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Fósforo - Sangue

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Definição: Possui papel importante na composição do esqueleto (cerca de 85% do fósforo do organismo, sob a forma de hidroxiapatita, é armazenado na matriz óssea), sendo também um constituinte essencial dos ácidos nucleicos, dos fosfolipídeos de membrana e das fosfoproteínas.

Sinônimos: Fosfato; Fosfatemia; Fosfato inorgânico; Fósforo inorgânico; P; PO 4 ; Fósforo sérico.

Do total corporal do fosfato, menos de 1% é encontrado no plasma na sua forma inorgânica, como ânions divalentes (HPO 4 2- ) e monovalentes (H 2 PO 4 - ). Cerca de 10% do fósforo na circulação é ligado a proteínas plasmáticas, 35% é complexado com outros íons (sódio , magnésio e cálcio ), e o restante (55%) é encontrado sob a forma livre.

O fósforo forma compostos como o trifosfato adenosina (ATP) e fosfato de nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NADP). Ele atua, por exemplo, na contratilidade muscular, nas funções neurológicas, no transporte de eletrólitos e como carregador do oxigênio pela hemoglobina.

Ele é filtrado livremente no glomérulo, sendo que cerca de 80% do fosfato filtrado é reabsorvido nos túbulos proximais (através de transporte passivo acoplado ao sódio → cotransporte Na-P). Dessa forma, a excreção do fósforo (e, por conseguinte, sua concentração sérica) é majoritariamente dependente da capacidade e regulação de sua reabsorção dos túbulos proximais.

Sua eliminação renal pode variar de acordo com a ingesta, idade, função renal, níveis de PTH (o paratormônio induz a eliminação do fosfato na urina, pela inibição do cotransporte Na-P). Para avaliar suas concentrações urinárias, a determinação do fósforo pode ser feita na urina de 24 horas e/ou em uma amostra isolada.

Os sinais e sintomas de hipofosfatemia incluem anorexia, tonturas, miopatia, disfagia, íleo paralítico, insuficiência respiratória e comprometimento da contratilidade cardíaca. Já na hiperfosfatemia não há nenhum sintoma direto resultante das altas concentrações (eles geralmente são causados pela hipocalcemia desencadeada), no entanto, quando mantida por períodos prolongados, o fosfato de cálcio pode se depositar em sítios anômalos.

    Indicações:
  • Avaliação de estados hiper ou hipofosfatêmicos;
  • Investigação e acompanhamento de nefrolitíase;
  • Avaliação do balanço cálcio/fósforo;
  • Diagnóstico e manejo de doenças da paratireoide, renais e/ou ósseas;
  • Avaliação de doenças osteometabólicas;
  • Investigação dos efeitos da vitamina D e do PTH.

Como solicitar: Fósforo - Sangue.

  • Orientações ao paciente: Amostra deverá ser colhida, preferencialmente, pela manhã, em jejum de 8 horas;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela): Centrifugar o tubo e manter o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha


Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela
  • Adultos: 2,8-4,5 mg/dL (0,89-1,44 mmol/L);
  • Crianças: 4,0-7,0 mg/dL (1,29-2,26 mmol/L).
    • Observação! Os valores de referência para o fósforo no sangue podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

Amostras acentuadamente hemolisadas podem elevar falsamente os resultados.

Contaminação com citrato, oxalato, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) pode prejudicar sua determinação.

Hipertrigliceridemia e bilirrubinemia podem gerar resultados espúrios.

O uso recente de enemas contendo fósforo em sua composição pode elevar falsamente seus níveis.

Alguns pacientes com hiperparatireoidismo podem apresentar concentrações de fósforo dentro dos limites da normalidade.

Apresenta variação circadiana, com níveis maiores à tarde e à noite.

De rotina, apenas o fósforo inorgânico é medido pelas metodologias tradicionais.

Para uma melhor interpretação dos seus resultados, os níveis de fósforo devem ser correlacionados com os dados clínicos do paciente e resultados de outros exames no sangue (ex.: PTH, cálcio , vitamina D ) e na urina (ex.: fósforo na urina de 24 horas ).

As concentrações séricas de fósforo possuem um ritmo circadiano bifásico, apresentando níveis mais baixos pela manhã, com um pico sérico no final da tarde e, outro pico (maior que o primeiro), no final da noite.

    Aumento:
  • Insuficiência renal aguda ou crônica;
  • Ingestão aumentada;
  • Hipoparatireoidismo;
  • Hipocalcemia;
  • Desidratação;
  • Hipovolemia;
  • Pseudo-hipoparatireoidismo;
  • Acromegalia;
  • Exercícios físicos;
  • Rabdomiólise;
  • Hemólise intravascular;
  • Leucemia;
  • Linfoma;
  • Terapia citotóxica;
  • Osteoporose;
  • Hipervitaminose D;
  • Diabetes mellitus descompensado;
  • Mieloma múltiplo;
  • Metástases ósseas.
    Diminuição:
  • Alcoolismo;
  • Desnutrição;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Uso crônico de antiácidos;
  • Hipovitaminose D;
  • Osteomalácia;
  • Raquitismo;
  • Alimentação parenteral prolongada;
  • Hiperparatireoidismos primário e secundário;
  • Síndrome de Fanconi;
  • Hemodiálise;
  • Alcalose respiratória aguda com sepse;
  • Intoxicação por salicilatos;
  • Coma hepático;
  • Recuperação de cetoacidose diabética;
  • Realimentação de pacientes desnutridos;
  • Diuréticos;
  • Uso de glico e mineralocorticoides;
  • Determinados tipos de leucemias e linfomas;
  • Tratamento para cetoacidose diabética.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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