' Anticorpo Anticélula Parietal - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Anticorpo Anticélula Parietal

Voltar

Definição: Autoanticorpo produzido contra as células parietais da mucosa gástrica, que, por sua vez, são responsáveis pela produção de fator intrínseco, ácido clorídrico, fator de crescimento transformador alfa e catepsina.

Sinônimos: PCA; APCA; Anticorpo Anticélula Parietal; Anticélula Parietal - Ab; Anticorpo Anticélula Parietal - Sangue; Anticorpo Anticélula Parietal Sérico; Anticorpos Anticélulas Parietais.

A anemia perniciosa – causa mais comum de deficiência de vitamina B12 (cobalamina) – é um tipo de anemia megaloblástica, em que cerca de 90% dos pacientes cursam com anticorpos anticélulas parietais detectáveis no sangue.

Com o passar do tempo, em alguns pacientes com diagnóstico prévio de anemia perniciosa, os títulos de anticorpos podem decair de modo gradual, provavelmente devido à perda progressiva de células parietais.

O anticorpo anticélula parietal apresenta menor especificidade, porém maior sensibilidade, para o diagnóstico de anemia perniciosa, quando comparado ao anticorpo antifator intrínseco.

A positividade ao anticorpo anticélula parietal pode ser identificada em até 7% dos adultos saudáveis, e em cerca de 10% dos pacientes com anemia perniciosa confirmada, esses anticorpos podem ser indetectáveis.

Por essa fragilidade nos resultados, os exames devem ser sempre interpretados e correlacionados à luz dos achados clínicos e de outros exames complementares.

    Indicações:
  • Avaliação de pacientes com suspeita diagnóstica de anemia perniciosa, gastrite atrófica ou gastrite autoimune, com ou sem anemia megaloblástica;
  • Investigação de indivíduos com baixas concentrações de vitamina B12.

Como solicitar: Anticorpo anticélula parietal.

  • Orientações ao paciente: Jejum de 8 horas;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Após a coleta, aguardar a retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos, armazenando-o sob refrigeração (2 a 8 o C);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendável: 0,5 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

  • Observação! Os valores de referência/pontos de corte dos anticorpos anticélulas parietais podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.
  • Amostras inativadas pelo calor, hemolisadas ou lipêmicas podem invalidar os resultados encontrados;
  • Em metodologias quantitativas, resultados indeterminados (próximos ao limite entre positivo e negativo) podem ocorrer, indicando baixas concentrações de anticorpos ou reação inespecífica;
  • Pode haver reatividade cruzada com anticorpos tireoidianos ou complexos imunes, promovendo uma falsa positividade do teste;
  • Um resultado negativo não exclui, por definitivo, o diagnóstico de anemia perniciosa/gastrite atrófica. Pacientes idosos apresentam maiores chances de resultados falso-negativos;
  • Indivíduos saudáveis ou com outras condições (ex.: gastrite, desordens autoimunes) podem apresentar resultados positivos;
  • Seus resultados devem ser sempre interpretados e correlacionados à luz dos achados clínicos e de outros exames complementares.
    Reagente:
  • Anemia perniciosa;
  • Gastrite atrófica;
  • Úlcera gástrica;
  • Síndrome de Sjögren;
  • Câncer gástrico;
  • Doenças autoimunes;
  • Parentes saudáveis de pacientes com anemia perniciosa;
  • Indivíduos saudáveis.

Não reagente: Indivíduos saudáveis.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Conti L, Lenti MV, Di Sabatino A, et al. Seronegative autoimmune atrophic gastritis is more common in elderly patients. Dig Liver Dis. 2020; 52(11):1310-4.

Lenti MV, Rugge M, Lahner E, et al. Autoimmune gastritis. Nat Rev Dis Primers. 2020; 6(1):56.

Salinas M, Flores E, López-Garrigós M, et al. High frequency of anti-parietal cell antibody (APCA) and intrinsic factor blocking antibody (IFBA) in individuals with severe vitamin B12 deficiency - an observational study in primary care patients. Clin Chem Lab Med. 2020; 58(3):424-9.

Oo TH. Diagnostic difficulties in pernicious anemia. Discov Med. 2019; 28(155):247-53.

Kanaan S. Laboratório com Interpretações Clínicas. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.

Green R. Vitamin B12 deficiency from the perspective of a practicing hematologist. Blood. 2017; 129(19):2603-11.

McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.

Toh BH. Pathophysiology and laboratory diagnosis of pernicious anemia. Immunol Res. 2017; 65(1):326-30.

Rusak E, Chobot A, Krzywicka A, et al. Anti-parietal cell antibodies - diagnostic significance. Adv Med Sci. 2016; 61(2):175-9.

Bizzaro N, Antico A. Diagnosis and classification of pernicious anemia. Autoimmun Rev. 2014; 13(4-5):565-8.

Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook with Key Word Index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.