'
Definição: O Clostridioides (anteriormente Clostridium ) difficile é um bacilo anaeróbio, Gram-positivo, sendo considerado o principal agente etiológico da diarreia causada por antibióticos e da colite pseudomembranosa. É o principal motivo de diarreia nosocomial em adultos.
Sinônimos: Clostridium difficile - Cultura fecal; C. difficile (Cultura) - Fezes; C. difficile (Cultura para anaeróbios) - Fezes.
A colite pseudomembranosa, ligada ao
C. difficile,
tem como principal causa a utilização de antibióticos, como Cefalosporinas, Penicilinas, Clindamicina.
Sua patogenia tem relação com a destruição da flora bacteriana colônica, depois do uso de antibióticos, associada ao contato com cepas toxicogênicas do
C. difficile
.
As toxinas A e B aumentam a permeabilidade vascular, gerando interleucinas e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa), o que leva a uma resposta inflamatória, formação de pseudomembranas e risco de sangramento.
Pode haver uma variação dos sinais e sintomas, desde um quadro moderado com diarreia aquosa, febre e dor abdominal, até quadros graves, podendo ser fatais, com perfuração intestinal e peritonite.
A cultura fecal possui um ótimo desempenho analítico (sensibilidade > 90%; especificidade > 98%) permitindo, além de evidenciar a presença do
C. difficile
, realizar o teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA).
Como solicitar: Clostridioides difficile (Cultura) - Fezes.
Negativo.
Esse teste não é indicado para controle de cura.
A cultura de fezes para o
Clostridioides difficile
é um método laborioso e demorado (pode levar dias até o resultado final), limitando assim o seu uso de rotina.
Isoladamente, a cultura não permite a distinção entre cepas toxicogênicas e não toxicogênicas.
A presença de contaminantes na amostra pode prejudicar o crescimento bacteriano.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Blossom DB, McDonald LC. The challenges posed by reemerging Clostridium difficile infection. Clin Infect Dis. 2007; 45(2):222-227.
Cohen SH, Gerding DN, Johnson S, et al., Society for Healthcare Epidemiology of America, Infectious Diseases Society of America. Clinical practice guidelines for Clostridium difficile infection in adults: 2010 update by the society for healthcare epidemiology of America (SHEA) and the infectious diseases society of America (IDSA). Infect Control Hosp Epidemiol. 2010; 31(5):431-455.
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook With Key Word Index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc, 2001.
Kanaan S. Laboratório com Interpretações Clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.
McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.
Shanholtzer CJ, Willard KE, Holter JJ, et al. Comparison of the VIDAS Clostridium difficile toxin A immunoassay with C. difficile culture and cytotoxin and latex tests. J Clin Microbiol. 1992; 30(7):1837-1840.
Surawicz CM, Brandt LJ, Binion DG, et al. Guidelines for diagnosis, treatment, and prevention of Clostridium difficile infections. Am J Gastroenterol. 2013; 108(4):478-498; quiz 499.