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Fosfatase Ácida Prostática

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Definição: É uma isoenzima da fosfatase ácida total, codificada por um gene específico, sendo considerada o primeiro marcador tumoral descrito. Essa fração é uma proteína secretória produzida majoritariamente pelo tecido da próstata (apresenta altas concentrações no líquido seminal), representando cerca de 50% da concentração da fosfatase ácida total sérica nos homens.

Sinônimos: Fosfatase prostática; Fosfatase ácida – fração prostática; Fosfatase ácida – isoenzima prostática; ACP; FAP; PAP; PAcP; Fosfatase ácida prostática sérica; Fosfatase ácida prostática - Sangue.

A fosfatase ácida total é composta por algumas isoenzimas, as quais são secretadas por células de vários órgãos e sistemas (ex.: próstata, pulmão, baço, ossos, leucócitos, hemácias, plaquetas), apresentando alguma especificidade tecidual.

A função biológica da fração prostática parece ser baseada em sua participação na catálise de algumas reações no metabolismo e na motilidade dos espermatozoides.

A variação sérica dia a dia da fração prostática é de 30%, podendo chegar a 100% em alguns pacientes com carcinoma prostático. Apresenta um valor preditivo positivo (VPP), para o diagnóstico dessa neoplasia, < 5%.

Sua fração prostática apresenta meia-vida de 1-3 horas. A atividade da fosfatase ácida prostática é inibida pelo tartarato.

Quando a fosfatase ácida total é submetida a uma separação eletroforética, a isoenzima prostática é evidenciada na primeira banda da corrida (fração 1).

Embora, no passado, a fosfatase ácida total tenha sido muito utilizada como marcador tumoral para o câncer de próstata, sua determinação, nas últimas décadas, vem caindo em desuso. Ela foi substituída, principalmente, pela dosagem do antígeno prostático específico total e livre (PSAT/L).

    Indicações:
  • Auxílio ao diagnóstico, progressão, monitoramento da resposta ao tratamento e prognóstico de afecções prostáticas, notadamente no adenocarcionoma de próstata;
  • Utilizada em outros materiais biológicos, no contexto da medicina legal, por exemplo, para indicar a presença de sêmen na secreção vaginal em casos suspeitos de estupro.

Como solicitar: Fosfatase ácida prostática.

  • Orientações ao paciente: A coleta deve ser realizada preferencialmente pela manhã, em jejum de 8 horas;
  • Tubo para soro com gel separador (tampa vermelha/amarela). Logo após a centrifugação do material, aliquotar a amostra, adicionar 30 microlitros de Ácido acético a 0,8 M para cada 1,0 mL de soro e refrigerar em seguida (2-8 °C). Recomenda-se evitar a coleta em pacientes submetidos à manipulação prostática recente (toque retal, biópsia, massagem prostática, etc.);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela - Ilustração: Caio Lima.
  • Homens: 0,2-3,5 unidades/L;
  • Mulheres: 0,0-0,8 unidade/L.

Observação! Os valores de referência para a fosfatase ácida prostática podem variar de acordo com idade, sexo, condições hormonais (mulheres), laboratório clínico e metodologia utilizada.

  • Lipemia, hemólise, hiperbilirrubinemia (> 2,0 mg/dL);
  • A fosfatase ácida prostática é instável no pH plasmático normal, devendo a amostra ser acidificada, a fim de prevenir a diminuição de sua atividade;
  • Valores normais podem ser encontrados nas fases iniciais do câncer de próstata;
  • Seu uso não é recomendado para o screening do adenocarcinoma de próstata, adicionando muito pouca informação com relação ao antígeno prostático específico total e livre (PSAT/L);
  • Recomenda-se evitar a coleta em pacientes submetidos à manipulação prostática recente (toque retal, biópsia, massagem prostática, etc), sob o risco de falsas elevações;
  • A presença de anticorpos heterófilos na amostra, em algumas metodologias, pode interferir nas suas determinações;
  • Seu valor preditivo positivo (VPP) para o diagnóstico de câncer de próstata é < 5%;
  • A fosfatase ácida prostática apresenta considerável variabilidade biológica interindividual, limitando, assim, sua utilidade no acompanhamento da evolução ou recorrência do câncer prostático;
  • Sua dosagem não substitui o antígeno prostático específico total e livre (PSAT/L) e do toque retal no diagnóstico e monitoramento do adenocarcinoma de próstata.
    Aumento:
  • Adenocarcinoma de próstata;
  • Metástase óssea do adenocarcinoma de próstata;
  • Hipertrofia prostática benigna;
  • Infarto prostático;
  • Prostatite;
  • Manipulação prostática;
  • Leucemia mielocítica;
  • Doença de Gaucher;
  • Retenção urinária.
    Diminuição:
  • Resposta positiva aos tratamentos de afecções da próstata.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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