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Definição: Regra mnemônica amplamente usada em centros de terapia intensiva para revisar os cuidados básicos aplicáveis a quase todo paciente crítico.
Atenção! Fizemos adaptações ao protocolo original, de modo a aumentar a abrangência dos cuidados do médico intensivista.
Caso a estabilidade clínica permita, mantenha a nutrição do paciente. Seja por via oral, enteral ou parenteral (ou associadas).
Sempre que possível, tentar iniciar o suporte nutricional nas primeiras 48 horas de internação.
Contraindicação à alimentação enteral: Obstrução gastrointestinal.
Contraindicações relativas: Íleo paralítico, hemorragia digestiva alta, náuseas e vômitos refratários à medicação, instabilidade hemodinâmica, isquemia mesentérica, fístula gastrointestinal de alto débito e anastomose gastrointestinal distal à infusão.
Pacientes com tempo de nutrição enteral superior a 30 dias (ou perspectiva) são candidatos à gastrostomia ou jejunostomia.
A dor pode repercutir em piora hemodinâmica, aumento do metabolismo, depressão imunológica e distúrbios da coagulação.
E scalas para avaliação da dor: S ão recomendadas para melhor mensuração. A Escala Visual Analógica (EVA) é uma opção para pacientes conscientes. Em pacientes inconscientes na ventilação mecânica, a Behavioural Pain Scale (BPS) pode ser utilizada.
Níveis baixos de sedação podem levar à agitação e ansiedade. Já níveis excessivos resultam em maior tempo de ventilação mecânica e internação, além de risco de tromboembolismo.
A sedação não pode ser usada como substituta à analgesia, mas sim como complementar. Devido ao desconforto gerado, são preferidas drogas que resultem em amnésia.
As escalas de Ramsay ou de RASS devem ser aplicadas mais de uma vez ao dia, para otimizar o controle da sedação do paciente internado. Consulte a área de calculadoras para acessar esses escores.
Deve-se ter atenção ao paciente acamado e restrito ao leito quanto à possibilidade de apresentar trombose venosa.
A profilaxia pode ser feita com medidas não farmacológicas (deambulação precoce, meias de compressão, colchão pneumático e mudanças de decúbito) ou farmacológicas. Os métodos mecânicos devem ser utilizados se a profilaxia estiver indicada e houver contraindicações à terapia farmacológica com Heparina.
Recomenda-se que o paciente seja reavaliado a cada 48 horas quanto à necessidade de manutenção da profilaxia.
Em pacientes com insuficiência renal, a preferência é por utilizar HNF, por esta depender menos de eliminação renal do que as HBPM. Outra vantagem é a possibilidade de fácil monitorização com tempo de tromboplastina parcial ativada (PTTa), que não deve alterar quando se utilizam doses subcutâneas profiláticas de HNF. Sua alteração indicará, portanto, uma correção na dose.
Recomenda-se o decúbito em 30-45 o para prevenir pneumonia por aspiração. Principalmente, em pacientes idosos, debilitados ou recebendo nutrição enteral.
Atentar para não manter apenas a cabeça do paciente elevada, mas também o tórax.
A monitorização e a regulação da glicemia no paciente crítico é importante porque, dificilmente, o paciente apresentará manifestações clínicas evidentes de uma disglicemia.
O estado de estresse agudo, geralmente, resulta em elevações da glicemia.
Uma meta entre 140-180 mg/dL é razoável para a maioria dos pacientes.
Autoria principal:
Gustavo Guimarães Moreira Balbi (Clínica Médica e Reumatologia).
Revisão:
Filipe Amado (Medicina Intensiva e Medicina de Emergência).
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