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Exérese de Nevos

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Definição: Técnica para retirada de nevos na Atenção Primária à Saúde, que são manchas cutâneas pigmentadas. O nevo melanocítico é uma lesão benigna, que pode ser precursora para melanoma cutâneo, sendo muito importante seu diagnostico diferencial com tumores cutâneos.

Nevos podem ser encontrados por todo o corpo e são formados por células névicas e ninhos que acometem camadas superficiais e/ou profundas na pele.

Os riscos clássicos para o desenvolvimento de melanoma maligno compreendem: história pessoal prévia de melanoma, história familiar, elevado número de nevos, presença ou história de nevos atípicos.

O nevo retirado deve ser conservado em formol e enviado para exame histopatológico, que permitirá seu diagnóstico diferencial com lesões malignas, como melanoma ou carcinoma basocelular pigmentado, por exemplo.

  • "ABCDE do melanoma": Assimetria, bordas irregulares, cor heterogênea, diâmetro > 6 mm ou lesão evoluindo com mudança do padrão ou crescimento;
  • Nevo que evolui com dor, coceira e sangramento;
  • Pacientes com nevos esteticamente indesejados.
  • Solução para assepsia;
  • Lidocaína 1% sem vasoconstrictor para anestesia local;
  • Campo estéril;
  • Pinça hemostática curva, pinça dente de rato, pinça anatômica, tesoura reta, tesoura curva, porta-agulha;
  • Lâmina de bisturi nº 11;
  • SF;
  • Gaze;
  • Luva esterilizada;
  • Seringa de 5 mL;
  • Agulha 40 x 12 (rosa);
  • Agulha hipodérmica (de insulina);
  • Fio de sutura de náilon 2.0, 3.0, 4.0, 5.0;
  • Máscara e óculos para proteção.

1. Equipar, realizar assepsia e cobrir local com campo estéril.

2. Realizar anestesia a aproximadamente a 1 cm do perímetro da lesão, em sua circunferência, injetando no subcutâneo.

3. Programar a incisão após a anestesia, idealmente demarcando-a.

4. Realizar a incisão em forma de elipse de maneira que o maior eixo seja paralelo às linhas de força da pele.

5. Elevar uma das extremidades da pele da elipse com uma pinça dente de rato, liberando, em direção à outra extremidade, a base com tesoura ou bisturi.

6. Suturar as extremidades sem tensão.

7. Realizar curativo compressivo com gaze seca.

8. Colocar a lesão em um frasco com formol, identificando-a e encaminhando para análise anatomopatológica. Descrever a lesão e a história para fornecer mais informações ao patologista.

Texto alternativo para a imagem Técnica da exérese de nevos

Os nevos devem ser excisados em sua totalidade, com margem lateral mínima de 2 mm. A retirada insuficiente dos nevos pode levar a recorrência da lesão, com surgimento de "pseudomelanoma", uma lesão benigna com pigmentação sobre cicatriz cirúrgica, mas histologicamente semelhante a melanoma maligno inicial.

Sendo assim, nessas ocasiões devemos alertar ao patologista que se trata de um nevo recidivado, para evitar diagnóstico equivocado com melanoma. [cms-watermark]

Para um bom resultado estético, o maior eixo da incisão deve ser cerca de 3 vezes maior que o menor eixo.

Recomenda-se encaminhar todas as amostras para avaliação anatomopatológica.

Autor(a) principal: Renato Bergallo (Medicina de Família e Comunidade).

Revisor(a): Raquel Boechat (Dermatologia).

    Equipe adjunta:
  • Jaqueline Barbeito de Vasconcellos (Dermatologia);
  • Mariana Santino (Dermatologia);
  • Verônica Bogado (Dermatologia);
  • Renato Gil (Medicina de Família e Comunidade).

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