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Dosagem Sérica de Quinidina

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Definição: A Quinidina é um antiarrítmico bloqueador dos canais de sódio, utilizado para arritmias ventriculares, supraventriculares e as taquiarritmias.

Sinônimos: Nível Sérico de Quinidina; Dosagem de Quinidina; Quinidine; C 20 H 24 N 2 O 2 ; Quinidina - Sangue.

A Quinidina foi a primeira droga utilizada como um antiarrítmico, muito empregada no século XX. Seu mecanismo de ação decorre da capacidade de induzir uma redução da contratilidade miocárdica, justificando, assim, suas propriedades antiarrítmicas.

Sua absorção é rápida e completa, apresentando um pico sérico em 1,5-2 horas após administração oral. Em preparações de liberação prolongada, seu pico é alcançado em torno de 4-5 horas.

Apresenta meia-vida em torno de 6-8 horas, estando ligado a proteínas plasmáticas na proporção de 70-80%, com biodisponibilidade de 90-100%. Sua excreção urinária é de, aproximadamente, 20%.

Os efeitos tóxicos incluem cinchonismo, discrasia sanguínea, febre, hepatite, arritmias e fibrilações ventriculares, bloqueio AV e morte súbita.

    Indicações:
  • Monitorização da adesão ao tratamento, dos níveis terapêuticos e de toxicidade;
  • Individualização da dose medicamentosa.

Como solicitar: Quinidina.

  • Orientações ao paciente:
    • Não há necessidade de preparo específico;
    • Anotar dia e hora da última dose, além de outros medicamentos em uso. [cms-watermark]
  • Tubo para soro sem gel separador (tampa vermelha/amarela). Aguardar a devida retração do coágulo, centrifugar a amostra por 15 minutos, separar o soro das células e congelar (-20 o C) o material caso a análise não possa ser feita rapidamente. A coleta ideal deve ser feita imediatamente antes da administração da próxima dose, ou a critério médico. O estado de equilíbrio é alcançado em 30-40 horas;
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 2,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima
  • Faixa terapêutica: 2-5 microgramas/mL;
  • Nível tóxico: > 8 microgramas/mL;
  • Observações:
    • Níveis > 14 microgramas/mL estão associados a toxicidade cardíaca;
    • Os valores de referência da Quinidina podem variar de acordo com laboratório clínico e metodologia utilizada.

O método utilizado deve também ser capaz de medir os metabólitos ativos da Quinidina, especialmente a di-hidroquinidina.

Reações cruzadas podem ocorrer em algumas metodologias.

Importante atenção deve ser dada a pacientes que fazem uso de Quinidina concomitantemente com Digoxina, já que a concentração e o estado de equilíbrio do último podem aumentar consideravelmente.

Suas concentrações séricas devem ser correlacionadas a estado clínico e exame físico do paciente.

    Aumento: Tratamento com Quinidina associado a:
  • Administração de dose excessiva;
  • Insuficiência renal;
  • Insuficiência cardíaca severa;
  • Medicamentos (Verapamil, Amiodarona, agentes alcalinizantes, Cimetidina).
    Diminuição: Tratamento com Quinidina associado a:
  • Não adesão ao tratamento;
  • Medicamentos (Fenitoína, Fenobarbital, Rifampicina, Nifedipina).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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