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Suporte Neurointensivo

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A cada dia novas unidades especializadas em suporte neurointensivo têm surgido no Brasil. É fato que o investimento em unidades especializadas na abordagem de pacientes críticos neurológicos resulta em melhor desfecho clínico.

O paciente que necessita de suporte neurointensivo, em geral, apresenta alteração do nível de consciência e/ou alteração do exame neurológico, ambas influenciadas diretamente pelo estado basal do paciente (comorbidades) e sua doença (evento agudo). [cms-watermark]

Existem diversos elementos para realizar a adequada monitorização (avaliação funcional e da perfusão cerebral) e proteção do sistema nervoso central (SNC). Esses dois elementos são fundamentais na recuperação desses pacientes, assim como para o acompanhamento da resposta ao tratamento, com o objetivo de garantir viabilidade funcional da área sadia do SNC e evitar lesões secundárias. [cms-watermark]

    Suporte clínico geral:
  • Acesso venoso calibroso (1 ou 2);
  • Reposição volêmica (Ringer lactato) para manter PAS > 90 e PAM > 60;
  • Via aérea definitiva, se necessário;
  • Suporte nutricional precoce (enteral/ parenteral). Se suspeita de fratura de base de crânio, não passar SNG;
  • Controle glicêmico (140-180 mg/dL);
  • Quantificar balanço hídrico de 12/12 horas;
  • Considerar hemotransfusão para manter Hb > 9 e SatO 2 > 95%;
  • Reavaliação contínua (ex.: Glasgow de 1/1 hora);
  • Mudanças de decúbito e colchão pneumático.

Bloqueio neuromuscular mais usado: Pancurônio 0,02-0,07 mg/kg/hora.

Terapia hiperosmolar: Manitol 20% 0,25-1 g/kg EV. Opção: Salina 3%.

Hiperventilação para manter PCO 2 30-35 mmHg.

Evitar hipertermia (T ≥ 38 o C) e considerar hipotermia controlada (32-34 o C).

    Sedação/ Coma induzido:
  • Midazolam 20-200 microgramas/kg/minuto + Fentanil 1-7 microgramas/kg/hora em BIC; [cms-watermark]
  • Fenobarbital 1-5 mg/kg/dia EV. [cms-watermark]

Anticonvulsivante: Fenitoína (200 mg/1 mL): Dose de ataque de 15-20 mg/kg EV, diluído, em 20 minutos (não exceder taxa de 50 mg/minuto). Manutenção: 100 mg EV/SNE de 8/8 horas.

    Monitorização contínua da PIC por metodologia extra, subdural e intraparenquimatosa:
  • Intervir sempre que PIC > 22 mmHg por mais de 5-10 minutos. Se necessário:
    • Drenagem liquórica;
    • Craniectomia descompressiva. Se necessário, envolvimento > 50% do território da artéria cerebral média, presença de sinais de neuroimagem sugestivos de herniação, menores de 60 anos e infarto com volume acima de 145 cm 3 pela RNM;
    • Dexametasona 4 mg EV de 6/6 horas, em caso de trauma raquimedular associado ou edema cerebral.
    Tratar hipertensão, principalmente, se PAM > 120 mmHg:
  • Nitroprussiato de sódio 0,25-10 microgramas/kg/minuto EV.
    Diurético, se hipervolemia:
  • Furosemida 0,5-1 mg/kg/dia EV.

Prevenir lesões secundárias (hipoxemia, hipotensão sistêmica e aumento contínuo da PIC).

Trata-se da melhor maneira de avaliar e acompanhar o paciente, principalmente, pela fácil aplicação. Inicialmente, o ideal é a realização de um exame físico e neurológico completo.

Posteriormente, com a necessidade de repetições, deve-se direcionar o exame às principais áreas acometidas, com o objetivo de detectar mudanças sensíveis e passíveis de intervenção imediata.

A redução/ suspensão diária da sedação é uma conduta fundamental para aumentar a sensibilidade do exame neurológico. Essa medida, além de permitir uma avaliação mais realista do estado neurológico, resulta em redução do tempo de internação e de dependência da ventilação mecânica.

