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Bloqueio de Campo

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Definição: Técnica de bloqueio anestésico utilizada para anestesiar uma área maior, quando comparada com a anestesia local infiltrativa, através de infiltrações de maneira circunferencial ao redor da lesão, ou em leque.

O bloqueio de campo é utilizado na APS para anestesiar áreas cutâneas maiores, para procedimentos que necessitem de preservação do local da lesão (a anestesia inflitrativa "distorce" a pele pelo volume de anestésico aplicado abaixo da lesão) e para lesões infectadas, cuja acidez característica impede uma ação anestésica eficaz.

Segue um padrão circunferencial e, muitas vezes, abaixo do local da lesão.

A ação anestésica atinge, assim, mais de um nervo.

Quando realizado especificamente no dedo, é chamado bloqueio digital.

Veja também anestesia local infiltrativa.

  • Cistos ou outras lesões infectadas;
  • Lesões maiores, formando uma grande área de anestesia;
  • Evitar distorção da pele e de pontos de referência;
  • Ao redor de estruturas localizadas e da face como orelha, nariz, bochechas etc.

Alergia a anestésico e celulite no local da infiltração (contraindicação relativa).

  • Seringas (5 mL ou 10 mL);
  • Agulha 18 ou 20G, 2,5 cm para aspiração do anestésico do frasco;
  • Agulha 25 ou 27G, 3,8 cm para aplicar o anestésico;
  • Solução anestésica. Geralmente Lidocaína 1% (com ou sem Epinefrina);
  • Solução de Iodopovidina tópico ou Clorexidina;
  • Campos estéreis;
  • Gaze;
  • Luva estéril;
  • Capote estéril, máscara e óculos para proteção.

1. Explique o procedimento ao paciente e obtenha autorização.

2. O procedimento deve ser realizado de maneira asséptica. Faça lavagem correta das mãos, e coloque os equipamentos de proteção individual. [cms-watermark]

3. Prepare a área afetada com um agente tópico disponível e cubra-a com o campo estéril. [cms-watermark]

4. Aspire o anestésico usando a agulha (18 ou 20G). Troque a agulha pela hipodérmica (25 ou 27G).

5. Estique a pele com a mão não dominante para reduzir o incômodo da picada.

6. O bloqueio se dará em um padrão de "quadrado" ou "losango" sob a pele, ao redor da lesão, com uma incisão em cada lado da lesão.

7. Realiza-se a primeira perfuração cutânea e administra-se o anestésico enquanto se traciona a agulha pela pele.

8. Redireciona-se a agulha para o outro lado da área de incisão proposta, sem retirá-la da pele, formando um "ângulo" que determinará o campo bloqueado. Realiza-se o mesmo movimento para administração do anestésico nessa direção.

9. Se for necessária, pela indicação da lesão, a dissecção profunda da pele, pode-se também administrar anestésico na região abaixo da lesão.

10. Repetir essa técnica no lado oposto da lesão ("vértice" oposto do quadrado).

A epinefrina pode ser adicionada se for desejada ação vasoconstritora ou prolongamento do tempo da anestesia, mas deve ser evitada em áreas com comprometimento vascular (principalmente pacientes com vasculite ou distúrbios vasoconstritores).

  • Sangramentos ou hematomas;
  • Infecção;
  • Reações à epinefrina como palpitações ou sensação de calor;
  • Paresia ou paralisia temporária em procedimentos que envolvam grandes nervos.

Autor(a) principal: Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade). [cms-watermark]

Revisor(a): Mariana Sobreiro (Clínica Médica e Geriatria).

    Equipe adjunta:
  • Renato Gil (Medicina de Família e Comunidade);
  • Flávia Garcez (Geriatria e Clínica Médica).

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Mayeaux EJ. Guia ilustrado de procedimentos médicos. Porto Alegre: Editora Artmed, 2012. [cms-watermark]

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