'
Definição: É o principal hormônio mineralocorticoide, cuja produção se dá na zona glomerulosa do córtex da glândula adrenal, onde a enzima aldosterona sintetase (CYP11B2) converte a corticosterona em aldosterona.
Sinônimos: Aldosterona sérica; Aldosterona - Soro.
A síntese da aldosterona é regulada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e pelas concentrações séricas de potássio.
Sua secreção é estimulada, majoritariamente, pela angiotensina II e hipercalemia, contribuindo também, com menor intensidade de estímulo, para a angiotensina III e o ACTH.
Em contrapartida, ela é inibida pelo hormônio natriurético atrial, Dopamina, Somatostatina
e Heparina.
Seu mecanismo de ação se dá nos túbulos renais distais, levando à reabsorção de sódio e água (levando a um aumento do volume intravascular), e à excreção de potássio. Dessa forma, a aldosterona contribui para a manutenção do volume sanguíneo e da pressão arterial.
No hiperaldosteronismo primário, são esperadas concentrações altas de aldosterona no plasma e/ou urina, associadas a baixos níveis plasmáticos de renina e potássio.
Existem diversas estratégias e testes de estímulos para a avaliação diagnóstica do hiperaldosteronismo, cada qual com suas indicações e aplicabilidades, utilizadas para o rastreamento, confirmação e diferenciação dos subtipos.
Como solicitar:
Aldosterona - Sangue (especificar a posição antes da coleta: deitada, sentada ou em pé).
0 a 30 dias: 17-154 nanogramas/dL.
31 dias a 11 meses: 6,5-86 nanogramas/dL.
≥ 11 anos:
≤ 21,0 nanogramas/dL.
Atenção! Os valores de referência da aldosterona variam muito de acordo com idade, horário, metodologia, postura do paciente durante a coleta, dieta/ingesta de sódio e potássio, dentre outros fatores. É necessário consultar o valor de referência aplicado pelo laboratório clínico, bem como o preparo indicado.
Uma determinação isolada das concentrações de aldosterona possui pouco valor diagnóstico, já que o sistema renina-angiotensina-aldosterona responde rapidamente a vários mecanismos fisiológicos e patológicos.
Mesmo sob condições controladas (coleta, postura, dieta, etc.), a diferenciação entre hiperaldosteronismo primário e de outras formas de hipertensão é prejudicada com apenas uma dosagem isolada.
O uso da relação aldosterona (nanogramas/dL)/atividade da renina plasmática (nanogramas/mL/hora) aumenta a acurácia diagnóstica do hiperaldosteronismo primário (ponto de corte > 30), sendo o exame mais recomendado para o
screening
do hiperaldosteronismo primário.
O uso de alguns anti-hipertensivos e diuréticos pode interferir nas suas concentrações.
Suas concentrações variam ao longo do dia, chegando a serem até 30% menores ao entardecer em relação aos níveis matutinos.
Uma coleta na posição supina pode apresentar concentrações 50% inferiores daquelas observadas na posição em pé.
Autoria
principal:
Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Hurwitz S, Cohen RJ, Williams GH. Diurnal variation of aldosterone and plasma renin activity: timing relation to melatonin and cortisol and consistency after prolonged bed rest. J Appl Physiol (1985). 2004; 96(4):1406-1414.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.
Loeuille GA, Racadot A, Vasseur P, et al. Blood and urinary aldosterone levels in normal neonates, infants and children. Pediatrie. 1981; 36(5):335-344.
McPherson RA, Pincus MR. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.
Young WF Jr. Primary aldosteronism: a common and curable form of hypertension. Cardiol Rev. 1999; 7(4):207-214.