    Avaliação:
  • Nível de consciência;
  • Escala de coma de Glasgow;
  • Resposta motora a estímulos verbais e dolorosos;
  • Reflexos e repostas do tronco encefálico;
  • Observação de sinais clássicos de piora do estado do SNC – bradicardia, hipertensão, anisocoria, plegias, entre outros.
    Nível de consciência:
  • Consciente: Paciente responsivo; [cms-watermark]
  • Sonolento: Paciente que, quando não requisitado, dorme; [cms-watermark]
  • Obnubilado: Paciente sonolento e desorientado; [cms-watermark]
  • Torporoso ou estupor: Paciente somente abre os olhos com estímulo doloroso;
  • Coma: Estado de inconsciência. Classificação:
    • Superficial: Paciente não abre os olhos com estímulos dolorosos, mas emite alguma resposta; [cms-watermark]
    • Profundo: Paciente sem resposta a estímulos dolorosos. [cms-watermark]
  • Coma com decorticação : No paciente decorticado, o antebraço é flexionado e mantido ao lado do corpo, com punho e dedos também flexionados. As pernas se mantêm estendidas e os pés em flexão plantar. Postura propiciada pelo núcleo rubro sugere lesão destrutiva dos tratos corticoespinhais (piramidais) no interior dos hemisférios cerebrais. Quando unilateral, é a postura hemiplégica espástica crônica (síndrome do neurônio motor superior); [cms-watermark]
  • Coma com descerebração: No paciente descerebrado, as mandíbulas ficam cerradas e o pescoço estendido. Os braços ficam aduzidos, os antebraços entendidos e pronados, com punhos e dedos flexionados. As pernas apresentam uma rígida extensão dos joelhos e os pés permanecem em flexão plantar. Postura propiciada pelo núcleo vestibular lateral (de Deiters). Pode ser causada por lesão no diencéfalo, mesencéfalo ou ponte, embora transtornos metabólicos graves, como hipoxia ou hipoglicemia, também possam produzi-la; [cms-watermark]
  • Morte cerebral . [cms-watermark]
    Avaliação do tronco encefálico _ Exame dos nervos cranianos (NC):
  • Reflexo fotomotor: Avalia o II (aferente) e III (eferente) , possível ausência quando existe bloqueio neuromuscular; [cms-watermark]
  • Reflexo corneano: Avalia o V (aferente) e VII (eferente) ; [cms-watermark]
  • Reflexo oculocefálico: Avalia o VIII (aferente) e III/IV (eferente) ; diferencia a síndrome do encarceramento ( locked-in ) e morte encefálica (ausência do reflexo); [cms-watermark]
  • Reflexo nauseoso: Avalia IX (aferente) e IX/X (eferente) , avaliação dificultada em pacientes intubados; [cms-watermark]
  • Reflexo de tosse: Avalia X (aferente e eferente) ; utilizar aspiração traqueal para avaliar. [cms-watermark]

Posição e atitude no leito: Algumas atitudes involuntárias são típicas de doença neurológica e merecem especial atenção.

Atitudes Involuntárias

Atitude passiva: Paciente permanece na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. [cms-watermark]

Ortótono: Paciente com tronco e membros rígidos, sem se curvarem. [cms-watermark]

    Opistótono: [cms-watermark]
  • Paciente com contratura da musculatura lombar. O corpo se apoia na cabeça e nos calcanhares, como um arco;
  • Causas: Tétano e meningite.
    Emprostótono: [cms-watermark]
  • Paciente com o corpo formando uma concavidade para frente (contrária ao opistótono);
  • Causas: Tétano, meningite e raiva.
    Pleurostótono: [cms-watermark]
  • Paciente curva lateralmente o corpo;
  • Causas: Tétano, meningite e raiva.
    Posição em gatilho:
  • Paciente com hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante;
  • Causas: Irritação meníngea (meningite).

Movimentos Involuntários

Tremores: Movimentos alternantes regulares de pequena ou média amplitude, que afetam principalmente o segmento distal dos membros. [cms-watermark]

Tremor de repouso: Surge durante o repouso e desaparece com os movimentos e o sono; é um tremor oscilatório, em regra mais evidente nas mãos, simulando o gesto de “enrolar cigarro”. Ocorre no parkinsonismo. [cms-watermark]

Tremor de atitude: Surge quando o membro é colocado em determinada posição, não sendo muito evidente no repouso ou no movimento. Ocorre no pré-coma hepático ( flapping ou asterix), na doença de Wilson, e no tremor familiar. [cms-watermark]

Tremor de ação: Surge ou se agrava com a execução de um movimento. Aparece nas doenças cerebelares. [cms-watermark]

