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Definição: C onsiste na passagem de sonda nasoenteral (SNE) ou oroenteral em pacientes adultos hospitalizados.
A padronização do cateterismo enteral é de fundamental importância para o sucesso do procedimento.
1. Conferir prescrição de SNE.
2. Higienizar as mãos.
3. Reunir todo o material. Levar até o leito do paciente e colocar em local acessível.
4. Dirigir-se ao quarto do paciente e orientar sobre o cuidado que será realizado.
5. Após confirmar a identificação do paciente, explicar o procedimento ao mesmo ou ao acompanhante, se for o caso.
6. Se necessário, colocar biombo para promover privacidade.
7. Verificar se paciente faz uso de prótese dentárias móveis. Caso positivo, solicitar que as retire. Se não puderem ser removidas, usar os equipamentos de proteção individual e retirá-las.
8. Se possível, elevar cabeceira em posição Fowler.
9. Colocar todos os EPIs.
10. Proteger o tórax do paciente com toalha, compressa não estéril ou papel toalha.
11. Medir a extensão da sonda a ser introduzida da seguinte forma: colocar a extremidade distal na ponta do nariz do paciente, enquanto o restante dela percorre em linha reta a distância do nariz até o lobo inferior.
Medição da SNE.
Figura adaptada de:
Silveira GC, 2018
12. Marcar este ponto na sonda com marcador permanente ou fita adesiva.
13. Injetar solução líquida (solução fisiológica) na sonda sem retirar o fio guia para lubrificá-la, favorecendo a retirada do fio guia após sua passagem.
14. Se necessário, higienizar as narinas.
15. Inspecionar as condições das cavidades oral e nasal com a lanterna, afim de detectar anormalidades e definir em qual narina será introduzida a sonda.
16. Lubrificar a ponta da sonda (cerca de 10 cm) com Xilocaína geleia 2%, da orelha até o apêndice xifoide. Em seguida, acrescentar a distância do apêndice xifoide até o ponto médio da cicatriz umbilical.
17. Introduzir a sonda na narina escolhida, solicitando que o paciente tente deglutir (quando possível). Nesta tarefa, a flexão cervical pode ser útil em pacientes intubados e sedados.
18. De forma suave, inserir o restante da sonda até o ponto de demarcação.
Cuidado para que a sonda não entre na via aérea, pois pode causar pneumotórax ou perfurar o cuff do tubo orotraqueal.
19. Testar o posicionamento da SNE, conectando uma seringa de 20 mL e aspirando o conteúdo gástrico. Em seguida, injetar 20 mL de ar pela sonda, enquanto é feita a ausculta do quadrante abdominal superior esquerdo.
20. Fixar a SNE colocando um pedaço de micropore no nariz limpo e seco, por cima deste um pedaço de esparadrapo. Fixar ainda com um pedaço de esparadrapo tipo borboleta, enrolando-o na sonda (na ausência de curativo para fixação de SNE).
21. Retirar o fio guia, tracionando-o firmemente e segurando a sonda para evitar que ela tracione. Guardá-la em uma embalagem limpa e mantê-la junto aos pertences do paciente, caso a sonda precise ser repassada.
22. Fechar a sonda.
23. Identificar a sonda com fita de esparadrapo com data, hora e o nome do profissional responsável.
24. Caso não haja contraindicação, abaixar a cabeceira da cama e posicionar o paciente em decúbito lateral direito para facilitar a migração da sonda para o duodeno.
25. Recolher o material utilizado e manter o ambiente em ordem.
26. Retirar as luvas e higienizar as mãos.
27. Solicitar radiografia de abdome para confirmar o posicionamento adequado da sonda.
A ausculta da entrada do ar pela sonda não garante seu posicionamento adequado, sendo mandatória a confirmação radiológica após o término do procedimento.
Observar sinais de cianose ou desconforto respiratório. Neste caso, retirar a sonda e aguardar o paciente se recuperar para reiniciar o procedimento.
Não abaixar a cabeceira da cama de pacientes intubados e com alto risco de broncoaspiração.
Após a realização da radiografia de abdome, confirmar o posicionamento adequado da sonda e liberar o seu uso, anotando a liberação na prescrição médica.
Em caso de dieta intermitente, lavar a sonda com 20 mL de água antes e após a administração de medicamentos e dietas, para eliminar os resíduos, que podem obstruir a luz da sonda.
Manter cabeceira elevada (posição de Fowler - 45 a 60º) enquanto corre a dieta.
Autoria principal: Filipe Amado (Medicina Intensiva e Medicina de Emergência).
Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (BR). EBSERH. PRT nº01 da CCIRAS – Higiene das Mãos. 10a ed. Publicado no Boletim de Serviço nº 255 de 03/05/2021, Portaria nº 42 de 20/01/2021. Dourados: HU-UFGD; 2021.
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho’’ (BR). Passagem de sonda enteral: manual operacional Hospital de Misericórdia de Jahu. Botucatu: UNESP, 2018.