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Glicose - Jejum

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Definição: É um carboidrato monossacarídeo, de fórmula molecular C 6 H 12 O 6 . A glicose é uma molécula polar e insolúvel na membrana plasmática, sendo a principal e preferencial fonte de energia celular.

Sinônimos: Glicemia de jejum; Glucose de jejum; C 6 H 12 O 6 - Jejum; Glicemia sérica - Jejum; Glicose de jejum - Sangue; Glicose em jejum calórico.

A glicose é de importância vital, já que todas as células do nosso organismo necessitam dela (em maior ou menor grau) para desempenhar suas funções fisiológicas satisfatoriamente.

    Indicações:
  • Diagnóstico de diabetes mellitus e de pré-diabetes;
  • Triagem, diagnóstico e seguimento do tratamento de pacientes com disglicemias;
  • Diagnóstico e tratamento de algumas doenças metabólicas (ex.: desidratação, acidose, cetose, coma).

Como solicitar: Glicose de jejum.

  • Orientações ao paciente: Jejum obrigatório de 8-14 horas. Em caso de recém-nascidos e crianças, o preparo do paciente deve ser feito conforme orientação médica. Informar medicamentos em uso e, no caso de mulheres, se está grávida;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela), de preferência com gel separador, ou tubo para plasma fluoretado (tampa cinza): Aguardar a devida retração do coágulo, centrifugar a amostra em até 2 horas (após a coleta nos tubos para soro) ou em até 3 horas (nos tubos com estabilizadores - fluoreto de sódio) e armazenar o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendado: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima.


Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima.
Texto alternativo para a imagem Figura 3. Tubo para plasma fluoretado - tampa cinza. Ilustração: Caio Lima.

Glicemia de jejum normal (normoglicemia): De 70 mg/dL a 99 mg/dL.

Glicemia de jejum alterada (pré-diabetes ou risco aumentado para diabetes mellitus ): De 100 mg/dL a 125 mg/dL.

Diabetes estabelecido: ≥ 126 mg/dL em pelo menos duas oportunidades, ou ≥ 200 mg/dL de forma randômica (aleatória), associado a sintomas inequívocos de hiperglicemia (ex.: poliúria, polidipsia, perda de peso) independentemente de jejum.

    Gestantes (glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal):
  • Normoglicemia: < 92 mg/dL. Deverá ser reavaliada no segundo trimestre (24-28 semanas), realizando o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) com 75 g de glicose anidra;
  • Diabetes mellitus gestacional (DMG): ≥ 92 mg/dL a 125 mg/dL; *
  • Diabetes mellitus diagnosticado na gestação ("overt diabetes"): ≥ 126 mg/dL. *

* Os resultados deverão ser confirmados em outro momento, em dias diferentes, com uma segunda dosagem da glicemia em jejum.

O tempo de jejum influencia nos resultados, devendo-se, dessa maneira, respeitar o intervalo entre 8-14 horas de jejum.

Após a coleta do sangue, a glicose é metabolizada pelos elementos celulares no interior do tubo, o que pode levar a uma redução de suas concentrações de cerca de 10% por hora.

Seus valores de referência foram estabelecidos em pacientes sob jejum de 8-14 horas.

Hemólise, leucocitose e glicólise (devido ao armazenamento inadequado ou demora demasiada na separação do soro/plasma da parte celular do sangue), são causas possíveis de falsas reduções dos níveis séricos de glicose.

    Aumento: [cms-watermark]
  • Diabetes mellitus;
  • Pós-alimentação;
  • Pancreatite;
  • Estresse;
  • Síndrome de Cushing;
  • Trauma;
  • Hipertireoidismo;
  • Convulsão;
  • Feocromocitoma;
  • Infecções agudas;
  • IAM;
  • Acromegalia;
  • Glucagonoma;
  • Hepatopatia grave;
  • Infusão venosa de glicose em curso ou recente;
  • Drogas (alguns diuréticos, betabloqueadores, glicocorticoides, estrógenos, Ácido nicotínico, Atropina, anticonvulsivantes, Ácido ascórbico, Ácido acetilsalicílico, Adrenalina, Dopamina, Indometacina, Rifampicina, anticoncepcionais orais, Tiabendazol, dentre outros). [cms-watermark]
    Diminuição: [cms-watermark]
  • Insulinoma;
  • Álcool;
  • Hipotireoidismo;
  • Hipopituitarismo;
  • Desnutrição;
  • Insuficiência adrenal (doença de Addison);
  • Tumores extrapancreáticos (ex.: fibromas, hepatomas, mesoteliomas, sarcomas);
  • Desnutrição;
  • Galactosemia;
  • Intolerância hereditária a frutose;
  • Síndrome de má-absorção;
  • Deficiência de Glucagon;
  • Anticorpos anti-insulina;
  • Hepatopatia grave;
  • Drogas (hipoglicemiantes, esteroides anabolizantes, anti-histamínicos, bloqueadores beta-adrenérgicos, inibidores da MAO, Levodopa, Acetaminofeno, Ácido acetilsalicílico, Quinina, Haloperidol, dentre outros). [cms-watermark]

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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