Tremor vibratório: Tremor fino e rápido, como uma vibração. Pode surgir no hipertireoidismo, no alcoolismo, na neurossífilis, ou, mais comumente, ser de origem emocional. [cms-watermark]

Movimentos coreicos (coreia): Movimentos involuntários amplos, desordenados, inesperados, arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Localizam-se na face, nos membros superiores e inferiores. São as manifestações principais da síndrome coreica, cumprindo lembrar seus dois tipos clínicos mais encontrados: coreia de Sydenham (coreia infantil), que é de etiologia infecciosa, relacionada à febre reumática; e coreia de Huntington, que apresenta caráter hereditário. [cms-watermark]

Movimentos atetósicos (atetose): Movimentos involuntários lentos e estereotipados, lembrando um movimento reptiforme ou dos tentáculos de um polvo. Podem ser uni ou bilaterais. Indicam lesão dos núcleos da base. Podem ser causados por impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do neonato ( kernicterus ). [cms-watermark]

Hemibalismo: Movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. São muito raros e decorrentes de lesões extrapiramidais. [cms-watermark]

Asterix ( flapping ): Movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais e têm certa semelhança com o bater de asas das aves. É um movimento frequente na insuficiência hepática, e no coma urêmico. [cms-watermark]

Utilização do eletroencefalograma (EEG): Técnica para monitorização de parâmetros elétricos de potenciais excitatórios do córtex cerebral. A análise das ondas emitidas pelos diversos canais conduz à interpretação e auxilia o diagnóstico de diversas condições, o que pode possibilitar tratamento adequado e melhora do prognóstico do paciente. A avaliação das ondas é muito difícil para o não especialista. Por isso, os dados do EEG são expressos também em gráficos das porcentagens das ondas. Entretanto, um especialista sempre deve ser consultado, antes da tomada de decisão e conduta. [cms-watermark]

Ondas do EEG

    Delta: [cms-watermark]
  • 0 a 4 Hertz; [cms-watermark]
  • Causas: Sono, isquemia, sedação profunda, alterações metabólicas e intoxicações. Muito lentificado.
    Teta: [cms-watermark]
  • 4 a 8 Hertz;
  • Causas: Sono, isquemia, sedação profunda, alterações metabólicas e intoxicações. Lentificado. [cms-watermark]
    Alfa:
  • 8 a 13 Hertz;
  • Causas: Estado de alerta com olhos fechados, coma e anestesia superficial.
    Beta:
  • > 13 Hertz;
  • Causas: Levemente sedado ou concentrado.
    Principais monitorizações e diagnósticos:
  • Crise convulsiva subclínica ( status epilepticus não convulsivo);
  • Medida indireta do fluxo cerebral;
  • Índice prognóstico de encefalopatia anóxica;
  • Detecção de doença neurológica focal em paciente sedado;
  • Agressões secundárias isquêmicas.
    Índice biespectral:
  • Método de avaliação das ondas elétricas cerebrais através de valores numéricos; [cms-watermark]
  • Toda a análise é feita por um software com correção para o grau de sedação;
  • Avaliação dos seguintes aspectos: [cms-watermark]
    • Espectro; [cms-watermark]
    • Dominância do tempo; [cms-watermark]
    • Alcance espectral.
BIS [cms-watermark] Equivalente Clínico
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< 0 Ausência de atividade elétrica [cms-watermark]
0-20 [cms-watermark] Surto-supressão ao EEG [cms-watermark]
20-40 [cms-watermark] Hipnose profunda [cms-watermark]
40-60 [cms-watermark] Não desperta ao chamado verbal (anestesia) [cms-watermark]
60-80 [cms-watermark] Acorda ao chamado verbal vigoroso e tátil moderado [cms-watermark]
80-100 [cms-watermark] Acorda e responde ao chamado [cms-watermark]

Trata-se do registro da atividade elétrica após estímulos sensoriais ou motores. A avaliação do potencial baseia-se no intervalo entre o estímulo e a resposta (latência) e o pico de intensidade do potencial (amplitude).

Avaliação sensorial: Nervos cranianos ou periféricos, cortical e subcortical.

Avaliação motora: Estímulo elétrico e magnético.

