'
Definição: É uma proteína de baixo peso molecular (11,8 kDa), derivada das membranas celulares.
Sinônimos: BMG; ß 2 -microglobulina; B2M; B2MG; B2MCG; ß 2 -microglobulina sérica.
A ß
2
-microglobulina (B2M) representa a cadeia leve dos antígenos de histocompatibilidade humana (HLA) presentes na superfície da maioria das células nucleadas. Sua função fisiológica é a de apresentação de antígenos aos linfócitos T.
Apresenta meia-vida plasmática de, aproximadamente, 107 minutos. Devido ao seu baixo peso molecular, é facilmente filtrada pelos glomérulos (90%) e reabsorvida, em grande parte, nos túbulos renais proximais. Sob condições fisiológicas, ela é excretada na urina em pequenas concentrações.
Ela também é considerada um marcador tumoral, visto que se encontra aumentada no soro em algumas neoplasias, principalmente as relacionadas aos linfócitos B e em outras condições associadas a um alto
turnover
celular.
Já suas dosagens em uma amostra isolada de urina
apresentam uma boa correlação com as lesões tubulares renais sendo, portanto, utilizadas para a detecção dessas lesões.
Além do soro e da urina
, a ß
2
-microglobulina (B2M) também pode ser dosada em outros fluidos corporais, tais como o líquido cefalorraquidiano (LCR). Quando avaliada no soro, em conjunto com uma amostra urinária
, auxilia na diferenciação de elevações por causas renais ou por aumentos devido a estados de ativação celular.
Como solicitar: ß 2 -microglobulina sérica.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha.
Ilustração:
Caio Lima.
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela.
Ilustração:
Caio Lima.
Amostras acentuadamente lipêmicas podem interferir na sua determinação.
Não é um biomarcador específico, portanto, não deve ser utilizado de forma isolada para a definição do diagnóstico.
Resultados obtidos em kits diagnósticos e metodologias diferentes podem não ser comparáveis entre si. Dessa forma, é recomendado que os exames sejam realizados no mesmo laboratório clínico e ensaio, de modo que a comparação entre os resultados seja válida.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Gamal DM, Badr FM, Taha SIAEF, et al. Serum beta-2 microglobulin as a predictor of nephritis, disease activity, and damage score in systemic lupus erythematosus: a cross-sectional study. Rheumatol Int. 2023; 43(2):323-333.
Garewal H, Durie BG, Kyle RA, et al. Serum beta-2-microglobulin in the initial staging and subsequent monitoring of monoclonal plasma cell disorders. J Clin Oncol. 1984; 2(1):51-57.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.
Kanaan S, Garcia MAT, Xavier AR. Bioquímica Clínica. 3a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2022.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.
Kim SK, Jeong TD. Evaluation of Serum Beta-2-Microglobulin Assay on Beckman Coulter Chemistry Analyzer. Clin Lab. 2022; 68(3).
McPherson RA, Pincus MR. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.
Padala SA, Barsouk A, Barsouk A, et al. Epidemiology, Staging, and Management of Multiple Myeloma. Med Sci (Basel). 2021; 9(1):3.
Pagana KD, Pagana TJ, Pagana TN. Mosby’s diagnostic & laboratory test reference. 14th ed. St. Louis: Elsevier, 2019.