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Definição: Técnica para retirada de nevos na Atenção Primária à Saúde, que são manchas cutâneas pigmentadas. O nevo melanocítico é uma lesão benigna, que pode ser precursora para melanoma cutâneo, sendo muito importante seu diagnostico diferencial com tumores cutâneos.
Nevos podem ser encontrados por todo o corpo e são formados por células névicas e ninhos que acometem camadas superficiais e/ou profundas na pele.
Os riscos clássicos para o desenvolvimento de melanoma maligno compreendem: história pessoal prévia de melanoma, história familiar, elevado número de nevos, presença ou história de nevos atípicos.
O nevo retirado deve ser conservado em formol e enviado para exame histopatológico, que permitirá seu diagnóstico diferencial com lesões malignas, como melanoma ou carcinoma basocelular pigmentado, por exemplo.
1. Equipar, realizar assepsia e cobrir local com campo estéril.
2. Realizar anestesia a aproximadamente a 1 cm do perímetro da lesão, em sua circunferência, injetando no subcutâneo.
3. Programar a incisão após a anestesia, idealmente demarcando-a.
4. Realizar a incisão em forma de elipse de maneira que o maior eixo seja paralelo às linhas de força da pele.
5. Elevar uma das extremidades da pele da elipse com uma pinça dente de rato, liberando, em direção à outra extremidade, a base com tesoura ou bisturi.
6. Suturar as extremidades sem tensão.
7. Realizar curativo compressivo com gaze seca.
8. Colocar a lesão em um frasco com formol, identificando-a e encaminhando para análise anatomopatológica. Descrever a lesão e a história para fornecer mais informações ao patologista.
Técnica da exérese de nevos
Os nevos devem ser excisados em sua totalidade, com margem lateral mínima de 2 mm. A retirada insuficiente dos nevos pode levar a recorrência da lesão, com surgimento de "pseudomelanoma", uma lesão benigna com pigmentação sobre cicatriz cirúrgica, mas histologicamente semelhante a melanoma maligno inicial.
Sendo assim, nessas ocasiões devemos alertar ao patologista que se trata de um nevo recidivado, para evitar diagnóstico equivocado com melanoma.
Para um bom resultado estético, o maior eixo da incisão deve ser cerca de 3 vezes maior que o menor eixo.
Recomenda-se encaminhar todas as amostras para avaliação anatomopatológica.
Autor(a) principal: Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade).
Revisor(a):
Raquel Boechat (Dermatologia).
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