É útil para se distinguir entre a síndrome do encarceramento ( locked-in ), o coma psicogênico e as lesões do tronco encefálico. A monitorização contínua possibilita a detecção precoce de disfunções. [cms-watermark]

A não identificação de potenciais somatossensitivos pode indicar lesão cervical alta. A não detecção, associada à ausência de potenciais auditivos em pacientes em coma, indica mal prognóstico. Na presença de potencial auditivo na ausência de somatossensitivo, é provável o diagnóstico de estado vegetativo. [cms-watermark]

Os sedativos causam pouca interferência na avaliação dos potenciais. [cms-watermark]

A medida da PIC é um dos principais elementos da monitorização neurointensiva. O uso da PIC facilita o acompanhamento em tempo real da pressão do crânio em relação ao cérebro, vascularização do SNC e do liquor. [cms-watermark]

A monitorização da PIC é fundamental para garantir a adequada perfusão cerebral e impedir a hipertensão intracraniana (HIC) e seus efeitos deletérios. Quando em posição ventricular, permite a drenagem do liquor. [cms-watermark]

Deve-se sempre questionar o risco/benefício, visto que se trata de um procedimento invasivo. Por outro lado, diante da dificuldade diagnóstica – mesmo com disponibilidade de fundoscopia e tomografia de crânio, é útil para evitar iatrogenias. [cms-watermark]

Para o monitoramento adequado, deve-se obter o registro seriado da PIC, da pressão arterial média (PAM) e da temperatura corporal. No caso do controle térmico, caso o paciente apresente febre, pode-se seguir o protocolo de alternar doses de Dipirona sódica (1.000 mg EV) e Paracetamol (500 mg VO/SNE) a cada 3 horas; se necessário, e na ausência de contraindicações, associar AINE (ex.: Naproxeno 250 mg via SNE até de 6/6 horas), além de medidas gerais (colchão térmico, compressas frias). [cms-watermark]

    Principais indicações: [cms-watermark]
  • Suspeita de HIC (mais comum); [cms-watermark]
  • Isquemia cerebral grave; [cms-watermark]
  • Meningite grave; [cms-watermark]
  • Pós-operatório neurocirúrgico; [cms-watermark]
  • Encefalite; [cms-watermark]
  • Tratamento de hidrocefalia. [cms-watermark]
  • Valor normal: < 15 mmHg; [cms-watermark]
  • Iniciar terapêutica: Se > 22 mmHg; [cms-watermark]
  • Elevação moderada: 22 a 40 mmHg; [cms-watermark]
  • Elevação grave: > 40 mmHg; [cms-watermark]
  • Elevação fatal: > 60 mmHg. [cms-watermark]

PPC = PAM – PIC.

Valor > 60 mmHg: Indica uma adequada perfusão cerebral. [cms-watermark]

    Fatores que elevam a PIC: [cms-watermark]
  • Hipercapnia; [cms-watermark]
    [cms-watermark]
  • [cms-watermark] Dor ou posição no leito; [cms-watermark]
  • Agitação ou hipoxemia; [cms-watermark]
  • Ajuste inadequado da ventilação mecânica; [cms-watermark]
  • Secreção em vias aéreas. [cms-watermark]

Realizado rotineiramente nos principais centros de diagnóstico para avaliar a velocidade de fluxo sanguíneo cerebral. A utilização desse método está diretamente dependente a associação com outros exames complementares. [cms-watermark]

É uma forma não invasiva, rápida e segura de avaliação cerebrovascular – reatividade vasomotora cerebral, teste para detecção de êmbolo e teste com solução salina agitada para detecção de comunicação venoarterial. [cms-watermark]

    Relação entre velocidade média de fluxo na artéria cerebral média/velocidade média da carótida interna extracraniana:
  • Razão > 3: Aumento da resistência da ACM; [cms-watermark]
  • Razão < 3: Redução da resistência da ACM. [cms-watermark]
    Principais indicações no CTI: [cms-watermark]
  • Hemorragia subaracnoide complicada com vasoespasmo: aumento da velocidade com redução do diâmetro vascular; [cms-watermark]
  • Acidente vascular cerebral isquêmico: detecção de doenças arteriais intra e extracranianas, embolia cardíaca ou doença arterial não aterosclerótica; [cms-watermark]
  • Trauma cranioencefálico: hiperemia cerebral e vasoespasmos; [cms-watermark]
  • Hipertensão intracraniana: mudança do padrão da curva de fluxo (não substitui a medida direta da PIC); [cms-watermark]
  • Protocolo de morte encefálica: fluxo sistólico de pequena intensidade e fluxo retrógrado na fase diastólica; [cms-watermark]
  • Outras indicações: endarterectomia carotídea; malformação arteriovenosa cerebral. [cms-watermark]

