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Definição: Aspiração do conteúdo das vias aéreas em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva, através de sistema aberto.
A aspiração das secreções das vias aéreas é realizada para a remoção dessas secreções e a manutenção do fluxo aéreo adequado, assim como para impedir que a secreção provoque a obstrução do tubo orotraqueal.
O sistema fechado deve ser preferido em relação ao sistema aberto, já que evita a desconexão do circuito, com despressurização do sistema e risco de hipoxemia.
Pacientes que estão recebendo ventilação mecânica invasiva não são capazes de eliminar as secreções produzidas nas vias aéreas por conta própria. Dessa forma, é necessária a aspiração dessas secreções para que a ventilação do paciente não seja prejudicada.
Esse procedimento deve ser feito pela equipe de saúde que está assistindo o paciente (médicos, enfermeiros ou fisioterapeutas).
1. Sugere-se não realizar aspiração de maneira programada, somente quando houver secreção visível/perceptível no tubo ou traqueostomia ou impacto na ventilação.
2. Oxigenar o paciente com FiO2 de 100% durante 1 minuto.
3. Preparar a sonda de aspiração e colocar as luvas estéreis.
4. Desconectar o sistema da ventilação do tubo orotraqueal.
5. Conectar a sonda de aspiração ao sistema de pressão negativa, com cuidado para manter a esterilidade do sistema. Enrole a sonda de aspiração estéril na mão dominante (somente ela pode tocar na sonda).
6. Introduzir a sonda de aspiração no interior do tubo orotraqueal, com vácuo desligado/ desativado.
7. Ajustar o sistema de aspiração com uma pressão negativa de 100-150 mmHg.
8. Tracionar lentamente a sonda de aspiração enquanto o sistema de pressão negativa está ligado; dessa forma, as secreções serão aspiradas. Somente ative a aspiração durante a retirada da sonda.
9. A aspiração deve durar no máximo 15 segundos, para prevenir a hipóxia.
10. Após a aspiração das secreções, a sonda é removida do sistema do vácuo e descartada no lixo; o circuito do ventilador é novamente reconectado no tubo, e o vácuo é desligado.
Autoria principal: Guilherme Tafuri Marcondes (Nefrologia/Terapia Intensiva).
Revisão: Vinicius Zofoli (Terapia Intensiva).
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