropriado de EPI, inclui: máscaras N95, FFP2 (ou equivalentes superiores - N99 ou FFP3), óculos de proteção, face shield (ou equivalentes superiores), gorro/touca, luvas e jalecos descartáveis de manga longa resistentes à água). Além disso, a higiene frequente das mãos deve sempre ser realizada. Os EPI devem ser descartados em contêiner apropriado após cada uso e a higiene das mãos deve ser feita antes e após o uso de cada EPI. [cms-watermark]

    Sequência para a colocação de EPI:
  1. Remover joias ou acessórios e itens pessoais.
  2. Higienizar as mãos com água e sabão ou solução alcoólica > 70%.
  3. Checar a integridade dos EPI.
  4. Vestir primeiramente um único par de luvas.
  5. Vestir a roupa médica ou uniforme do profissional de saúde.
  6. Colocar a máscara N95, FFP2, N99 ou FFP3.
  7. Colocar os óculos de proteção.
  8. Vestir o segundo par de luvas.
    Observação:
  • Priorizar o uso de jalecos descartáveis de manga longa resistentes à água. Eles devem ser de uso único.
    Sequência para a retirada de EPI após término da assistência:
  1. Remover a roupa médica e descartar.
  2. Remover o primeiro par de luvas e descartar.
  3. Remover os óculos de proteção e higienizá-los.
  4. Remover as máscaras FFP2/FFP3, iniciando a retirada pela região exemplar da Covid-19.
  5. Remover o segundo par de luvas.
  6. Higienizar as mãos com água e sabão ou solução alcoólica > 70%.

Instalações Hospitalares, Ambulatoriais ou Transporte de Pacientes Suspeitos ou Confirmados

Informações de acordo com as orientações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2020.

    Qualquer cenário ou obrigatoriamente em ambiente com isolamento respiratório:
  • Os profissionais da área da saúde em contato com pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 ou casos suspeitos devem sempre utilizar máscaras N95 em uso único , por conta da possibilidade do vírus permanecer em contato com a superfície da mesma;
  • Dada a possibilidade de escassez ou desabastecimento de máscaras N95 em alguns serviços, sugere-se que, nessas situações, os profissionais da área de saúde em contato com pacientes com Covid-19 ou casos suspeitos utilizem as máscaras N95 com uma máscara cirúrgica sobreposta. Essa máscara cirúrgica deve ser retirada e descartada a cada atendimento e a N95 acondicionada em um saco plástico vedado e identificado, podendo assim ser reutilizada enquanto estiver em bom estado de conservação, por no máximo 15 dias , sendo posteriormente descartada. Vale ressaltar que essa sugestão baseia-se apenas na opinião de especialistas, carecendo ainda de comprovação por estudos científicos adequados;
  • Para atendimento ambulatorial de casos suspeitos, recomenda-se aos profissionais da saúde os mesmos procedimentos relatados acima;
  • Quando houver indisponibilidade absoluta de máscaras N95, deverão ser utilizadas máscaras cirúrgicas de uso único;
  • Em adição à máscara, o profissional de saúde deve utilizar óculos de proteção, gorro/touca, luvas e jalecos descartáveis.

Orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2021

O uso de máscara de maior potencial de proteção é recomendado no manejo do paciente com suspeita ou confirmado com Covid-19. Recomenda-se o uso de máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), assim como óculos de proteção, face shield , gorro/touca, luvas e jalecos descartáveis de manga longa resistentes à água.

Instalações Hospitalares

    Quarto do paciente:
  • Profissional de saúde em cuidado direto com o paciente: M áscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, gorro/touca, luvas, proteção ocular (óculos ou máscara facial);
  • Profissional da higiene e limpeza ao entrar no quarto do paciente com Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas de trabalho pesado, proteção ocular, (se houver risco de respingo de materiais orgânicos ou químicos), botas ou sapatos de trabalho fechados;
  • Visitante ao entrar no quarto do paciente com Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, luvas. Os visitantes devem ser restritos quanto ao acesso. Se a entrada no quarto do paciente portador de Covid-19 for extremamente necessária, os processos de colocar e remover o EPI e a higiene das mãos realizados pelo visitante não treinado deve ser rigorosamente orientado e supervisionado por um profissional da saúde.
    Outras áreas com trânsito do paciente (pátios, corredores):
  • Todos os funcionários, incluindo profissionais da saúde, não envolvendo contato com o paciente portador de Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3).
    Triagem:
  • Profissional da saúde com atividade de triagem preliminar não envolvendo contato direto: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3). Essa atividade inclui termômetros sem toque, câmeras de imagem térmica e questionamentos e/ou observações realizados com distância espacial de pelo menos 1 metro;
  • Paciente com sintomas respiratórios: Distância espacial de pelo menos 1 metro e preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Paciente sem sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) .
    Laboratório:
  • Técnico de laboratório realizando a manipulação de amostras respiratórias: Máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular (se houver risco de respingo).
    Áreas administrativas:
  • Todos os funcionários, incluindo profissional da saúde em realização de tarefas administrativas sem contato com pacientes portadores de Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3).