Essa medida é indicada para avaliar o balanço entre consumo/oferta cerebral. O aumento do consumo em relação à oferta provoca uma redução da relação da SjO 2 . [cms-watermark]

O uso desse tipo de monitorização deve ser associado a outros tipos de monitorização, como PIC, potenciais evocados e/ou monitorização da PAM, pois é um método impreciso e que retrata a oxigenação global do paciente. [cms-watermark]

    Principais indicações no CTI: [cms-watermark]
  • Trauma com Glasgow < 9; [cms-watermark]
  • Tratamento de hemorragia subaracnoide; [cms-watermark]
  • Procedimentos neurocirúrgicos. [cms-watermark]
    Principais contraindicações: [cms-watermark]
  • Trauma cervical ou de face; [cms-watermark]
  • Coagulopatias; [cms-watermark]
  • Traqueostomia (favorece infecções). [cms-watermark]

Realiza-se essa medida utilizando um cateter localizado diretamente no bulbo da veia jugular interna. Aplicação da fórmula de Flick: [cms-watermark]

TMC = FSC x CaVO 2 .

Em que: TMC, Taxa metabólica cerebral; FSC, Fluxo sanguíneo cerebral; CaVO 2 , Diferença arteriovenosa de O 2 cerebral.

    Medida e análise: [cms-watermark]
  • < 55%= Aumento da extração do O 2 refletindo hipoxia, vasoespasmo, baixo fluxo cerebral e queda da PPC por aumento da PIC; [cms-watermark]
  • 55 a 75%= Boa saturação; adequada relação oferta/consumo; [cms-watermark]
  • > 75%= Shunt cerebral associado a fístulas arteriovenosas ou microcirculação e perda da autorregulação da perfusão. [cms-watermark]
    ECO 2 (extração cerebral de O 2 ) = SaO 2 – SjVO 2 [cms-watermark]
  • Isquemia: SjO 2 < 55% e ECO 2 > 42%; [cms-watermark]
  • Hiperemia: SjO 2 > 75% e ECO 2 < 24%. [cms-watermark]

Oximetria cerebral : Avaliação não invasiva da oxigenação cerebral utilizando-se um sensor sobre a pele na região frontal, para quantificar a saturação venosa central (SvcO 2 ).

Não foi estabelecido um valor de normalidade, sendo sua principal finalidade a detecção imediata das variações de oxigenação cerebral – que podem ser, no ambiente de CTI, secundárias à ventilação mecânica, drogas vasoativas, vasoplegia e edema cerebral. [cms-watermark]

Microdiálise: Trata-se de uma técnica de inserção de um cateter com uma membrana semipermeável, em geral no córtex frontal. Utilizada para avaliar a concentração de solutos nas células cerebrais – glicose, piruvato, lactato, glicerol, adenosina, xantina e neurotransmissores (glutamato, aspartato e GABA). [cms-watermark]

Melhor marcador: Relação lactato/piruvato, que avalia a injúria isquêmica secundária. [cms-watermark]

Não possui valores de normalidade determinados. Entretanto, pode ser utilizado para correlacionar o desenvolvimento de isquemia e convulsões em AVE isquêmico, hemorragia meníngea, trauma e epilepsia, sendo sua principal indicação a monitorização de pacientes com TCE e necessidade de monitorização da pressão intracraniana (detecção de lesões secundárias). [cms-watermark]

Avaliação da pressão parcial de O 2 (PcO 2 ) cerebral: Fornece dados sobre o O 2 local, sendo utilizado para determinação de prognóstico após períodos prolongados de hipoxia. [cms-watermark]

O eletrodo é colado sobre a região do cérebro que se deseja verificar. [cms-watermark]

Valores de referência ainda não decididos, com estudos em andamento. [cms-watermark]

USG do nervo óptico: Utilizada como método não invasivo da aferição da PIC. Sua utilidade foi verificada e sua correlação com a PIC foi [cms-watermark] comprovada: diâmetro da bainha óptica: se < 5,8 mm, representa PIC < 20 mmHg. [cms-watermark]

Através da variação da bainha do nervo óptico, podemos também avaliar se as medidas para redução da PIC estão sendo eficazes.

    Autoria principal: Felipe Nobrega (Neurologia).

Revisão: Filipe Amado (Medicina Intensiva e Medicina de Emergência).

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