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Aldosterona - Sangue

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Definição: É o principal hormônio mineralocorticoide, cuja produção se dá na zona glomerulosa do córtex da glândula adrenal, onde a enzima aldosterona sintetase (CYP11B2) converte a corticosterona em aldosterona.

Sinônimos: Aldosterona sérica; Aldosterona - Soro.

A síntese da aldosterona é regulada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e pelas concentrações séricas de potássio. Sua secreção é estimulada, majoritariamente, pela angiotensina II e hipercalemia, contribuindo também, com menor intensidade de estímulo, para a angiotensina III e o ACTH. Em contrapartida, ela é inibida pelo hormônio natriurético atrial, Dopamina, Somatostatina e Heparina.

Seu mecanismo de ação se dá nos túbulos renais distais, levando à reabsorção de sódio e água (levando a um aumento do volume intravascular), e à excreção de potássio. Dessa forma, a aldosterona contribui para a manutenção do volume sanguíneo e da pressão arterial.

No hiperaldosteronismo primário, são esperadas concentrações altas de aldosterona no plasma e/ou urina, associadas a baixos níveis plasmáticos de renina e potássio.

Existem diversas estratégias e testes de estímulos para a avaliação diagnóstica do hiperaldosteronismo, cada qual com suas indicações e aplicabilidades, utilizadas para o rastreamento, confirmação e diferenciação dos subtipos.

    Rastreamento:
  • Relação aldosterona/atividade da renina plasmática;
  • Dosagem de renina.
    Confirmação:
  • Teste de infusão com solução salina;
  • Teste de sobrecarga oral de sódio;
  • Teste de supressão com Fludrocortisona;
  • Teste do Captopril.
    Diferenciação dos subtipos:
  • Teste de estímulo postural;
  • Teste terapêutico com Espironolactona;
  • Exames de imagem.
    Indicações:
  • Investigação de pacientes hipertensos com suspeita de hiperaldosteronismo primário;
  • Investigação de hiperaldosteronismo secundário;
  • Avaliação de hipoaldosteronismo.

Como solicitar: Aldosterona - Sangue (especificar a posição antes da coleta: deitada, sentada ou em pé).

  • Orientações ao paciente:
    • Jejum não necessário;
    • O uso de anti-hipertensivos e diuréticos deve ser suspenso, a critério médico, nas 2 semanas anteriores à realização do exame (preferencialmente de 4-6 semanas);
    • Informar outros medicamentos em uso. [cms-watermark]
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Hipocalemia, se presente, deverá ser corrigida antes da coleta. Para fins de comparação, se forem necessárias novas coletas, fazê-las na mesma faixa de horário (manhã). A posição do paciente antes da coleta (deitado, sentado ou em pé) influencia no resultado, devendo ser especificada na requisição do exame. Manter a amostra sob refrigeração (2 a 8 o C) ou congelada (-20 o C);
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.

0 a 30 dias: 17-154 nanogramas/dL.

31 dias a 11 meses: 6,5-86 nanogramas/dL.

    1 a 10 anos:
  • Deitado: ≤ 40 nanogramas/dL;
  • Em pé: ≤ 124 nanogramas/dL.

≥ 11 anos: ≤ 21,0 nanogramas/dL.

Atenção! Os valores de referência da aldosterona variam muito de acordo com idade, horário, metodologia, postura do paciente durante a coleta, dieta/ingesta de sódio e potássio, dentre outros fatores. É necessário consultar o valor de referência aplicado pelo laboratório clínico, bem como o preparo indicado.

Uma determinação isolada das concentrações de aldosterona possui pouco valor diagnóstico, já que o sistema renina-angiotensina-aldosterona responde rapidamente a vários mecanismos fisiológicos e patológicos.

Mesmo sob condições controladas (coleta, postura, dieta, etc.), a diferenciação entre hiperaldosteronismo primário e de outras formas de hipertensão é prejudicada com apenas uma dosagem isolada.

O uso da relação aldosterona (nanogramas/dL)/atividade da renina plasmática (nanogramas/mL/hora) aumenta a acurácia diagnóstica do hiperaldosteronismo primário (ponto de corte > 30), sendo o exame mais recomendado para o screening do hiperaldosteronismo primário.

O uso de alguns anti-hipertensivos e diuréticos pode interferir nas suas concentrações.

Suas concentrações variam ao longo do dia, chegando a serem até 30% menores ao entardecer em relação aos níveis matutinos.

Uma coleta na posição supina pode apresentar concentrações 50% inferiores daquelas observadas na posição em pé.

    Aumento:
  • Hiperaldosteronismo primário;
  • Hiperaldosteronismo secundário;
  • Hiperaldosteronismo familiar;
  • Tumor secretor de renina;
  • Adenoma produtor de aldosterona;
  • Hipertensão renovascular (estenose de artéria renal);
  • Síndrome de Bartter;
  • Insuficiência cardíaca congestiva;
  • Cirrose;
  • Síndrome nefrótica;
  • Síndrome de Gitelman;
  • Hiperaldosteronismo supressivo por Dexametasona;
  • Drogas (diuréticos). [cms-watermark]
    Diminuição:
  • Doença de Addison;
  • Síndrome de Liddle;
  • Síndrome de Cushing;
  • Síndrome de excesso aparente de mineralocorticoide;
  • Hipoaldosteronismo isolado;
  • Hipoaldosteronismo hiporreninêmico;
  • Heparina;
  • Dopamina. [cms-watermark]

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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