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Definição: Trajeto artificial criado por meio cirúrgico (ou endoscópico, ou por radiologia intervencionista) entre o estômago e a parede abdominal, com a introdução de uma sonda para obtenção de acesso direto ao trato gastrointestinal alto.
Não há consensos estabelecidos de quais pacientes devem realizar uma gastrostomia.
Mais utilizada atualmente. Entre as vantagens estão menor custo, menos invasiva, possibilidade de realização beira leito e permite avaliação simultânea da mucosa gástrica.
Existem diferentes kits disponíveis no mercado.
Antibioticoprofilaxia é indicada uma hora antes da realização do procedimento, que é realizado por dois profissionais.
Indicado quando há contraindicações ao procedimento endoscópico ou realização simultânea de outro procedimento cirúrgico (por laparotomia ou laparoscopia).
Stamm:
É a técnica cirúrgica mais utilizada, tanto em adultos quanto em crianças
(
Figura 1
)
.
Figura 1.
Gastrostomia e jejunostomia: aspectos da evolução técnica e da ampliação das indicações.
Adaptada de:
Santos JS, et al., 2011
Witzel:
Criação de um trajeto para o tubo sobre a parede gástrica com suturas de Lambert (
Figura 2
).
Figura 2.
Gastrostomia e jejunostomia: aspectos da evolução técnica e da ampliação das indicações.
Adaptada de:
Santos JS, et al., 2011
Depage-Janeway:
Criação do trajeto do tubo com a parede gástrica, após uma gastrectomia parcial (normalmente, GTT permanente) (
Figura 3
).
Figura 3.
Gastrostomia e jejunostomia: aspectos da evolução técnica e da ampliação das indicações.
Adaptada de:
Santos JS, et al., 2011
Normalmente, realiza-se procedimento utilizando uma sonda de gastrostomia ou cateter de Foley de grosso calibre em adultos (20 - 22 Fr), quando a sonda própria não se encontra disponível.
Os tubos de gastrostomia inseridos radiologicamente são colocados usando orientação fluoroscópica ou tomografia computadorizada. A inserção radiológica de uma sonda de gastrostomia requer que o estômago seja distendido com ar, geralmente através de uma sonda nasogástrica.
Algumas técnicas alternativas, como ingestão de grânulos de bicarbonato ou canulação direta do estômago sob orientação de ultrassom ou tomografia computadorizada, também podem ser usadas. Após a escolha do local adequado e passagem da sonda através de fio guia, há confirmação do posicionamento do cateter com injeção de contraste. As indicações e contraindicações são semelhantes à técnica endoscópica. É o método menos utilizado na prática clínica.
Figura 4.
Sonda GTT
Figura 5.
Sonda de Button
Figura 6.
Sonda de Foley
| Nifedipina | Fexofenadina |
| Glimepirida | Amoxicilina* |
| Clomipramina | Ranitidina* |
| Paroxetina | Mesalazina |
| Ácido acetilsalicílico com revestimento entérico | Atenolol |
| Sulfasalazina | Amiodarona |
| Sulfametoxazol + trimetoprima | Complexo B* |
| Olmesartana | Buflomedil |
| Escopolamina* | Doxasozina |
| Cefadroxila | Mofetila* |
| Ácido ascórbico* | Cianocobalamina + piridoxina + tiamina |
| Nadolol | Pancreleipase |
| Caridosa + levodopa | Duloxetina |
| Desmopressina | Dexametasona* |
| Divalproato de sódio* | Tolterodina |
| Gliclazida | Bromoprida* |
| Digoxina* | Cabergolina |
| Dimenidrato + piridoxina* | Bisacodil* |
| Mebevirina | Memantina |
| Venlafaxina | Aprepitante |
| Budenosida | Tocoferol |
| Lamivudina | Rivastigmina |
| Flunarazina | Alendronato dissodico |
| Sumatriptano | Zopliclona |
| Indometacina | Dinidrato de isossorbida |
| Cefalexina* | Claritromicina* |
| Genfibrozila | Nitrofurantoina* |
| Rizatriptanio | Megestrol* |
| Micofenolato | Isomepteno + cafeína + dipirona* |
| Nimodipino | Hidróxido de ferro III* |
| Carbonato de cálcio | Oxicodona |
| Pantoprazol | Pentoxifilina |
| Maleato de dexclorfeniramida* | Cloranfenicol* |
| Quinicardina | Galantamina |
| Ivermectina | Rifampicina* |
| Metilfenidato | Calcitriol |
| Ciclosporina* | Tamsulosina |
| Itraconazol | Polivitaminico |
| Amineptina | Propatlnitrato |
| Teofilina | Metimazol |
| Tiabendazol | Tenoxicam |
| Cetorolaco | Ramipril |
| Trimetazina | Diclofenaco sódico |
| Cefuroxima* | Bupropiona |
| Linezolida | Ácido fólico + sulfato ferroso + ácido ascórbico |
* Apresentam formulações de suspensão, sendo alternativas.
Complicações menores : Sangramento discreto, hematoma, infecção de ferida.
Complicações maiores : Fascite necrosante, infecção intra-abdominal, fístula colocutânea.
Diagnóstico: Eritema local, sinais sistêmicos (febre, prostração), calor local e eliminação de secreção purulenta.
Atenção! Na presença de peritonite ou fascite necrosante, o cateter deve ser removido e condutas adicionais realizadas.
Origem: Trajeto da gastrostomia ou de ulceração gástrica. Raramente, podem ser originados por sangramento retroperitoneal, perfuração de artéria gástrica, pseudoaneurisma na parede abdominal, hematoma da parede gástrica ou músculo reto abdominal.
Fatores de risco: Antiplaquetários, anticoagulantes, trauma local, inibidores da receptação de serotonina (SSRIs).
Manejo: Normalmente de pequena monta, facilmente controlado por pressão local. Se não for suficiente, compressão local temporária com os anteparos do cateter por, no máximo, 48 horas.
Endoscopia alta deve ser realizada nos casos de sangramento persistente ou de maior expressão/ vultuosos. Eventualmente, o tratamento cirúrgico está indicado.
Mais comum de forma precoce.
Frequentemente associado a pacientes desnutridos ou diabéticos pela cicatrização errática.
Pode decorrer da pressão exacerbada entre o anteparo e a parede abdominal (isquemia local).
Ocorre na parede abdominal ou na mucosa gástrica, principalmente em uma fase tardia.
Ocorre por migração inadvertida do cateter para o duodeno ou piloro.
Manejo: Reposicionamento do cateter.
É uma das complicações mais comuns, principalmente em pacientes combativos e confusos.
Dieta enteral para cavidade abdominal: Pode ocorrer por inadequado posicionamento do tubo durante o procedimento inicial (tangencial), durante a retirada do tubo para troca, de forma inadvertida ou ainda por infecção da ferida.
Autoria principal: Matheus Meira (Cirurgia do Aparelho Digestivo e Videolaparoscopia).
Revisão: Vanessa Nascimento (Cirurgia Pediátrica pelo IFF/FIOCRUZ e Cirurgia Pediátrica Oncológica pelo INCA).
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