'
Definição:
É uma glicoproteína com aproximadamente 330 kDa de massa molecular, pertencente à via comum da coagulação (assim como os Fatores I,
II
e X
), que desempenha papel fundamental na homeostase sanguínea.
Sinônimos: Fator V; Fator 5; FV; Proacelerina; Fator Lábil; Fator V da Coagulação (atividade); Fator V da Coagulação - Plasma; Fator V da Coagulação - Sangue.
É um fator da coagulação não dependente da vitamina K,
que apresenta síntese no fígado e nas plaquetas/megacariócito, apresentando meia-vida plasmática de cerca de 12-36 horas.
O Fator V age como um cofator na ativação do Fator II (protrombina)
pelo Fator X ativado (Xa)
. Ele sofre clivagem proteolítica pela proteína C
ativada (a mutação no Fator V de Leiden
faz com que haja resistência a essa clivagem pela proteína C
ativada).
Embora raras, há tanto deficiências adquiridas do Fator V (associadas a, por exemplo, hepatopatias, fibrinólise, doenças mieloproliferativas) quanto congênitas, sendo que estas últimas ainda podem se dar em conjunto com a deficiência do Fator VIII.
Como solicitar:
Fator V da Coagulação.
Figura 1.
Tubo para soro - tampa azul clara.
Ilustração:
Caio Lima
50-150%.
Observação!
Os valores de referência para o Fator V da coagulação podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.
Amostras coaguladas, hemolisadas, ictéricas ou lipêmicas podem prejudicar sua determinação.
O Fator V apresenta baixa estabilidade, sendo muito sensível a inadequações de coleta, temperatura, transporte e armazenamento (fase pré-analítica).
Seus resultados devem ser correlacionados com o quadro clínico e outros exames complementares. Se necessário, o exame deverá ser repetido para confirmação.
A presença de plaquetas no plasma pode levar a resultados espúrios, e, dessa forma, a dupla centrifugação da amostra é importante para evitar a contaminação do plasma com plaquetas.
Contaminação com heparina pode causar resultados falsamente baixos.
A atividade do Fator V em pacientes com o Fator V de Leiden é, geralmente, dentro dos limites da normalidade.
Aumento: Não se aplica.
Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).
Franchini M, Focosi D. Clinical, Laboratory, and Molecular Aspects of Factor V Deficiency. Semin Thromb Hemost. 2024 Aug 27.
Gangadaran N, Sekar MD, Rangarajan V, et al. Rare Coagulopathies in Hematologic Spotlight: Isolated Factor V Deficiency and Combined Factor V and VIII Deficiency. Int J Appl Basic Med Res. 2024 Apr-Jun; 14(2):142-146.
Ichinose A, Osaki T, Souri M. Erratum: A Review of Coagulation Abnormalities of Autoimmune Acquired Factor V Deficiency with a Focus on Japan. Semin Thromb Hemost. 2022 Mar; 48(2):e1.
Vetri D, Lumera G, Tarascio S, et al. A Case of Acquired Factor V Deficiency in Patient with Bleeding. TH Open. 2020 Apr 20; 4(2):e77-e79.
Pagana KD, Pagana TJ, Pagana TN. Mosby’s Diagnostic & Laboratory Test Reference. 14th ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2019.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro, RJ: Atheneu; 2019.
McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
Hamedani AG, Cole JW, Cheng Y, et al. Factor V leiden and ischemic stroke risk: the Genetics of Early Onset Stroke (GEOS) study. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2013 May; 22(4):419-23.
Williamson MA, Snyder LM, Wallach JB. Wallach's interpretation of diagnostic tests. 9th ed. Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins Health: Philadelphia; 2011.
Lippi G, Favaloro EJ, Montagnana M, et al. Inherited and acquired factor V deficiency. Blood Coagul Fibrinolysis. 2011 Apr; 22(3):160-6.
Asselta R, Peyvandi F. Factor V deficiency. Semin Thromb Hemost. 2009; 35(4):382-389.
Jacobs DS, Demott WR, Oxley DK, eds. Jacobs & demott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp Inc.; 2001.