' Fator X da Coagulação - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Fator X da Coagulação

Voltar

Definição: É um fator da coagulação vitamina K dependente (assim como os fatores II, VII e IX ), que inicia a via comum da coagulação.

Sinônimos: Fator X; Fator 10; Fator 10 da Coagulação; Fator Stuart-Prower.

O fator X apresenta síntese hepática, com uma meia-vida plasmática de aproximadamente 34 a 40 horas.

Pela via intrínseca, ele é ativado pelo fator IX ativado na presença do fator VIII ativado como um cofator. Já pela via extrínseca, é ativado pelo complexo FT/VIIa.

Uma vez ativado, o fator Xa converte o fator II (protrombina) no fator IIa (trombina), reação na qual exige o fator V como um cofator.

    Indicações:
  • Investigação de pacientes com TAP/INR alargado isoladamente, ou TAP/INR e TTPa alargados em conjunto, sem outra causa definida;
  • Diagnóstico de deficiência hereditária (rara) ou adquirida do fator X;
  • Auxiliar na monitorização laboratorial dos efeitos dos novos anticoagulantes orais inibidores diretos do fator Xa (ex.: Rivaroxabana, Apixabana e Edoxabana).

Como solicitar: Fator X da Coagulação.

  • Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico. Informar medicações em uso;
  • Tubo para plasma (tampa azul-clara — citrato de sódio a 3,2%).
    • Coletar logo após o tubo sem aditivo ou hemocultura (se houver), e antes dos outros na ordem de coleta;
    • Proceder uma inversão do tubo por 4 vezes, delicadamente;
    • Respeitar a proporção sangue/anticoagulante (9:1);
    • Após a centrifugação da amostra, aliquotar o plasma em um tubo de ensaio de plástico;
    • Esse plasma então deverá ser novamente centrifugado e, após esse segundo procedimento, aliquotado em outro tubo de plástico para transporte. Armazenar essa alíquota (plasma pobre em plaquetas — PPP) congelada (-20 °C);
      • Observação! Entrar em contato com o Laboratório Clínico para informações específicas sobre centrifugação, armazenamento e envio da amostra, já que elas podem apresentar algumas variações entre as instituições.
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 2,0 mL.

45 a 155%.

  • Os valores de referência para o fator X da coagulação podem variar de acordo com o Laboratório Clínico e a metodologia utilizada;
  • Recém-nascidos e lactentes podem apresentar, durante os primeiros meses de vida, níveis menores em comparação aos de adultos.

Amostras coaguladas, hemolisadas, ictéricas ou lipêmicas podem prejudicar a sua determinação.

O fator X possui baixa estabilidade, sendo muito sensível a inadequações de coleta, temperatura, transporte e armazenamento (fase pré-analítica).

Uma contaminação com heparina pode diminuir falsamente os resultados.

Seus resultados devem ser correlacionados com o quadro clínico e outros exames complementares. Se necessário, o exame deverá ser repetido para confirmação.

    Aumento:
  • Gravidez;
  • Drogas (contraceptivos orais).
    Diminuição:
  • Deficiência hereditária (rara);
  • Hepatopatias;
  • Amiloidose;
  • Leucemia;
  • Mieloma múltiplo;
  • Outras doenças neoplásicas;
  • Coagulação intravascular disseminada;
  • Pneumonia por Mycoplasma ;
  • Deficiência de vitamina K;
  • Queimaduras graves em crianças;
  • Presença de anticoagulante lúpico;
  • Drogas (antagonistas da vitamina K, novos anticoagulantes orais inibidores diretos do fator Xa).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Brenner B, et al. Vitamin K-dependent coagulation factors deficiency. Semin Thromb Hemost. 2009; 35(4):439-446.

Jacobs DS, Demott WR, Oxley DK. Jacobs & demott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp, Inc, 2001.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.

McPherson RA, Pincus MR. Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier, 2017.

Menegatti M, Peyvandi F. Factor X deficiency. Semin Thromb Hemost 2009; 35(4):407-415.

Pagana KD, Pagana TJ, Pagana TN. Mosby’s Diagnostic & Laboratory Test Reference. 14th ed. St. Louis, MO: Elsevier, 2019.

Peyvandi F, et al. Diagnosis, therapeutic advances, and key recommendations for the management of factor X deficiency. Blood Rev. 2021; 50:100833.

Prchal JT, Lichtman M, Kaushansky K, et al. Williams Hematology. 8th ed. New York: McGraw-Hill, 2010.

Schwartz RA, Gascon P. Factor X. [Internet]. Medscape. New York, NY: Medscape. (Accessed on September 30, 2022).

Williamson MA, Snyder LM, Wallach JB. Wallach's interpretation of diagnostic tests. 9th ed. Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins Health: Philadelphia, 2011.