Instalações Ambulatoriais e Outros

    Salas de consulta:
  • Profissional de saúde em realização de exame físico de pacientes com sintomas respiratórios: Máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) , capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular;
  • Profissional de saúde em realização de exame físico de pacientes sem sintomas respiratórios: EPI de acordo com o padrão de precauções respiratórias, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Pacientes com sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), se tolerada;
  • Profissional da higiene e limpeza após ou entre consultas de pacientes com sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas de trabalho pesado, proteção ocular (se houver risco de respingo de materiais orgânicos ou químicos), botas ou sapatos de trabalho fechados.
    Salas de espera:
  • Pacientes com sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), transferência imediata da pessoa para uma sala de isolamento ou área separada distante de outras pessoas. Se não for viável, prover distância espacial de pelo menos 1 metro de outros pacientes;
  • Pacientes sem sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3).
    Áreas administrativas:
  • Todos os funcionários, incluindo profissional de saúde em realização de tarefas administrativas: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) .
    Triagem:
  • Profissional de saúde em triagem preliminar sem contato direto: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3). As atividades incluem o uso de termômetros sem toque, câmeras de imagem térmica e questionamentos/observações com distância espacial de pelo menos 1 metro;
  • Pacientes com sintomas respiratórios: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), se tolerada;
  • Pacientes sem sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3).
    Casa:
  • Paciente com sintomas respiratórios: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), se tolerada;
  • Cuidador quando entrar no quarto do paciente, mas não provendo assistência direta: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Cuidador quando prover assistência direta ou quando manipular fezes, urina ou secreções do paciente portador de Covid-19: Luvas, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), touca/gorro, avental (se houver risco de respingos);
  • Profissionais da saúde em assistência direta ao paciente portador de Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular.
    Áreas públicas (escolas, shoppings, estações de trem, etc.):
  • Indivíduos sem sintomas respiratórios: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3).
    Área de triagem:
  • Funcionários da primeira triagem (aferição de temperatura) sem contato direto: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3). As atividades incluem termômetros sem toque, câmeras de imagem térmica e questionamentos/observações com distância espacial de pelo menos 1 metro;
  • Funcionários da segunda triagem (entrevista com paciente que apresenta sintomas de febre, sugerindo infecção por Covid-19 e com histórico de viagem): Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), luvas;
  • Profissionais da higiene e limpeza na área onde pacientes com febre estão em processo de triagem: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas de trabalho pesado, proteção ocular (se houver risco de respingo de matéria orgânica ou química), botas ou sapatos de trabalho fechados.
    Área de isolamento temporário:
  • Funcionários na área de isolamento, mas não provendo assistência direta: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), luvas;
  • Funcionários da saúde provendo assistência de transporte do paciente para uma instalação de saúde: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular;
  • Profissional da higienização e limpeza na área de isolamento: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas de trabalho pesado, proteção ocular (se houver risco de respingo de matéria orgânica ou química), botas ou sapatos de trabalho fechados.
    Ambulância ou veículo de transporte:
  • Profissionais da saúde atuantes no transporte de pacientes com suspeita de infecção por Covid-19 à instalação de saúde de referência: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular;
  • Motorista quando o transporte do paciente suspeito de infecção por Covid-19 se dá em veículo com compartimento isolado para o mesmo: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Motorista ao dar assistência no embarque do paciente suspeito de infecção por Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas, proteção ocular;
  • Motorista ao dar assistência sem contato direto com o paciente suspeito de infecção por Covid-19, mas não há separação entre a cabine do motorista e o compartimento do paciente: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Paciente suspeito de infecção por Covid-19 durante o transporte para a instalação de saúde de referência: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), se tolerada;
  • Profissionais da higienização e limpeza depois/entre o transporte de pacientes com suspeita de infecção por Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), capote, touca/gorro, luvas de trabalho pesado, proteção ocular (se houver risco de respingo de matéria orgânica ou química), botas ou sapatos de trabalho.

