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Definição: Uso de métodos de imagem (ultrassonografia ou tomografia computadorizada) para guiar punção da cavidade pleural com o objetivo de drenagem de líquido.
Denomina-se derrame pleural o acúmulo anormal de líquido no espaço pleural pelas mais diversas causas.
O diagnóstico por imagem pode ser feito por meio de radiografia do tórax, tomografia ou ultrassonografia.
A ultrassonografia à beira do leito tem se mostrado uma ferramenta extremamente útil para diagnóstico, avaliação e tratamento do derrame pleural.
O uso de métodos de imagem para guiar a toracocentese, em especial a ultrassonografia, promove menor taxa de complicações e maiores chances de sucesso em comparação com o procedimento realizado por técnica convencional.
O líquido pleural, em geral, é gravitacional dependente, acumulando-se inferiormente em pacientes na posição sentada ou, posteriormente, em pacientes na posição supina.
Os vasos e nervos intercostais de maior calibre apresentam seu trajeto junto ao bordo inferior dos arcos costais.
O diafragma divide a cavidade torácica e abdominal, devendo sempre ser identificado durante o procedimento guiado por ultrassonografia.
Deve ser evitada a punção no dorso do paciente (na posição sentada), pois nessa localização o feixe neurovascular não é protegido pelo rebordo das costelas. Isso pode ocasionar hemotórax em caso de lesão vascular inadvertida, mesmo realizando a punção rente ao rebordo superior da costela.
1. Posicionar paciente sentado ou em decúbito dorsal.
3. Proceder à assepsia e antissepsia.
4. Colocar campo fenestrado estéril.
5. Cobrir transdutor de ultrassonografia com capa estéril.
7. Proceder à punção guiada por ultrassonografia do derrame pleural com Jelco (18G ou 20G) ou cateter específico de toracocentese, sob visualização contínua.
8. Aspirar o líquido pleural com auxílio de torneira de três vias (
three-way
), evitando-se entrada de ar no espaço pleural (em média, 50-60 mL no caso de toracocentese diagnóstica).
9. Realizar aspiração manual com seringa ou pela gravidade, com auxílio de equipo de soro. Nunca utilizar vácuo .
9.
Nunca
realizar drenagem de volume superior a 1,5 L pelo risco de edema de reexpansão.
10. Realizar curativo estéril.
11. Considerar a realização de radiografia do tórax, especialmente se: início de sintomas respiratórios ou dificuldade técnica durante procedimento.
O uso de métodos de imagem para se guiar a toracocentese reduz significativamente as complicações do procedimento.
Autoria principal: Igor Biscotto (Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular).
Revisão: Vinicius Zofoli (Terapia Intensiva).
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