Índice HOMA (IR e Beta)
Definição: Índice capaz de avaliar de maneira indireta a resistência insulínica (RI) in vivo , com base em modelo matemático que utilize em suas fórmulas apenas as concentrações de glicose e insulina, ambas em jejum (8-14 horas).
Sinônimos:
HOMA; HOMA-IR e Beta; Índice de HOMA-IR e Beta; Índice HOMA; Índice de HOMA;
Homeostasis Model Assessment
;
Homeostasis Model Assessment of Insulin Resistence
.
A resistência a insulina ou resistência insulínica (RI) é uma importante base do desenvolvimento de algumas condições metabólicas, como diabetes, dislipidemia, síndrome metabólica.
Com a utilização desse índice, é possível predizer a sensibilidade a insulina/resistência insulínica (HOMA-IR), bem como a capacidade secretória de insulina pelas células betapancreáticas/função das células beta (HOMA-beta), pela simples medida da glicemia
e insulina
de jejum.
O índice HOMA tem diversas aplicações clínicas, como medidas preventivas, terapêuticas e avaliação dos estágios da síndrome metabólica.
Estudos indicaram boa correlação, com significância estatística, entre a RI avaliada pelo HOMA e pelo clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico.
-
O índice HOMA apresenta algumas vantagens com relação às formas diretas (
clamp
euglicêmico-hiperinsulinêmico, teste de supressão de insulina, teste oral de tolerância à glicose
), como:
- Necessitar de apenas uma amostra sanguínea coletada em jejum;
- Ser rápido, pouco laborioso, amplamente disponível e de baixo custo;
-
Ter fácil aplicabilidade.
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Seu cálculo pode ser obtido pelas seguintes fórmulas:
- HOMA-IR: (glicemia* x 0,0555 x insulina**) / 22,5;
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HOMA-beta (%): 20 x insulina** / (glicemia* x 0,0555) - 3,5:
- *Glicemia medida em mg/dL;
- **Insulina medida em microunidade/mL.
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Indicações:
- Avaliação da RI e da capacidade funcional das células betapancreáticas;
- Investigação e acompanhamento de pacientes com alteração do metabolismo glicídico (ex.: diabetes, intolerância à glicose, hiperglicemia, hiperinsulinemia).
Como solicitar:
Índice HOMA (IR e beta).
- Orientações ao paciente: Jejum obrigatório de 8-14 horas;
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Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Para a determinação da glicose,
pode ser utilizado o tubo para plasma fluoretado (tampa cinza). Aguardar a devida retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos e refrigerar (2-8
o
C) a amostra em seguida;
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Material:
Sangue;
- Volume recomendável: 1,0 mL.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha -
Ilustração:
Caio Lima.
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela -
Ilustração:
Caio Lima.
Figura 3.
Tubo para soro - tampa cinza -
Ilustração:
Caio Lima.
- Glicose: 70-99 mg/dL;
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Insulina:
4-24 microunidades/mL (esses valores apresentam moderada variabilidade interlaboratorial, devendo-se consultar o laboratório clínico executor do exame).
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Índice HOMA-IR e índice HOMA-beta:
Não há níveis de corte consensuais na literatura para esses parâmetros, variando de acordo com laboratório clínico e referência utilizada. Desse modo, sua interpretação fica a critério médico:
- Observação! Um dos estudos brasileiros mais utilizados definiu como > 2,70 o ponto de corte para caracterizar a resistência a insulina (HOMA-IR) em adultos e idosos em nossa população.
Amostras acentuadamente hemolisadas podem reduzir falsamente os níveis da insulina.
A presença de autoanticorpos anti-insulina
pode diminuir ou aumentar falsamente os resultados da insulina.
Esses índices são calculados em parâmetros de jejum (8-14 horas), em que estão captando a glicose principalmente os tecidos insulino-independentes.
O HOMA estima a sensibilidade à insulina no corpo total, sem levar em consideração as diferenças dessa resistência existentes no fígado e na periferia.
A proporcionalidade entre a insulinemia e o grau de RI é questionável.
O método padrão-ouro para se avaliar a RI é o clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico.
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Índice HOMA-IR:
- Aumento: condições que levem à hiperglicemia e/ou hiperinsulinemia;
- Diminuição: condições que levem à hipoglicemia e/ou hipoinsulinemia.
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Índice HOMA-beta:
- Aumento: condições que levem à hiperinsulinemia e/ou hipoglicemia;
- Diminuição: condições que levem à hiperglicemia e/ou hipoinsulinemia.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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