Considerações Especiais

    Considerações para as Equipes de Respostas Rápidas que estão assistindo investigações de saúde pública:
  • Investigadores das Equipes de Respostas Rápidas realizando entrevista com pacientes suspeitos ou confirmados para infecção por Covid-19 ou seus contatos: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), se feito de maneira remota (ex.: videoconferência ou telefone), que deve ser o método preferencial;
  • Investigadores das Equipes de Respostas Rápidas realizando entrevista presencial e sem contato direto com o paciente suspeito ou confirmado para infecção por Covid-19: Preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), distância espacial de pelo menos 1 metro. A entrevista deve acontecer fora de casa ou ao ar livre e os pacientes portadores de Covid-19 devem também estar vestidos com máscara médica;
  • Investigadores das Equipes de Respostas Rápidas realizando entrevista presencial com contatos assintomáticos do paciente portador de Covid-19: Distância espacial de pelo menos 1 metro, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3). A entrevista deve acontecer fora de casa ou ao ar livre. Se necessário entrar na casa, confirmar (usando um scanner térmico) que o indivíduo não possui febre, manter distância espacial de pelo menos um metro e não tocar em nada no ambiente.

Observação! Todos os membros das Equipes de Respostas Rápidas devem receber treinamento para higiene das mãos e sobre como colocar e remover EPI sem se contaminar.

A higiene frequente das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70% é universalmente recomendada para todos os indivíduos (doentes, contactantes, profissionais) antes e após a utilização das máscaras.

Na chegada ao serviço de saúde, se os pacientes e acompanhantes apresentarem sinais ou sintomas de infecção respiratória, deve-se tomar as ações preventivas apropriadas como, por exemplo, uso preferencialmente de máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), a partir da entrada do serviço, se puder ser tolerada.

