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Arsênico - Sangue

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Definição: É um metal pesado tóxico, encontrado sob diferentes formas e compostos, orgânicos e inorgânicos.

Sinônimos: Arsênio - Sangue; As - Sangue; Arsênico plasmático; Arsenemia.

Na natureza, o arsênico é amplamente distribuído, sendo encontrado em rochas e no solo.

    Ele pode ser utilizado em uma série de finalidades, tais como:
  • Atividades agrícolas: Pesticidas, herbicidas e inseticidas;
  • Industriais: Produção de ligas metálicas e tintas;
  • Armas químicas.

O arsênico em sua forma gasosa (gás arsina - AsH 3 ), e nos seus compostos oxidados trivalente (As 3+ ) e pentavalente (As 5+ ) são as principais formas tóxicas do arsênico, sendo que as formas orgânicas são menos tóxicas.

Na sua forma inorgânica, apresenta uma curta meia-vida de 4-6 horas no sangue, com eliminação majoritariamente por via renal.

Após uma exposição aguda, ele é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal (TGI) e pulmões, enquanto sua absorção pela pele ocorre de maneira mais lenta.

    As maiores causas de exposição humana ocorrem por meio de:
  • Ingestão de água ou alimentos contaminados;
  • Exposição ocupacional;
  • Casos de suicídio/homicídio.

As manifestações clínicas de um envenenamento agudo podem se iniciar já na primeira hora após a exposição, com acometimento multissistêmico.

    Incluem sintomas:
  • Gastrointestinais:
    • Náuseas;
    • Vômitos;
    • Diarreia;
    • Disfagia.
  • Cianose;
  • Taquicardia;
  • Arritmias;
  • Encefalopatia;
  • Convulsões;
  • Hipotensão;
  • Choque;
  • Insuficiência renal aguda.

O gás arsina (sua forma mais letal) se combina irreversivelmente com grupos sulfidril da hemoglobina, causando hemólise intravascular e hemoglobinemia com posterior insuficiência renal aguda.

    Também podem ocorrer sintomas como:
  • Náuseas e vômitos;
  • Cefaleia;
  • Parestesias;
  • Dor abdominal;
  • Hematêmese;
  • Injúria cardíaca;
  • Edema agudo pulmonar.

Os sintomas de intoxicação pela sua forma gasosa podem se manifestar entre 2-24 horas após o contato.

    Já a exposição crônica pode ser de difícil suspeita clínica, com a combinação de:
  • Quadros cardiovasculares;
  • Sintomas gastrointestinais;
  • Neuropatia;
  • Alterações cutâneas e renais.

A dose fatal de As 3+ (trióxido de arsênio) é de cerca de 120 mg. Já o gás arsina pode causar intoxicação em concentrações muito baixas (< 30 partes por milhão).

Os compostos orgânicos possuem uma liberação lenta, com dose fatal de cerca de 0,1 a 0,5 g/kg.

O tratamento da intoxicação aguda inclui lavagem gástrica e uso de medicamentos como o Dimercaprol, o British anti-Lewisite (BAL) e seus derivados, e hemodiálise.

O arsênico pode também ser dosado na Urina e em amostras de cabelo e unhas. Tais materiais são utilizados, principalmente, para o diagnóstico de envenenamento crônico, enquanto sua dosagem no sangue é reservada para casos de intoxicação aguda.

    Indicação:
  • Diagnóstico e monitorização do tratamento da intoxicação aguda/muito recente pelo arsênico.
    Contraindicação:
  • A sua determinação no sangue não deve ser utilizada para se avaliar exposição crônica pelo arsênico.

Como solicitar: Arsênico - Sangue.

  • Orientações ao paciente: Não é necessário nenhum preparo específico. Informar profissão e se existe exposição ocupacional;
  • Tubo para traços de elementos (tampa azul-escura). Manter a amostra sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: S angue;
  • Volume recomendável: 3,0 mL.
Texto alternativo para a imagem

< 70 nanogramas/L.

  • Atenção! Os valores de referência para o arsênico no sangue podem variar de acordo com o laboratório clínico e metodologia utilizada;
  • Atenção! A NR-07 não estabelece valores de referência para o arsênico no sangue;
  • Atenção! Para monitorização ocupacional do arsênico inorgânico e de seus metabólitos metilados (ácido monometilarsônico e ácido dimetilarsínico), segundo a Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, é indicada a coleta de uma amostra urinária após 4 ou 5 jornadas de trabalho consecutivas.

Devido à sua curta meia-vida (4-6 horas), sua dosagem no sangue é reservada para casos de intoxicação aguda.

Nos casos de envenenamento crônico, deve-se dosar o metal em outros materiais (urina, cabelo, unha).

O consumo de alguns alimentos antes da coleta, como frutos do mar, pode causar elevações transitórias das suas concentrações.

A contaminação com outros metais pode interferir no resultado.

Para monitorização ocupacional do arsênico inorgânico e de seus metabólitos metilados (ácido monometilarsônico e ácido dimetilarsínico), segundo a Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, é indicada a coleta de amostra urinária após 4 ou 5 jornadas de trabalho consecutivas.

Devido à possibilidade de interferência analítica, a administração de meios de contrastes que contenham iodo ou gadolíneo deve ser evitada nas 96 horas que antecedem a coleta do exame.

Aumento: Exposição ocupacional; intoxicação aguda/muito recente.

Diminuição: Não se aplica.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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