Vacina antitetânica, composta por toxoide tetânico, associada a outros antígenos (DTP, dTpa, pentavalente, DT ou dT);
Esquema:
Três doses de penta/DTP no 1º ano de vida (2, 4 e 6 meses de vida), com reforços (com DTP) aos 12-15 meses e aos 4 anos de idade.
A partir dessa idade, um reforço a cada 10 anos, após a última dose administrada.
Observações:
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Em indivíduos com menos de 7 anos de idade, não vacinados ou sem comprovação vacinal para difteria e tétano, administrar três doses da dupla adulto (dT) com intervalo de 60 dias entre as doses;
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Em indivíduos com menos de 7 anos de idade, com esquema incompleto para difteria e tétano, completar esquema de três doses com dT, considerando as doses anteriores, com intervalo de 60 dias entre as doses;
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A dT pode ser administrada em gestantes, em qualquer período, combinada com uma dose de dTpa a partir da 20ª semana da gestação.
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Profilaxia em caso de ferimentos:
Devemos considerar a profilaxia para qualquer paciente ferido com quebra da barreira epitelial, incluindo o paciente queimado.
Para definição de conduta é necessário avaliar o histórico vacinal em conjunto e o tipo de lesão.
Definição:
Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados.
História de vacinação prévia contra tétano
incerta ou < 3 dose
s
:
Vacinar;
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3
doses, sendo a última dose há < 5 anos:
Não vacinar;
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3
doses, sendo a última dose há > 5 anos e < 10 anos:
Não vacinar;
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3 doses, sendo a última dose há ≥ 10 anos:
Vacinar (uma dose de reforço);
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
C
ondutas adicionais
:
Limpeza e desinfecção;
Lavar com soro fisiológico e substâncias oxidantes ou antissépticas;
Desbridar o foco de infecção.
Definição:
Ferimentos profundos ou superficiais sujos, com corpos estranhos ou tecidos desvitalizados, queimaduras, feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo, mordeduras, politraumatismos e fraturas expostas.
História de vacinação prévia contra tétano
incerta ou < 3 doses:
Vacinar;
Utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3 doses, sendo a última dose há < 5 anos:
Não vacinar;
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3 três doses, sendo a última dose há > 5 anos e < 10 anos:
Vacinar (uma dose de reforço);
Não utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais;
Para paciente imunodeprimido, desnutrido grave ou idoso, além do reforço com a vacina, está também indicada IGHAT ou SAT.
História de vacinação prévia contra tétano com
≥ 3 doses, sendo a última dose há ≥10 anos:
Vacinar (uma dose de reforço);
Utilizar SAT ou IGHAT;
Adotar condutas adicionais.
Se o profissional que presta o atendimento suspeitar que os cuidados posteriores com o ferimento não serão adequados, deve-se considerar a indicação de imunização passiva com SAT ou IGHAT;
O SAT / IGHAT deve ser aplicado em local diferente da Vacina;
Condutas adicionais:
Desinfecção;
Lavar com soro fisiológico e substâncias oxidantes ou antissépticas;
Remover corpos estranhos e tecidos desvitalizados;
Desbridamento do ferimento;
Lavagem com água oxigenada.
Soro antitetânico (soro heterólogo de cavalo – SAT):
Apresentação:
Ampolas de 2 mL (5.000 unidades), 5 mL (5.000 unidades) ou 10 mL (10.000 ou 20.000 unidades);
Profilaxia:
SAT 5.000 unidades;
Atenção!
Administrar em dois grupamentos musculares diferentes se IM.
Imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT):
Apresentação:
Frasco-ampola de 1 mL ou 2 mL, contendo 250 unidades. Forma líquida ou liofilizada com meia-vida de 21-28 dias;
Profilaxia:
IGHAT 250 unidades IM;
Atenção!
Utilizar grupo muscular para aplicar IGHAT diferente daquele no qual foi administrada a vacina contendo toxoide tetânico.
Observação!
Em caso de reações adversas, ver o tópico sobre medidas de prevenção de reações anafiláticas na administração de soros heterólogos, no conteúdo Tétano Acidental.
Autoria principal:
Rafael Silva Duarte (Medicina e Microbiologia).
Revisão:
Raíssa M. Perlingeiro (Infectologia);
Vinicius Zofoli (Terapia Intensiva).
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Tetanus: Clinical Guidance for Healthcare Professionals. Atlanta: CDC. 2024 Nov 25.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5a ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
Yen LM, Thwaites CL. Tetanus. Lancet. 2019 Apr 20;393(10181):1657-1668.
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Lisboa T, Ho Y, Henriques Filho GT, et al. Diretrizes para o manejo do tétano acidental em pacientes adultos. Rev Bras Ter Inten. 2011; 23(4):394-409.
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Brauner JS, Vieira RS, Bleck T, et al. Changes in severe accidental tetanus mortality in the ICU during two decades in Brazil. Intensive Care Med. 2002; 28(7):930-935.