    Para os indivíduos que não toleram o uso da máscara cirúrgica devido, por exemplo, à secreção excessiva ou dispneia, deve-se orientá-lo a realizar rigorosamente a etiqueta respiratória:
  • Usar máscara cirúrgica;
  • Se tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou lenço de papel;
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal (descartar imediatamente após o uso e realizar a higiene das mãos);
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Realizar a higiene das mãos com água e sabonete líquido ou álcool gel 70%, imediatamente.
    Atendimento pré-hospitalar móvel de urgência, transporte interinstitucional ou atendimento hospitalar de casos suspeitos ou confirmados:
  • Casos suspeitos ou confirmados e acompanhantes: Utiliza preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) durante todo o percurso, obrigatoriamente; usar lenços de papel descartáveis (tosse, espirros, secreção nasal);
  • Profissionais de saúde: Utilizar óculos de proteção ou protetor facial, máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), avental, luvas de procedimento, gorro/touca (para procedimentos que geram aerossóis). Observação! Os profissionais de saúde deverão obrigatoriamente utilizar máscaras N95, FFP2 ou equivalente ao realizar procedimentos geradores de aerossóis (ex.: intubação ou aspiração traqueal, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de amostras nasotraqueais);
  • Profissionais de apoio em assistência direta ao caso suspeito ou confirmado (profissionais da higiene e limpeza, nutrição, manutenção etc.): Óculos de proteção ou protetor facial, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), avental, luvas de procedimento, gorro/touca (para procedimentos que geram aerossóis). Para profissionais da higiene e limpeza, acrescentar luvas de borracha com cano longo e botas impermeáveis de cano longo;
  • Profissionais de apoio — recepção e seguranças: Gorro/touca, óculos de proteção ou protetor facial, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3);
  • Observação! Limpar e desinfetar as superfícies internas do veículo antes e após a realização do transporte com álcool a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para este fim e seguindo procedimento operacional padrão definido para a atividade de limpeza e desinfecção do veículo e seus equipamentos.
    Atendimento ambulatorial ou pronto atendimento:
  • Disponibilizar preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), ou máscara cirúrgica para os pacientes e acompanhantes e prover lenços descartáveis e condições para higiene das mãos;
  • Casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) devem permanecer preferencialmente em área separada até a consulta ou encaminhamento para o hospital (caso necessária a remoção do paciente).
    Na chegada, triagem e espera de atendimento no serviço de saúde:
  • Garantir a triagem e o isolamento rápidos de pacientes com sintomas suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) ou outra infecção respiratória (ex.: febre e tosse);
  • Os profissionais de saúde e profissionais de apoio devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) durante a assistência direta aos pacientes ou caso tenham contato com o paciente ou superfícies e materiais/produtos utilizados por ele e por seus acompanhantes/ visitantes. Os EPI devem ser imediatamente removidos após a saída do quarto, enfermaria ou área de isolamento. Se o profissional sair de um quarto para outro, em sequência, não há necessidade de trocar óculos/protetor facial, máscara e gorro/touca, somente avental e luvas, além de realizar a higiene de mãos.
    Durante a assistência à saúde:
  • Os sintomáticos respiratórios devem utilizar preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) na chegada ao serviço de saúde, na chegada ao local de isolamento e durante a circulação dentro do serviço;
  • Alguns procedimentos realizados em pacientes com infecção suspeita ou confirmada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) podem gerar aerossóis (ex.: procedimentos que induzem a tosse, intubação ou aspiração traqueal, ventilação invasiva e não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais). Para esses casos, as precauções para gotículas e contato devem ser substituídas pelas precauções para aerossóis;
  • Isolamento: Os procedimentos que podem gerar aerossóis devem ser realizados preferencialmente em uma unidade de isolamento respiratório com pressão negativa e filtro High Efficiency Particulate Arrestance (HEPA). Na ausência desse tipo de unidade, deve-se colocar o paciente em um quarto com portas fechadas (com janelas abertas) e restringir o número de profissionais durante estes procedimentos. Além disso, deve-se orientar a obrigatoriedade do uso da máscara de proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3 µ (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) pelos profissionais de saúde;
  • Coorte: Caso o hospital não possua quartos privativos disponíveis em número suficiente para o atendimento de todos os casos, estabelecer a acomodação dos pacientes em coorte (em uma mesma enfermaria ou área os pacientes com infecção pelo novo coronavírus) com distância mínima de 1 metro entre os leitos dos pacientes e restringir ao máximo o número de acessos a essa área de coorte, evitando-se o tráfego indesejado e o cruzamento desnecessário de pessoas e serviços. Os profissionais de saúde que atuam na assistência direta aos pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus e profissionais de apoio devem ser organizados para trabalharem somente na área de coorte durante todo o seu turno de trabalho, não devendo circular por outras áreas de assistência e nem prestar assistência a outros pacientes (coorte de profissionais);
  • Observação! As precauções padrão (higiene de mãos, luvas e avental, óculos e máscara cirúrgica) assumem que todas as pessoas estão potencialmente infectadas ou colonizadas por um patógeno que pode ser transmitido no ambiente de assistência à saúde e devem ser implementadas em todos os atendimentos.
    Serviços de diálise:
  • Os pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19 devem ser orientados a utilizar preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3) de forma adequada e durante todo o período de permanência na clínica de diálise;
  • As instalações devem manter, no mínimo, 1 metro de separação entre pacientes suspeitos ou confirmados de apresentarem Covid-19 e outros pacientes durante o tratamento de diálise, preferencialmente em sala separada, bem ventilada e com a porta fechada;
