' Amônia - Sangue - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Amônia - Sangue

Voltar

Definição: Composto proveniente da digestão de proteínas pelas células e bactérias intestinais.

Sinônimos: NH 3 ; Amonemia; Amônia plasmática; Amônia - Plasma; Amônia - Sangue.

A amônia - um produto do catabolismo protéico - é transportada para o fígado, no qual é biotransformada em glutamina que, por sua vez, é metabolizada nos rins em seu produto final - a ureia (sua metabolização ocorre no ciclo da ureia).

Nos casos de doença hepática grave, por exemplo, ao invés de ser devidamente catabolizada, a amônia se acumulará no sangue.

Ela pode passar pela barreira hematencefálica, sendo potencialmente tóxica ao sistema nervoso central (sua concentração no líquido cefalorraquidiano é em torno de 33 a 50% superior à do sangue).

Além do sangue, seus níveis também podem ser determinados em urina, líquido ascítico e líquido cefalorraquidiano.

    Indicações:
  • Avaliação de pacientes com doença hepática avançada;
  • Investigação e acompanhamento do tratamento de erros inatos do metabolismo;
  • Auxílio no diagnóstico de anormalidades na metabolização do ciclo da ureia, síndrome de Reye, acidúrias orgânicas, encefalopatia hepática;
  • Monitoramento de pacientes em terapia nutricional hiperproteica;
  • Investigação de estados comatosos de origem indeterminada;
  • Predição de hospitalização, complicações e morte em pacientes com doença hepática.
    Como solicitar: Amônia - Sangue.
  • Orientações ao paciente: J ejum de 8 horas; evitar fumar nas 12 horas que antecedem a coleta; não cerrar o punho antes nem durante a coleta;
  • Tubo para sangue total (tampa roxa – EDTA). Refrigerar a amostra logo após a coleta, centrifugá-la a 4ºC e separar o plasma das células. Caso a análise não consiga ser feita logo após a coleta, deve-se congelar (-20 o C) a amostra imediatamente após o plasma ser aliquotado;
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 1 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa roxa. Ilustração: Caio Lima
Idade micrograma N/dL micromol N/L
Neonatos 90 a 150 64 a 107
< 2 anos 79 a 129 56 a 92
Crianças 29 a 70 21 a 50
Adultos 15 a 45 11 a 32
  • Observação! Os valores de referência e a unidade de medida para a dosagem de amônia no sangue podem variar de acordo com Laboratório Clínico, idade e metodologia utilizada.

Amostras acentuadamente hemolisadas e/ou coletadas e transportadas de maneira inapropriada podem resultar em falsas elevações de amônia no sangue.

Tabagismo e dieta rica em proteínas podem aumentar os níveis de amônia plasmática.

A concentração de amônia pode não apresentar uma correlação muito acurada com a gravidade da encefalopatia hepática.

Valores de glicemia acima de 500 mg/dL podem interferir nos resultados.

Há substancial variabilidade interlaboratorial no processamento da amostra, o que prejudica a interpretação e a comparação de seus resultados.

A amônia é uma substância lábil, suscetível a não conformidades e erros pré-analíticos.

Aumento: Doença hepática; infecção do trato urinário; doença renal; síndrome de Reye; distúrbios do ciclo da ureia; síndrome hiperornitinemia-hiperamonemia-homocitrulinúria; hipertensão portal; insuficiência cardíaca congestiva grave; acidemias orgânicas; infecções por u reaplasma ; alguns neonatos saudáveis (com retorno aos níveis normais em 48 horas); eritroblastose fetal; nutrição parenteral total; dieta hiperproteica; ureterossigmoidostomia; sangramento gastrintestinal; tabagismo; álcool; medicamentos (ex.: Valproato de sódio, diuréticos, barbitúricos).

Diminuição: Hipertensão arterial sistêmica ; hipotireoidismo; hiperornitinemia; medicamentos (ex.: Neomicina, Lactulose, Levodopa).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Bajaj JS, Pyrsopoulos NT, Rahimi RS, et al. Serum ammonia levels do not correlate with overt hepatic encephalopathy severity in hospitalized patients with cirrhosis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2024; 22(9):1950-2.e1.

Balcar L, Krawanja J, Scheiner B, et al. Impact of ammonia levels on outcome in clinically stable outpatients with advanced chronic liver disease. JHEP Rep. 2023; 5(4):100682.

Tranah TH, Ballester MP, Carbonell-Asins JA, et al. Plasma ammonia levels predict hospitalisation with liver-related complications and mortality in clinically stable outpatients with cirrhosis. J Hepatol. 2022; 77(6):1554-63.

Madigan T, Block DR, Carey WA, et al. Proposed plasma ammonia reference intervals in a reference group of hospitalized term and preterm neonates. J App Lab Med. 2020; 5(2):363-9.

Bajaj JS, Bloom PP, Chung RT, et al. Variability and lability of ammonia levels in healthy volunteers and patients with cirrhosis: implications for trial design and clinical practice. Am J Gastroenterol. 2020; 115(5):783-5.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2019.

Rifai N, Horvath AR, Wittwer CT, eds. Tietz textbook of clinical chemistry and molecular diagnostics. 6th ed. Elsevier; 2018.

McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.

Pagana KD, Pagana TJ, Pagana TN. Mosby's diagnostic and laboratory test reference. 13th ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.

Hashim IA, Cuthbert JA. Elevated ammonia concentrations: potential for pre-analytical and analytical contributing factors. Clin Biochem. 2014; 47(16-17):233-6.

Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK, eds. Jacobs & DeMott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc.; 2001.