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Epstein-Barr IgM (Anti-VCA IgM)

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Definição: O vírus Epstein-Barr (EBV) é um herpes-vírus que, além de ser o principal agente causador da mononucleose infecciosa, também está relacionado a uma série de outras patologias, como linfoma de Burkitt, carcinomas da nasofaringe, linfomas de células T, carcinomas do estômago, leucoplasia pilosa oral, linfoma de Hodgkin, entre outros.

Sinônimos: EBV IgM; Anti-VCA IgM; IgM Anti-VCA; Anticorpos Anti-VCA IgM; Anticorpos IgM Anti-VCA; Anti-VCA IgM, Ab; Anticorpos Anticapsídeo Viral IgM; Anti-VCA IgM Sérico; Anti-VCA IgM - Sangue.

A resposta sorológica a uma infecção pelo EBV ocorre pela produção de anticorpos específicos contra os vários tipos de antígenos do vírus; dentre eles, o mais significativo clínica e laboratorialmente: os anticorpos contra o capsídeo viral (anti-VCA, do inglês viral capsid antigen ), que podem ser do tipo imunoglobulina M (IgM) ou G (IgG).

A IgM anti-VCA pode elevar suas concentrações a níveis detectáveis precocemente já no período de incubação e na fase prodrômica inicial (devido, notadamente, ao longo período de incubação viral), decaindo durante a segunda e terceira semanas da doença, com diminuição de sua titulação a valores indetectáveis em cerca de 6 meses.

Outros exames laboratoriais também estão disponíveis para auxiliar o raciocínio clínico-diagnóstico, como a pesquisa de anticorpos heterófilos , anticorpos anti-VCA IgG , anticorpos anti-EA-D (antígeno precoce anti-D), anticorpos antiantígeno nuclear de Epstein-Barr (EBNA), testes moleculares (reação em cadeia da polimerase [PCR]).

    Indicações:
  • Diagnóstico de infecção aguda/recente pelo EBV;
  • Avaliação da suspeita de mononucleose em pacientes com resultados negativos para anticorpos heterófilos;
  • Investigação de distúrbios mieloproliferativos e linfomas.

Como solicitar: Anti-VCA IgM.

  • Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela) (figuras 1 e 2). Aguardar a completa retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos e manter a amostra sob refrigeração (2 a 8 o C);
  • Material: s angue;
  • Volume recomendável: 1 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

Observação! Os pontos de corte dos títulos de anticorpos anti-VCA IgM podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada. [cms-watermark]

Reações falso-positivas podem ocorrer pela infecção por outros herpes-vírus e contaminações recentes.

Amostras acentuadamente hemolisadas, ictéricas, lipêmicas e/ou inativadas pelo calor podem interferir nos resultados.

A dinâmica da produção e da detecção de anticorpos pode apresentar variações entre os indivíduos e os kits diagnósticos utilizados, respectivamente.

O resultado da anti-VCA IgM pode ser negativo em casos de reativação viral.

Reações falso-negativas podem ocorrer pela característica transitória da IgM.

Até 20% dos pacientes com quadro de mononucleose não estão infectados pelo EBV, mas por outros vírus (ex.: vírus da imunodeficiência humana, rubéola, citomegalovírus, micoplasma, T oxoplasma gondii ).

Amostras coletadas muito precocemente no curso da infecção podem apresentar resultados negativos. Uma nova coleta deve ser feita em 1 a 2 semanas a fim de avaliar a viragem sorológica.

Seus resultados devem ser sempre correlacionados com história clínica, sintomas e outros exames complementares.

Altos títulos do fator reumatoide podem provocar resultados falso-positivos.

O anti-VCA IgM não deve ser utilizado de rotina como um procedimento de triagem na população geral.

Esse teste não deve ser usado com o propósito de se isolar ou identificar o vírus. Técnicas moleculares (ex.: PCR) podem ser utilizadas para esse fim.

Reagente: Mononucleose infecciosa aguda ou recente (< 6 meses).

    Não reagente:
  • Indivíduos sem contato prévio;
  • Infecção antiga (> 6 meses);
  • Mononucleose infecciosa aguda (fase inicial).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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