  • Caso haja mais de um paciente suspeito ou confirmado de apresentar Covid-19, sugere-se realizar o isolamento por coorte, nas últimas seções do dia para esses pacientes ou, no caso de haver muitos pacientes com Covid-19 confirmada, o serviço deve remanejar os turnos de todos os pacientes, de forma a manter aqueles com Covid-19 suspeita ou confirmada dialisando em um turno exclusivo, de preferência o último turno do dia;
  • EPI para os profissionais de saúde: gorro/touca, óculos ou protetor facial, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), aventais descartáveis e luvas.
    Serviços odontológicos:
  • Se não for clinicamente urgente, o dentista deve considerar adiar procedimentos odontológicos eletivos se o paciente teve febre, tosse seca ou dificuldade de respirar nos últimos 14 dias, se esteve em contato com alguém diagnosticado com Covid-19 ou se apresenta febre ≥ 37,8 °C no momento do atendimento;
  • Para atendimento das urgências e emergências, os profissionais de saúde devem usar gorro/touca, óculos de proteção ou protetor facial (preferencialmente o protetor facial), avental impermeável, luvas de procedimento, máscaras N95 (PFF2) ou equivalente;
  • Recomenda-se o uso de agentes de oxidação a 1% (ex.: Peróxido de hidrogênio) ou Povidona a 0,2% antes dos procedimentos odontológicos, com o objetivo de reduzir a carga microbiana salivar. A Clorexidina pode não ser eficaz;
  • Assumir medidas que evitem ao máximo a geração de aerossol.
    Atendimento odontológicos de pacientes críticos em Unidades de Terapia Intensiva, assintomáticos, suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (febre, tosse seca ou dificuldade para respirar, contato com pessoas com diagnóstico confirmado de Covid-19):
  • Não realizar a oroscopia, a menos que o paciente apresente sinais e sintomas de alterações bucais que gerem implicações sistêmicas (infecções bucais agudas, lesões em mucosa bucal, sangramento de origem bucal e travamento mandibular) ou a pedido médico;
  • Em caso de necessidade de abordagem odontológica, utilizar enxaguante bucal antimicrobiano (Peróxido de hidrogênio a 1%) durante 1 minuto antes de realizar a oroscopia e antes de qualquer procedimento odontológico;
  • Promover a avaliação e procedimentos odontológicos utilizando gorro/touca, máscara N95 (PFF2) ou equivalente, protetor facial ( face shield ), avental impermeável e luvas.
    Protocolo de higiene bucal na UTI:
  • Pacientes confirmados ou com suspeita de Covid-19 que estiverem submetidos à traqueostomia ou intubação orotraqueal:
    • Aplicar gaze ou swab bucal embebidos em 15 mL de Peróxido de hidrogênio a 1% ou Povidona a 0,2% por 1 minuto, 2x/dia, previamente à higiene bucal com Clorexidina, visando a redução da carga viral;
    • Utilizar Clorexidina 0,12% embebida em gaze ou swab bucal de 12/12 horas, visando a prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica.
  • Pacientes confirmados ou com suspeita de Covid-19, conscientes, orientados e em ar ambiente:
    • Realizar bochecho de 15 mL de Peróxido de hidrogênio a 1% ou Povidona a 0,2%, por 1 minuto, 1x/dia;
    • Manter o procedimento operacional padrão de higiene bucal com Clorexidina a 0,12%.
    Cuidados após a morte:
  • Orientações pós-óbito de pessoas com infecção suspeita ou confirmada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2): Usar gorro/touca, óculos de proteção ou protetor facial, preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3), avental impermeável e luvas. Colocar o corpo em dupla embalagem impermeável e desinfetar a superfície externa do saco (pode-se utilizar álcool a 70°, solução clorada 0,5% a 1% ou outro saneante desinfetante regularizado junto à Anvisa);
  • Autópsia: Deve ser realizada em salas de autópsia que possuam sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreas adjacentes e que fornecem um mínimo de seis trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora. O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA. O profissional deve usar luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malha sintética à prova de corte, capote resistente a fluidos ou impermeável, avental impermeável, óculos ou protetor facial, capas de sapatos ou botas impermeáveis, gorro/touca, máscaras de proteção respiratória tipo N95 ou superior;
  • Orientações para a funerária: É importante que os envolvidos no manuseio do corpo, equipe da funerária e os responsáveis pelo funeral sejam informados sobre o risco biológico classe de risco 3, para que medidas apropriadas possam ser tomadas para se proteger contra a infecção. Os funcionários envolvidos no transporte do corpo do saco de transporte para o caixão devem se equipar com luvas, avental impermeável e preferencialmente máscaras N95, FFP2 ou equivalentes superiores (N99 ou FFP3). Deve-se remover adequadamente o EPI após transportar o corpo e higienizar as mãos com água e sabonete líquido imediatamente. Recomenda-se que o caixão seja mantido fechado durante o funeral, para evitar contato físico com o corpo.
    Características gerais das máscaras de uso hospitalar:
  • Máscara de proteção respiratória (respirador particulado — N95/PFF2 ou equivalente): Apresenta eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3 μm (tipo N95, ou PFF2). Observação! As máscaras N99 ou PFF3 podem também ser utilizadas e filtram 99% das partículas inaladas;
  • Observação! A Anvisa não recomenda sobreposição de máscaras, luvas ou outros EPI da mesma categoria. As máscaras de proteção respiratória (N95/PFF2 ou equivalente) poderão, excepcionalmente, ser usadas por período maior ou por um número de vezes maior que o previsto pelo fabricante;
  • Máscara cirúrgica: Deve ser de TNT, possuir no mínimo uma camada interna e uma camada externa e, obrigatoriamente, um elemento filtrante. A camada externa e o elemento filtrante devem ser resistentes à penetração de fluidos transportados pelo ar (repelência a fluidos). Deve possuir um clipe nasal constituído de material maleável que permita o ajuste adequado do contorno do nariz e das bochechas. E o elemento filtrante deve possuir eficiência de filtragem de partículas (EFP) > 98% e eficiência de filtragem bacteriológica (BFE) > 95%. Nunca realizar a limpeza da máscara cirúrgica já utilizada. Essas são descartáveis e não podem ser limpas ou desinfetadas para uso posterior. Quando úmidas, perdem a sua capacidade de filtração. Apresentam proteção de 80-95% para vírus, bactérias, pólen e sujidades.

