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Definição: O eletroencefalograma (EEG) é um exame complementar que lê a atividade elétrica no couro cabeludo, gerada por estruturas cerebrais. Trata-se de um procedimento completamente não invasivo, que pode ser aplicado repetidamente em pacientes adultos e crianças, com praticamente nenhum risco ou limitação.
Os grupamentos de neurônios corticais interagem uns com os outros por meio de sinapses. Entre esses neurônios, há um ambiente aquoso no qual existe um fluxo de moléculas com cargas elétricas (positivas e negativas). Esse fluxo e as diferenças de concentração iônica nos meios intra e extracelulares geram a diferença de potencial.
O campo elétrico no volume condutor, formado pelos componentes aquosos que rodeiam os neurônios é o que gera atividade elétrica cerebral, que pode ser mensurada no couro cabeludo ao se colocar eletrodos de escalpo que se comportam como transdutores de corrente iônica celular em corrente elétrica.
O sistema de posicionamento internacional 10-20 consiste na colocação dos eletrodos em distâncias que variam entre 10% e 20% de pontos de referência estabelecidos no crânio.
Ele é composto por 21 eletrodos: 19 posicionados no couro cabeludo e dois nas regiões auriculares (denominados pela letra A).
A posição de cada eletrodo sobre o couro cabeludo é designada por uma letra e por um número. As letras correspondem aos nomes dos lobos cerebrais subjacentes, com exceção da região central, que representa áreas de proximidades do sulco central, e da região frontopolar, que se refere à porção anterior do lobo frontal.
Os números indicam o hemisfério: números ímpares (hemisfério esquerdo) e números pares (hemisfério direito).
Os eletrodos da linha média são identificados pela letra da região seguida da letra Z (de zero), evitando-se o uso do algarismo “0” para não confundir com a letra O de occipital.
Fp – frontopolar, F – frontal, C – central, P – parietal, T – temporal e O – occipital.
No exame eletroencefalográfico normal de um adulto acordado com os olhos fechados, há um ritmo alfa de 8,5 a 12 Hz, máximo na parte posterior da cabeça, denominado ritmo posterior dominante. A amplitude do alfa cai anteriormente, onde há atividade beta de baixa voltagem. O ritmo alfa torna-se mais baixo (atenua) ou desaparece completamente quando os olhos se abrem, e se torna mais alto (aumenta) quando os olhos se fecham.
Autoria principal: Felipe Nobrega (Neurologia).
Revisão:
Danielle Calil (Neurologia).
Ebersole JS, Pedley TA. Current practice of clinical electroencephalography. 4th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins, 2014.
Libenson MH. Practical approach to electroencephalography. Philadelphia: Elsevier, 2009.
Rios-Pohl L, Yacubian EM. O ABC de um registro eletroencefalográfico: da teoria à clínica. Rio de Janeiro: Revinter, 2016.