Cromo - Amostra Isolada de Urina
Definição: O cromo é um elemento-traço que, acredita-se, ser essencial aos humanos. Ele apresenta um papel importante no metabolismo dos lipídeos e na regulação da glicose e insulina .
Sinônimos: Cr* - Amostra Isolada de Urina; Cromo - Amostra Isolada; Cromo - Spot Urinário.
Atenção!
Cuidado com as abreviações, já que o símbolo na tabela periódica do cromo é “Cr”, e pode ser confundido com creatinina em amostra isolada de urina
no cadastro do exame no laboratório clínico.
Metal brilhante, acinzentado, duro e resistente à corrosão. Ele é muito utilizado na indústria química, bem como na produção de aço inoxidável, nos processos de galvanização, como catalisador de ligas metálicas etc.
Existem duas formas encontradas nos sistemas biológicos:
O cromo trivalente (Cr(III)) e o hexavalente (Cr(VI)); este último é o mais tóxico.
O cromo é excretado principalmente pela urina, cuja concentração se correlaciona com o grau de exposição. Sob condições fisiológicas, é encontrado em níveis muito baixos na urina e no plasma
.
Sua intoxicação pode se manifestar clinicamente por náuseas/vômito, vertigem, convulsões, conjuntivite, irritação gástrica, disfunção tubular proximal, dermatite, bronquite, asma, choque, coma. Já sua deficiência pode acarretar um aumento da resistência insulínica e hiperlipidemia.
O cromo também pode ser determinado em amostras de urina de 24 horas ou no sangue . No Brasil, para fins de monitorização da exposição ocupacional, o cromo hexavalente (compostos solúveis) em uma amostra isolada de urina é a forma a ser avaliada laboratorialmente.
-
Indicações:
- Avaliação e monitoramento de exposição ocupacional.
Como solicitar: Cromo - Amostra Isolada de Urina.
-
Orientações ao paciente:
- Jejum não necessário;
-
Informar sobre ocupação atual e se houve exposição acidental;
-
Orientar rotina e hidratação diária habitual, abstendo-se de praticar exercícios físicos;
-
Não utilizar recipientes de vidro para a coleta/armazenamento;
- Lavar as mãos e realizar assepsia da região genital com água e sabão;
-
Evitar contaminação com as fezes durante a coleta;
-
Deve-se reter a urina por pelo menos 4 horas, desprezando o primeiro jato, e colhendo o jato médio (meio) da urina no frasco de coleta;
-
Levar o material ao laboratório clínico em, no máximo, 2 horas após a coleta, conservada sob refrigeração (2 a 8
o
C).
- Observação! O uso recente de contrastes radiológicos pode interferir nos resultados. Deve-se aguardar pelo menos 96 horas após o uso dessas substâncias para a realização do exame;
-
Observação!
As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o trabalhador efetivamente estiver exposto ao cromo.
-
Frasco de coleta:
Frasco de urina, livre de metais, com tampa de rosca e sem conservantes;
-
Material:
Urina recente (amostra isolada);
-
Volume recomendável:
5,0 mL.
Figura 1.
Frasco coletor de urina não estéril.
Ilustração:
Caio Lima
Figura 2.
Kit coletor de urina não estéril.
Ilustração:
Caio Lima
-
Indicador Biológico de Exposição Excessiva (IBE/EE) do Cromo hexavalente (compostos solúveis):
- Na urina ao final do último dia de jornada da semana: 25 µg/L;
- Diferença pré e pós-jornada na urina (aumento durante a jornada): 10 µg/L.
Atenção!
O valor do Indicador Biológico de Exposição Excessiva (IBE/EE) é o recomendado pela Norma Regulamentadora nº 7 (NR-07), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Atenção!
A NR-07 não estabelece valores de referência para indivíduos não expostos ocupacionalmente.
A contaminação da urina com outros metais pode aumentar falsamente os resultados.
O uso recente de contrastes radiológicos pode interferir nos resultados. Deve-se aguardar pelo menos 96 horas após o uso dessas substâncias para a realização do exame.
As concentrações na urina são tão baixas que, em alguns laboratórios e em determinadas metodologias, os níveis inferiores da normalidade não são detectados (abaixo da sensibilidade analítica). Nesses casos, o teste só é adequado para os casos de intoxicação.
Coleta, processamento, armazenamento e transporte das amostras devem seguir rigorosamente as orientações do laboratório clínico.
Aumento:
Intoxicação; suplementação; diabetes; ingesta recente de carboidratos; exposição ocupacional; uso de próteses metálicas que contenham cromo.
Diminuição:
Nutrição parenteral total.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Medicina Laboratorial e Patologia Clínica).
Jacobs DS, DeMott WR, Oxley DK. Jacobs & DeMott Laboratory Test Handbook with Key Word Index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.
Keegan GM, Learmonth ID, Case CP. A systematic comparison of the actual, potential, and theoretical health effects of cobalt and chromium exposures from industry and surgical implants. Crit Rev Toxicol. 2008; 38(8):645-674.
McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.
Ministério do Trabalho e Emprego (BR), Programa de controle médico de saúde ocupacional. NR nº 07, de 29 de dezembro de 1994. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1994. (Alterado pela Portaria MTP nº 567, de 10 de março de 2022).
Rifai N, Horwath AR, Wittwer CT. Tietz Textbook of Clinical Chemistry and Molecular Diagnostics. 6th ed. Philadelphia: Elsevier, 2017.
Vincent JB. Elucidating a biological role for chromium at a molecular level. Acc Chem Res. 2000; 33(7):503-510.