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Clostridioides difficile - Toxina A e B

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Definição: Clostridioides (anteriormente Clostridium ) difficile , é um b acilo anaeróbio, gram-positivo, principal agente etiológico da diarreia induzida por antibióticos e da colite pseudomembranosa, sendo considerada a causa mais importante de diarreia nosocomial em adultos.

Sinônimos: Toxina A e B - Clostridium difficile (imunoensaio); Toxina A e B - C. difficile ; Pesquisa das toxinas A e B - C. difficile ; Toxina A (enterotóxica) e toxina B (citotóxica) - Clostridium difficile ; Clostridioides difficile - Toxina A e B - Fezes; Pesquisa de Toxina A e B fecal para C. difficile .

A colite pseudomembranosa atribuída a C. difficile é causada, principalmente, pelo uso de antibióticos (ex.: Cefalosporinas, Penicilinas, Clindamicina).

Sua patogenia está relacionada com a destruição da flora bacteriana colônica, classicamente após administração de antibióticos, aliada à exposição de cepas toxicogênicas de C. difficile .

As cepas toxicogênicas de C. difficile, usualmente, produzem uma ou duas toxinas, que podem ser detectadas diretamente nas fezes: toxina A (enterotóxica) e/ou toxina B (citotóxica).

As toxinas A e B levam a um aumento da permeabilidade vascular, induzindo a produção de interleucinas e fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa), levando a uma resposta inflamatória e a formação de pseudomembranas.

Os sinais e sintomas podem variar desde um quadro moderado de diarreia aquosa, dor abdominal, febre, até quadros graves e potencialmente fatais de perfuração intestinal e peritonite.

O imunoensaio utilizado para a detecção das toxinas A e B de C. difficile é tecnicamente simples, rápido, e apresenta boa especificidade (95-100%), embora tenha relativa baixa sensibilidade (65-85%), em comparação ao ensaio de citotoxina.

    Outros métodos podem ser utilizados para o auxílio diagnóstico, como:
  • Antígeno GDH (utilizado para screening , por apresentar alta sensibilidade e valor preditivo negativo);
  • Ensaio de citotoxina (sensibilidade de 80-90%; especificidade > 99%);
  • Cultura fecal (sensibilidade > 90%; especificidade > 98%);
  • Técnicas moleculares (sensibilidade de 93-100%).
    Indicações:
  • Diagnóstico da diarreia induzida por antibióticos e da colite pseudomembranosa;
  • Avaliação de quadros diarreicos em pacientes hospitalizados, especialmente com mais de 72 horas de internação;
  • Após um screening positivo para o antígeno GDH , a fim de confirmar o resultado. Nessa situação, caso a pesquisa das toxinas seja negativa, a realização de outros ensaios (ex.: moleculares ) pode ser necessária.

Como solicitar: Clostridioides difficile - Toxina A e B - Fezes.

  • Orientações ao paciente:
    • Recomenda-se a coleta de fezes diarreicas ou semiformadas. Evitar a contaminação das fezes com urina durante a coleta do material. Informar sobre o uso recente ou atual de antibióticos.
  • Frasco de coleta: frasco para fezes, com tampa. Manter o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: fezes;
  • Volume recomendável: 5,0 g.
Texto alternativo para a imagem Frasco de coleta próprio para fezes com tampa. Ilustração: Caio Lima

Negativos.

A pesquisa das toxinas A e B não deve ser utilizada para o screening de pacientes hospitalizados sem sintomas gastrointestinais.

Uma proporção relativamente alta de resultados falso-negativos pode ocorrer, já que é necessária uma quantidade considerável de toxinas nas fezes para o ensaio detectá-las.

Em alguns casos, múltiplas coletas são necessárias para confirmação diagnóstica.

Nem todas as cepas de C. difficile são toxicogênicas, e, mesmo as que são, se em baixas concentrações, podem não desencadear a doença.

Muitos pacientes com resultados positivos podem permanecer assintomáticos no decorrer de toda a internação.

Técnicas moleculares , citotóxicas e de cultura estão disponíveis para o auxílio diagnóstico, apresentando melhor acurácia diagnóstica.

Sua sensibilidade pode variar de acordo com o kit diagnóstico utilizado.

Resultados discordantes entre a pesquisa do antígeno GDH e a das toxinas A e B devem ser confirmadas com um outro ensaio (ex.: molecular ).

Em crianças menores que 3 anos, a pesquisa para as toxinas A e B pode não distinguir, acuradamente, a infecção por C. difficile da colonização.

    Positivas:
  • Diarreia induzida por antibióticos;
  • Colite pseudomembranosa;
  • Colonização por cepas toxicogênicas de C. difficile .
    Negativas:
  • Indivíduos saudáveis;
  • Colonização por cepas não toxicogênicas de C. difficile.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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