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Definição: É uma prova funcional de supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), empregada para avaliação da sua integridade.
Sinônimos:
Teste de Liddle 1; Liddle 1; teste de supressão do cortisol pós-Dexametasona.
A dexametasona é um esteroide 25 vezes mais potente que o cortisol, e tem a vantagem de não ser detectada nos ensaios para a dosagem do cortisol.
Vários protocolos com o uso da dexametasona foram descritos, com dosagens plasmáticas de cortisol e de 17-OH urinário.
O princípio desse teste se baseia na perda da retroalimentação normal do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) nos pacientes com síndrome de Cushing.
O teste clássico é o de Liddle 1, que utiliza 0,5 mg de dexametasona por via oral, de 6/6 horas por 2 dias, sendo feita uma dosagem do cortisol sérico após esse período.
Existe um teste simplificado (teste de supressão noturna -
overnight
), no qual 1 mg de dexametasona é administrada às 23h, com uma coleta de sangue para determinação do cortisol às 8h do dia seguinte (valor de referência: < 1,8 micrograma/dL).
Outras provas funcionais podem ser solicitadas para complementação diagnóstica.
Como solicitar:
Cortisol após supressão com Dexametasona (Liddle 1).
A fenitoína aumenta o metabolismo da dexametasona, podendo levar a resultados falso-positivos.
A concentração da globulina ligante do cortisol (CBG) apresenta moderada variabilidade interindividual e é afetada por várias condições clínicas, hormônios e medicamentos.
O uso de anticoncepcionais orais, espironolactona e tetraciclina pode levar a concentrações falsamente aumentadas de cortisol, em algumas metodologias.
Requer boa aderência do paciente ao protocolo.
Concentrações falsamente elevadas podem ser encontradas devido a reações cruzadas com outros esteroides, em algumas metodologias.
O uso de biotina (vitamina B
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) pode interferir em algumas metodologias. Seu uso deve ser suspenso, a critério médico, nas 72 horas que antecedem a coleta.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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