Eritropoetina
Definição: A eritropoetina (EPO) é um hormônio glicoproteico responsável pela regulação hormonal primária eritropoética na medula óssea, estimulando a diferenciação e proliferação das células precursoras eritroides.
Sinônimos: Eritropoietina; EPO; eritropoetina sérica.
A eritropoetina é produzida no fígado fetal durante a fase embrionária e, após o nascimento, passa a ser sintetizada predominantemente nos rins, notadamente pelas células intersticiais peritubulares.
Fisiologicamente, sensores de oxigênio nos rins respondem à pressão parcial de oxigênio no sangue. Dessa forma, uma baixa tensão de oxigênio tecidual (hipóxia) estimula a sua produção, induzindo a proliferação e diferenciação das células progenitoras eritropoéticas (BFU-E e CFU-E) na medula óssea.
Em contrapartida, altos níveis de oxigênio captados pelos sensores, grandes concentrações de hemoglobina e de eritrócitos, por exemplo, inibem a liberação de eritropoetina.
Do primeiro estágio (BFU-E) até a formação do eritrócito maduro, sob condições fisiológicas, leva-se aproximadamente de 18 a 21 dias.
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Indicações:
- Investigação de alguns tipos de anemias (ex.: origem obscura, insuficiência renal, outras doenças crônicas);
- Diagnóstico diferencial de policitemia primária (policitemia vera) e secundária (ex.: doença pulmonar, tabagismo, grandes altitudes);
- Identificar pacientes candidatos ao uso de EPO (ex.: insuficiência renal);
- Avaliar pacientes em uso de EPO que estejam apresentando uma resposta eritropoética inadequada;
- No contexto da medicina esportiva (ex.: doping ).
Como solicitar:
Eritropoetina.
- Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico. Coletar a amostra pela manhã;
- Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Centrifugar a amostra e armazenar sob refrigeração (2-8 o C) (figuras 1 e 2) ;
- Material: sangue;
- Volume recomendável: 1,0 mL.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa vermelha
Figura 2.
Tubo para soro - tampa amarela
Adultos:
4,1-19,5 miliunidades/mL.
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Crianças:
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3 semanas a 2 meses:
5,0-13,0 miliunidades/mL;
- 3 meses a 16 anos: 9,0-28,0 miliunidades/mL.
Observação!
Os valores de referência para a eritropoetina podem variar de acordo com o laboratório cínico e metodologia utilizada.
Autoanticorpos contra a EPO e contra a EPO recombinante são descritos, podendo ser determinados, caso necessário, em ensaios laboratoriais específicos.
Amostras hemolisadas podem prejudicar as determinações.
Populações que vivem em altas altitudes apresentam níveis de eritropoetina superiores em relação as que vivem ao nível do mar.
As concentrações de eritropoetina apresentam variação circadiana, sendo menores pela manhã e maiores à noite.
A presença de anticorpos heterófilos pode interferir nos resultados.
Em geral, os ensaios não são capazes de distinguir as concentrações séricas entre a eritropoetina endógena e a exógena.
As concentrações da eritropoetina podem apresentar variações significativas entre os diferentes kits diagnósticos e fabricantes. Dessa forma, para fins de comparação entre os resultados, é recomendado que o seu acompanhamento seja realizado utilizando a mesma plataforma analítica.
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Aumento:
- Anemia da talassemia;
- Anemia por deficiência de ferro;
- Anemia da aplasia/supressão medular;
- Anemia hemolítica;
- Policitemia secundária (ex.: doença pulmonar, altas altitudes, tumor produtor de EPO);
- Gravidez;
- Flebotomia;
- Altas concentrações de alguns hormônios (ex.: TSH , ACTH , GH );
- Angiotensina;
- Drogas (esteroides anabólicos, andrógenos, Epinefrina, Fenoterol, EPO exógena).
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Diminuição:
- Pós-transfusão;
- Policitemia vera;
- Nefrectomia bilateral;
- Anemia da insuficiência renal crônica e de outras doenças crônicas (ex.: HIV, artrite reumatoide);
- Drogas (Acetazolamida, Anfotericina B, Enalapril, Furosemida, Cisplatina, Teofilina, estrógenos).
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
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