Máscaras Caseiras (Ministério da Saúde e Centers for Diseases Control and Prevention , 2020)

Segundo o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC), assim como a nota informativa Nº 3/2020-CGGAP/DESF/SAPS/MS do Ministério da Saúde, divulgada em 2 de abril de 2020, recomenda-se que as máscaras cirúrgicas e N95/PFF2 sejam prioridade para uso pelos profissionais de saúde e pacientes, e indicam o uso de máscaras caseiras pela população em geral em caso de impossibilidade de máscaras de qualidade superior. Sugere-se que a população possa produzir as suas próprias máscaras caseiras, utilizando tecidos duplos com desenho e higiene adequados.

    Os tecidos recomendados em ordem decrescente de capacidade de filtragem de partículas virais são:
  • Tecido de saco de aspirador;
  • Coton (composto de poliéster 55% e algodão 45%);
  • Tecido de algodão (como camisetas 100% algodão);
  • Fronhas de tecido antimicrobiano.

Indivíduos com síndrome gripal em isolamento domiciliar devem continuar com o uso preferencial de máscara cirúrgica. O mesmo vale para o cuidador mais próximo dessa pessoa e contatantes.

    Medidas de utilização e higienização das máscaras caseiras:
  • O uso da máscara caseira é individual;
  • Cobrir a boca e nariz e minimizar os espaços entre o rosto e a máscara;
  • Evite tocá-la na rua;
  • Lavar as mãos com água e sabão ao chegar em casa, secando-as bem antes de retirar a máscara;
  • Remover a máscara pegando pelo laço ou nó da parte traseira, evitando tocar na parte da frente;
  • Submergir a máscara em recipiente com água potável e água sanitária (2,0-2,5%) por 30 minutos. Diluir 1 parte de água sanitária para 50 partes de água (ex.: 10 mL de água sanitária para 500 mL de água potável);
  • Enxaguar em água corrente, lavar com água e sabão e deixar secar até o próximo uso;
  • Após secagem da máscara, utilizar ferro quente e acondicionar em saco plástico;
  • Trocar a máscara sempre que apresentar sujidades ou umidade e descartar a máscara sempre que apresentar sinais de deterioração ou funcionalidade comprometida.

Para orientações específicas quanto a dimensões e desenho das máscaras, acesse o site do Ministério da Saúde.

Autoria principal: ⁠⁠⁠⁠⁠Rafael Silva Duarte (Medicina e Microbiologia).

Revisão: Yuri Albuquerque (Medicina Intensiva).

    Equipe adjunta:
  • Isabel Cristina Melo Mendes (Infectologia);
  • Raíssa M. Perlingeiro (Infectologia e mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infectoparasitárias pelo INI/FIOCRUZ);
  • Rafael Arruda Alves (Emergencista com especialidade em Emergência Pediátrica e Medicina Intensiva);
  • Vinicius Zofoli (Terapia Intensiva).

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