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Fosfatase Alcalina (FA)

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Definição: O termo fosfatase alcalina (FA) inclui um grupo de enzimas que catalisam a hidrólise do fosfato em um pH alcalino, no processo de desfosforilação. Está presente nas células de diferentes tecidos, com cerca de 80-90% de sua atividade se originando no fígado e nos ossos e, em menores proporções, nos rins, no intestino, na placenta e nos leucócitos (LAP).

Sinônimos: FA; ALP; Fosfatase Alcalina Total; Fosfatase Alcalina Sérica; Fosfatase Alcalina Plasmática.

A fosfatase alcalina é uma enzima que está localizada nas membranas celulares de diversos tecidos. Apresenta uma série de isoenzimas com heterogeneidade molecular intertecidual.

Sua função ainda não está bem estabelecida, porém, acredita-se que possa estar relacionada com os processos de calcificação e de transporte intestinal de cálcio e lipídeos.

A isoenzima hepática da fosfatase alcalina tem meia-vida de 3 dias e reflete primariamente a lesão canalicular. Apresenta um aumento gradual nas atividades plasmáticas após uma obstrução dos canalículos, sendo diretamente proporcional ao grau de obstrução.

Geralmente, suas concentrações elevam-se em maiores proporções nas obstruções extra-hepáticas, quando comparadas com as intra-hepáticas. Em se tratando de lesões canaliculares, a FA é ligeiramente menos sensível, porém, apresenta maior especificidade que a gama-GT (GGT).

Exceto em pacientes que apresentem colestase intra-hepática recorrente benigna ou colestase intra-hepática familiar progressiva (concentrações de GGT dentro dos limites da normalidade), as elevações dos níveis séricos de FA são acompanhadas por aumentos da GGT.

Por sua vez, a isoenzima óssea da fosfatase alcalina é predominante em crianças e adolescentes, refletindo a alta atividade osteoblástica e o crescimento ósseo acelerado característico dessa faixa etária.

Quando elevadas, as concentrações séricas totais da fosfatase alcalina refletem, predominantemente, suas atividades hepática e/ou óssea.

    Indicações:
  • Especialmente útil no auxílio do diagnóstico de icterícia obstrutiva, colestase intra e extra-hepática;
  • Avaliação, em conjunto com outros biomarcadores, da função hepática;
  • Em patologias ou metástases ósseas e/ou hepáticas.

Como solicitar: Fosfatase Alcalina.

  • Orientações ao paciente: idealmente, jejum de 8 horas;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Após a coleta, aguardar a devida retração do coágulo e centrifugar a amostra. Manter o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha


Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela

Adultos: 50-120 unidades/L.

    Observações:
  • As concentrações em crianças e adolescentes são 2-3x maiores que nos adultos;
  • Na gestação, os níveis são cerca de 2x maiores;
  • Na pós-puberdade, a maior fração da FA é de origem hepática;
  • Os valores de referência para FA podem variar com idade, sexo, gravidez, laboratório clínico e metodologia utilizada.

Um valor normal de FA não exclui, de maneira definitiva, a possibilidade de doença hepática.

Amostras acentuadamente hemolisadas podem prejudicar sua determinação.

    Aumento:
  • Afecções canaliculares;
  • Hepatite alcoólica;
  • Hepatites virais agudas ou crônicas;
  • Alcoolismo;
  • Doença hepática gordurosa não alcoólica;
  • Cirrose;
  • Cirrose biliar primária;
  • Carcinoma hepático ou pancreático;
  • Colangite;
  • Doenças hepáticas infiltrativas/granulomatosas (ex.: sarcoidose, amiloidose, leucemias, linfoma);
  • Mieloma múltiplo;
  • Síndrome de Fanconi;
  • Hipertireoidismo;
  • Mononucleose infecciosa;
  • Hiperparatireoidismo;
  • Hiperfosfatemia;
  • Pseudo-hiperparatireoidismo;
  • Hipervitaminose D;
  • Crescimento ósseo fisiológico;
  • Osteomalacia;
  • Raquitismo;
  • Fraturas;
  • Acromegalia;
  • Sarcoma;
  • Metástases ósseas;
  • Doença de Paget;
  • Gravidez (especialmente no 3º trimestre);
  • Drogas (aminoglicosídeos, Isoniazida, Eritromicina, Lítio, Amiodarona, anticonvulsivantes, Ácido acetilsalicílico, Levotiroxina, hipoglicemiantes orais, anticoncepcionais orais, alfa-asfotase).
    Diminuição:
  • Hipotireoidismo;
  • Hipofosfatemia;
  • Desnutrição;
  • Drogas (Alendronato, Clofibrato, uso de estrogênio simples ou combinado com androgênios).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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