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Colesterol (Líquido Pleural)

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Definição: É um lipídeo, principal constituinte das membranas celulares, que está envolvido na produção de hormônios esteroides e ácidos biliares. A análise do colesterol no líquido pleural é utilizada, em conjunto com outros marcadores, na avaliação/diferenciação da causa do derrame.

Sinônimos: Colesterol Total - Líquido Pleural; CT - Líquido Pleural; Colesterol - Derrame Pleural.

No sangue, o colesterol é transportado associado às lipoproteínas. Uma dosagem de colesterol sérico pode ser solicitada em conjunto com a pleural, para fins de comparação entre os valores observados.

Um quilotórax (resultado de uma ruptura, laceração ou obstrução do ducto torácico) apresenta, caracteristicamente, uma alta concentração de triglicerídeos/quilomícrons (> 110 mg/dL) e baixa de colesterol.

Já no pseudoquilotórax (ex.: tuberculose, mixedema, artrite reumatoide) os níveis de colesterol são elevados (> 200 mg/dL), enquanto os de triglicerídeos frequentemente são baixos.

O líquido pleural é obtido, usualmente, por um procedimento médico denominado toracocentese.

    Indicação:
  • Auxiliar no diagnóstico e na diferenciação dos derrames pleurais em transudatos/exsudatos, quilosos/pseudoquilosos.

Como solicitar: Colesterol Total - Líquido Pleural.

  • Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico;
  • Utilizando-se uma seringa heparinizada, coletar a amostra e transferi-la para um tubo seco estéril, sem conservantes;
  • Para coleta do colesterol sérico: tubo para soro (tampa vermelha/amarela);
  • Material: líquido pleural;
  • Volume recomendável: 1,0 mL;
  • Como geralmente há a solicitação de outros exames em conjunto, recomenda-se uma quantidade total de 50 mL, fracionados em tubos apropriados.
  • Transudato: < 60 mg/dL;
  • Exsudato: > 60 mg/dL;
  • Quilotórax: Triglicerídeos > 110 mg/dL;
  • Pseudoquilotórax: > 200 mg/dL ou presença de cristais de colesterol. Relação colesterol/triglicerídeos > 1.

Observação: Os valores de referência/pontos de corte para o colesterol no líquido pleural podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

O uso de N-aceltilcisteína (NAC) pode diminuir falsamente os resultados.

Seus resultados devem ser interpretados em conjunto com dados clínicos e outros exames complementares.

Embora, raramente, as gamopatias monoclonais, notadamente por IgM (macroglobulinemia de Waldenstrom), podem levar a resultados espúrios.

  • Exsudato (colesterol pleural "alto"): Artrite reumatoide, neoplasias, infecção, perfuração ou ruptura do esôfago, abscesso subfrênico, abscesso hepático, pancreatite, trauma, LES, embolia pulmonar, hemotórax, tuberculose, quilotórax, pseudoquilotórax, drogas (Nitrofurantoína, Metotrexato, Amiodarona);
  • Transudato (colesterol pleural "baixo"): H i poalbuminemia, atelectasia, cirrose hepática, insuficiência cardíaca congestiva, diálise peritoneal, síndrome nefrótica, estágios terminais de insuficiência renal, sobrecarga de volume.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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