'
Definição: Técnica mais utilizada para acesso e manutenção da perviedade das vias respiratórias, de maneira segura, e fornecimento de ventilação adequada. Trata-se do principal tipo de acesso à via respiratória não cirúrgica e apresenta grandes vantagens.
Consiste na introdução, com a ajuda de aparelhos facilitadores como o laringoscópio ou videolaringoscópio, de um tubo na região traqueal que será acoplado a uma fonte de oxigênio (O
2
) suplementar a fim de garantir oxigenação plena e adequada ao paciente. Na maioria das vezes, essa técnica é realizada com o paciente sedado, porém também pode ser executada com o paciente acordado, em algumas situações específicas, como quando ele apresenta estômago cheio e via respiratória difícil.
Como a realização dessa técnica pode acarretar intercorrências ameaçadoras à vida, deve-se agir antecipadamente para prevenir complicações e garantir a segurança do paciente e o sucesso da intubação.
Para isso, deve-se realizar previamente a preparação dos materiais necessários, dos profissionais e do próprio paciente, além de seguir uma ordem cronológica de ações.
Desse modo, segue-se a técnica mnemônica dos 7 "Ps".
Figura 1.
Classificação de Mallampati. 1 - Palato mole, pilares, úvula e tonsilas palatinas anteriores e posteriores visíveis. 2 - Palato mole, pilares e úvula visíveis. 3 - Palato mole e base da úvula visíveis. 4 - Palato mole parcialmente visível
Figura 2.
Posicionamento correto do paciente com alinhamento da via respiratória baixa com o eixo oral
Figura 3.
Ilustração da introdução do laringoscópio, sempre com a mão esquerda, até chegar à valécula. Tracionar o aparelho para cima e para frente sem fazer alavanca na arcada dentária superior
Figura 4.
Ilustração da laringe após a laringoscopia
Figura 5.
A classificação de Cormack-Lehane prevê a dificuldade de intubação orotraqueal com base na descrição do grau de visualização glótica na laringoscopia direta. Sendo grau I maior facilidade e grau IV maior dificuldade.
Os opioides devem ser administrados lentamente e sempre em conformidade com o padrão respiratório do paciente. A infusão rápida pode causar síndrome da rigidez torácica com impossibilidade de ventilação pulmonar, mesmo com o uso de ventilador mecânico.
Esses três últimos relaxantes apresentam latência mais demorada e são de longa duração, sendo utilizados apenas nos pacientes em que é possível realizar ventilação sob máscara sem riscos antes da intubação e/ou como bloqueio em infusão contínua após o procedimento.
| Quadro clínico | Medicação |
| Traumatismo cranioencefálico/acidente vascular encefálico | Etomidato ou Quetamina |
| Convulsão | Midazolam, Propofol ou Etomidato |
| Broncospasmo | Quetamina, Propofol ou Etomidato |
| Doença cardiovascular | Etomidato |
| Choque | Etomidato ou Quetamina |
Tejada-Perdomo JH, Melo-Moreno CE, Tovar-Cardozo JH, et al. Supraglottic airway devices for blind endotracheal intubation: a systematic review. PLoS One. 2024; 19(12):e0315301.
Cloke T, Ross C, Joy P, et al. A two-person verbal check to confirm tracheal intubation: evaluation of practice changes to prevent unrecognised oesophageal intubation. Br J Anaesth. 2024; 133(6):1307-17.
Cattin L, Ferrari F, Mongodi S, et al. Airways management in SARS-COV-2 acute respiratory failure: a prospective observational multi-center study. Med Intensiva (Engl Ed). 2023; 47(3):131-9.
Apfelbaum JL, Hagberg CA, Connis RT, et al. 2022 American Society of Anesthesiologists Practice Guidelines for management of the difficult airway. Anesthesiology. 2022; 136(1):31-81.
Lee YL, Lim ML, Leong WL, et al. Difficult and failed intubation in Caesarean general anaesthesia: a four-year retrospective review. Singapore Med J. 2022; 63(3):152-6.
Jakob DA, Lewis M, Benjamin ER, et al. Isolated traumatic brain injury: routine intubation for Glasgow Coma Scale 7 or 8 may be harmful! J Trauma Acute Care Surg. 2021; 90(5):874-9.
Miller AG, Gentile MA, Coyle JP. Respiratory therapist endotracheal intubation practices. Respir Care. 2020; 65(7):954-60.
Turna CK, Arslan ZI, Alparslan V, et al. Comparação de videolaringoscópio com canal e máscara laríngea na intubação traqueal de pacientes obesos: estudo clínico randomizado [Comparison of channelled videolaryngoscope and intubating laryngeal mask airway for tracheal intubation in obese patients: a randomised clinical trial]. Braz J Anesthesiol. 2020; 70(2):118-24.
Turner JS, Bucca AW, Propst SL, et al. Association of checklist use in endotracheal intubation with clinically important outcomes: a systematic review and meta-analysis [published correction appears in JAMA Netw Open. 2020; 3(7):e2016899]. JAMA Netw Open. 2020; 3(7):e209278.
Langeron O, Bourgain JL, Francon D, et al. Difficult intubation and extubation in adult anaesthesia. Anaesth Crit Care Pain Med. 2018; 37(6):639-51.
Cabrini L, Landoni G, Radaelli MB, et al. Tracheal intubation in critically ill patients: a comprehensive systematic review of randomized trials. Crit Care. 2018; 22(1):6.
Granell Gil M, Solís Albamonte P, Córdova Hernández C, et al. Intubation in two patients with difficult airway management and tracheal stenosis after tracheostomy in thoracic surgery. Rev Esp Anestesiol Reanim (Engl Ed). 2018; 65(6):347-50.
Nicholson A, Smith AF, Lewis SR, et al. Tracheal intubation with a flexible intubation scope versus other intubation techniques for obese patients requiring general anaesthesia. Cochrane Database Syst Rev. 2014; 2014(1):CD010320.
Peart O. Endotracheal intubation. Radiol Technol. 2014; 85(5):578-9.
Brandão ACA, Annicchino F, Brandão TA. Máscaras laríngeas de primeira geração. In: Martins MP, Moraes JMS, Pires OC. Controle da via aérea. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia; 2012. 125-35.
Griesdale DE, Liu D, McKinney J, et al. Glidescope® video-laryngoscopy versus direct laryngoscopy for endotracheal intubation: a systematic review and meta-analysis. Can J Anaesth. 2012; 59(1):41-52.
Wilcox SR, Bittner EA, Elmer J, et al. Neuromuscular blocking agent administration for emergent tracheal intubation is associated with decreased prevalence of procedure-related complications. Crit Care Med. 2012; 40(6):1808-13.