'
Definição: O citomegalovírus humano (HCMV) é um vírus de material genético composto por ácido desoxirribonucleico (DNA), membro da família Herpesvirida e. Ele é um organismo intracelular obrigatório, que, após a infecção aguda primária, se mantém em um estado latente no interior dos leucócitos.
Sinônimos:
CMV IgM; HCMV IgM; Anticorpos Anti-CMV IgM; Sorologia IgM do CMV; Citomegalovirose IgM; Anti-HCMV IgM; Anti-citomegalovírus IgM, Ab; Citomegalovírus IgM sérico; Citomegalovírus IgM - Sangue.
O diagnóstico da infecção aguda, latente ou da reativação da forma latente pelo HCMV é especialmente importante em pacientes imunocomprometidos, gestantes e neonatos , tendo em vista a sua maior gravidade nesses grupos. De todas as infecções congênitas, a infecção pelo HCMV é a mais prevalente, atingindo cerca de 1% dos nascidos vivos.
Pela possibilidade de os anticorpos imunoglobulina M (IgM) surgirem em até 14 dias após a infecção primária, o exame deve ser repetido em 2 semanas para uma melhor interpretação em casos suspeitos e resultado negativo da sorologia. Os anticorpos podem permanecer detectáveis por 3 meses a 1 ano (dependendo da técnica e da dinâmica da produção de anticorpos).
A IgM pode ser produzida em pequenas quantidades nos casos de reativação de infecção latente, portanto, sua positividade nem sempre indica uma infecção aguda. Por não ser capaz de atravessar a barreira placentária, é especialmente útil para a investigação de infecção congênita.
Quando positivo em conjunto com os anticorpos imunoglobulina G (IgG), notadamente em mulheres grávidas, o teste de avidez de IgG deve ser solicitado. A sorologia (IgM e IgG ) ainda é o método mais utilizado e amplamente disponível para o diagnóstico de HCMV, embora existam outros exames e métodos que auxiliam na interpretação do caso (ex.: teste de avidez de IgG, pesquisa de células citomegálicas, testes moleculares).
A maioria das infecções agudas em indivíduos imunocompetentes é assintomática ou oligossintomática, podendo ocorrer um quadro semelhante ao da mononucleose infecciosa, e até 80% da população adulta está infectada pelo HCMV.
Como solicitar:
Citomegalovírus IgM.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha -
Ilustração
: Caio Lima.
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela -
Ilustração:
Caio Lima.
Não reagente.
Observação!
Os valores de referência e os pontos de corte dos títulos de anticorpos anticitomegalovírus IgM podem variar de acordo com o Laboratório Clínico e a metodologia utilizada.
Amostras acentuadamente hemolisadas, ictéricas, lipêmicas e/ou inativadas pelo calor podem ter seus resultados prejudicados.
Anticorpos heterófilos, fator reumatoide, imunocomplexos e infecções por outras doenças virais (ex.: vírus Epstein-Barr, parvovírus B19) podem promover resultados falso-positivos.
Um resultado negativo não exclui a possibilidade de infecção primária.
Anticorpos IgM podem ser produzidos por recém-nascidos saudáveis, em virtude de uma reação imune contra os anticorpos IgG maternos transmitidos pela via placentária.
Os resultados dos exames devem ser sempre correlacionados com história clínica, sintomas e outros exames complementares.
Amostras coletadas muito precocemente no curso da infecção podem apresentar resultados negativos. Uma nova coleta deve ser feita em 10 a 14 dias a fim de avaliar a viragem sorológica.
Especialmente em indivíduos imunocomprometidos, a resposta sorológica pode estar prejudicada, determinando uma lentificação na dinâmica da produção de anticorpos.
A IgM pode ser produzida em pequenas quantidades nos casos de reativação de infecção latente; portanto, sua positividade nem sempre indica uma infecção aguda.
Reagente: Infecção primária aguda; infecção latente (títulos decrescentes ainda detectáveis); citomegalovirose congênita.
Não reagente:
Indivíduos sem contato prévio; infecção primária aguda em estágio muito inicial; infecção latente.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Chan ES, Suchet I, Somerset D, et al. Maternal cytomegalovirus (CMV) serology: the diagnostic limitations of CMV IgM and IgG avidity in detecting congenital CMV infection. Pediatr Dev Pathol. 2024.
Daiminger A, Beck R, Exler S, et al. Performance of eight commercial immunoassays for the detection of cytomegalovirus-specific IgM antibodies in pregnancy - no test fits all needs. J Clin Microbiol. 2024; 62(4):e0140723.
Steve RJ, Mammen S, Selvaraj K, et al. Comparison of a chemiluminescence immunoassay and an enzyme immunoassay for detection of IgM antibodies against measles, mumps, rubella, cytomegalovirus (CMV), Epstein Barr virus (EBV), and human herpes virus (HHV) -1 and -2 infections. Indian J Med Microbiol. 2022; 40(3):354-8.
Navti OB, Al-Belushi M, Konje JC; FRCOG. Cytomegalovirus infection in pregnancy - an update. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2021; 258:216-22.
Sarasini A, Arossa A, Zavattoni M, et al. Pitfalls in theserological diagnosis of primary human cytomegalovirus infection in pregnancy due to different kinetics of IgM clearance and IgG avidity index maturation. Diagnostics (Basel). 2021; 11(3):396.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2019.
McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
Dioverti MV, Razonable RR. Cytomegalovirus. Microbiol Spectr. 2016; 4(4).
Bruminhent J, Thongprayoon C, Dierkhising RA, et al. Risk factors for cytomegalovirus reactivation after liver transplantation: can pre-transplant cytomegalovirus antibody titers predict outcome? Liver Transpl. 2015; 21(4):539-46.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK, eds. Jacobs & DeMott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc.; 2001.