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Beta-hCG (Qualitativo) - Urina

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Definição: Teste imunocromatográfico de fluxo lateral, simples e rápido, utilizado para a detecção qualitativa (alguns ensaios são semiquantitativos) da subunidade beta da gonadotrofina coriônica (ß-hCG) em uma amostra isolada de urina (alguns kits podem utilizar soro como material biológico também).

Sinônimos: ß-hCG Qualitativo - Urina; Beta-hCG (Qualitativo) - Amostra Isolada de Urina; Subunidade Beta da Gonadotrofina Coriônica Qualitativo - Urina; Gonadotrofina Coriônica Qualitativo - Urina; Gonadotrofina Coriônica Humana Qualitativo - Urina; Gonadotrofina Coriônica Humana Qualitativo - Subunidade Beta - Urina; ß-hCG Urinária Qualitativa.

A gonadotrofina coriônica humana (hCG) é uma glicoproteína heterodimérica, composta por duas subunidades (alfa e beta), ligadas por forças iônicas e hidrofóbicas. Ela é produzida pela placenta, mais especificamente pelo sinciciotrofoblasto.

Fisiologicamente, dentre outras funções, a hCG estimula a secreção da progesterona pelo corpo lúteo gravídico, até 3 a 4 semanas após a implantação do zigoto, o que mantém o endométrio secretor.

Após esse período, as células do sinciciotrofoblasto da placenta assumem essa produção (transferência lúteo-placentária). Na gravidez, a hCG promove a diferenciação trofoblástica.

Ela circula no sangue materno e é excretada intacta pelos rins, e, por esse motivo, existem ensaios que podem determinar sua concentração tanto no soro quanto na urina. A concentração urinária da ß-hCG é paralela à quantidade dessa glicoproteina no sangue.

Esse teste pode ser feito já na data provável da menstruação, entretanto, devido às baixas concentrações de ß-hCG nesse período, resultados negativos, diante da permanência da suspeita clínica, devem ser confirmados em uma nova coleta, após 2 dias, para confirmação, ou por uma análise quantitativa no sangue.

Pelo fato de a subunidade alfa ser idêntica à encontrada em outros hormônios glicoproteicos hipofisários (hormônios luteinizante, foliculoestimulante e tireoestimulante ) e a subunidade beta ser exclusiva, ensaios específicos para a subunidade beta foram desenvolvidos, com a vantagem de não apresentarem reatividade cruzada entre os hormônios.

    Indicações:
  • Investigação de gravidez;
  • Avaliação de dor abdominal em mulheres com idade fértil;
  • Triagem de mulheres com idade fértil antes de serem expostas a alguns procedimentos/algumas condutas (ex.: cirurgias, anestesias, radiação ionizante, histeroscopia, medicamentos teratogênicos, etc.).

Como solicitar: ß-hCG (qualitativo) - Urina.

  • Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico. Anotar data da última menstruação, quantidade de dias do ciclo, medicações em uso e indicação clínica. Coletar, preferencialmente, a primeira urina da manhã (mais concentrada);
  • Frasco de coleta: recipiente próprio para urina com tampa. Urinas turvas devem ser centrifugadas antes da realização do teste. As amostras urinárias são estáveis por 2 dias sob refrigeração (2 a 8 o C), e por até 3 meses congeladas (-20 o C);
  • Material: urina (amostra isolada);
  • Volume recomendado: 1 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Pote pequeno para urina com tampa amarela. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Pote sem tampa para urina + tubinho com tampa amarela. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

Observação! A sensibilidade analítica (limite inferior de detecção do ensaio) pode variar de acordo com o kit diagnóstico utilizado.

Urinas turvas, hematúria, densidade baixa, pH > 6 e/ou com sinais de infecção bacteriana podem prejudicar os resultados.

Os resultados do exame devem ser interpretados em conjunto com história clínica, exame físico e outros exames complementares, se necessários.

Coletas muito precoces têm potencial de produzir resultados falso-negativos.

Mulheres saudáveis não grávidas podem ter baixos níveis de ß-hCG circulantes.

Há a possibilidade de que anticorpos heterófilos encontrados na amostra produzam resultados falso-positivos.

Doenças trofoblásticas não gestacionais podem simular resultados positivos na ausência de gravidez.

Toxemia gravídica, aborto iminente, gravidez ectópica podem ocasionar resultados falso-negativos.

Pode haver variações entre os diferentes kits laboratoriais existentes quanto à sensibilidade do teste. De um modo geral, eles são capazes de detectar concentrações urinárias de ß-hCG ≥ 25 mUI/mL.

Por ser um teste qualitativo, só há a possibilidade de dois tipos de resultados: não reagente (negativo) ou reagente (positivo).

Pacientes que receberam hemocomponentes recentes provenientes de uma mulher grávida podem ter resultados falso-positivos.

O resultado, estabelecido pela visualização das bandas da reação, é interpretado a olho nu, o que pode variar de acordo com a perspectiva do profissional executante.

Reações de fraca intensidade devem ser consideradas/interpretadas como positivas.

A avaliação do ß-hCG urinário não reflete o contexto de doenças produtoras de hCG de maneira tão acurada quanto à sua determinação no soro.

Resultados falso-negativos podem ocorrer diante de altas concentrações do fragmento-núcleo da bhCG (CF-bhCG), que ocorre aproximadamente entre a 7 a e a 12 a semana gestacional, por saturação dos anticorpos utilizados no ensaio (efeito prozona).

Positiva: Gravidez, gestação múltipla, trissomia do 21, tumores de células germinativas, tumores trofoblásticos gestacionais, eritroblastose fetal; pré-eclâmpsia; alguns carcinomas de pulmão, próstata, ovário, estômago, cólon, pâncreas, fígado, mama.

Negativa e/ou aumento lentificado: Abortamento espontâneo, gravidez ectópica; trissomia do 18; má implantação do zigoto, gênero masculino, mulheres não grávidas.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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