'
Definição:
Os anticorpos anticélulas das ilhotas (do inglês,
islet cell antibodies
- ICA), foram o primeiro marcador descrito para o auxílio diagnóstico do diabetes
mellitus
tipo 1 (DM1).
Sinônimos: ICA; ICAs; Anti-ICA; Anti-Ilhota; Autoanticorpos anti-Ilhota; Autoanticorpos anticélulas das ilhotas; Anticélulas beta de ilhotas; Autoanticorpos anticitoplasmáticos das células das ilhotas; Islet cell antibodies (ICA).
O DM1 é uma doença autoimune crônica, que acomete indivíduos geneticamente suscetíveis. Ocorre em razão de uma destruição seletiva das células beta pancreáticas (produtoras de insulina
) por autoanticorpos, o que leva a uma queda desse hormônio na circulação.
Os ICAs estão presentes em cerca de 70-80% dos pacientes, à ocasião do diagnóstico do DM1. Quando presentes em indivíduos saudáveis, indicam risco de 40-50% para o desenvolvimento dessa patologia em um período de 5 anos.
São utilizados, em conjunto com outros autoanticorpos (ex.: autoanticorpo anti-insulina
, anticorpos anti-GAD
), para o
screening
de pacientes selecionados e no auxílio diagnóstico do DM1.
Somente de 2-4% dos pacientes com DM1 não apresentam anticorpos circulantes detectáveis. Em cerca de 10%, há a presença de apenas um marcador, enquanto em 70% deles, três ou quatro marcadores podem ser identificados simultaneamente.
Como solicitar:
Anticorpos Anticélulas das Ilhotas (ICA).
Figura 1
. Tubo para soro - tampa vermelha
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela
Não reagente.
Sua utilização para triagem do DM1 na população geral não é recomendada.
Existe uma extensa variabilidade entre os kits diagnósticos, o que faz com que seus resultados devam ser interpretados com cautela, sempre em conjunto com dados de história clínica, exame físico e outros exames complementares.
O ensaio é mais específico, porém menos sensível que os anticorpos anti-GAD para o diagnóstico do DM1.
Seus níveis podem decair ao longo dos anos.
Um resultado negativo não exclui, de modo definitivo, o diagnóstico do DM1.
Amostras acentuadamente hemolisadas, ictéricas ou lipêmicas podem interferir nos resultados.
Não reagente:
Indivíduos saudáveis.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Bingley PJ. Clinical applications of diabetes antibody testing. J Clin Endocrinol Metab. 2010; 95(1):25-33.
Bingley PJ. Interactions of age, islet cell antibodies, insulin autoantibodies, and first-phase insulin response in predicting risk of progression to IDDM in ICA+ relatives: the ICARUS data set. Islet Cell Antibody Register Users Study. Diabetes. 1996; 45(12):1720-1728.
Chiang JL, Kirkman MS, Laffel LM, et al. Type 1 Diabetes Sourcebook Authors. Type 1 diabetes through the life span: a position statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2014; 37(7):2034-2054.
Harris MI, Robbins DC. Prevalence of adult-onset IDDM in the U.S. population. Diabetes Care. 1994; 17(11):1337-1340.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook With Key Word Index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.
Kacem FH, Jerbi A, Allymamod BT, et al. Characteristics of adult-onset auto-immune type1 diabetes. Am J Med Sci. 2023; S0002-9629(23):01135-01137.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.
Landin-Olsson M, Nilsson KO, Lernmark A, et al. Islet cell antibodies and fasting C-peptide predict insulin requirement at diagnosis of diabetes mellitus. Diabetologia. 1990; 33(9):561-568.
McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.
Pietropaolo M, Eisenbarth GS. Autoantibodies in human diabetes. Curr Dir Autoimmun. 2001; 4:252-282.
Rajkumar V, Levine SN. Latent Autoimmune Diabetes. [Internet]. StatPearls. Treasure Island, FL: StatPearls Publishing. (Accessed on June 04, 2023).