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Herpes Simples I e II IgG

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Definição: São anticorpos da classe IgG dirigidos contra o vírus causador da herpes simples.

Sinônimos: Herpes Simples I e II; Herpes Simplex I e II IgG; HSV 1 e 2 IgG; Sorologia para HSV IgG; Herpes Simples I e II - Anticorpos IgG; Anticorpos anti-herpes simples I e II IgG; Herpes Simples I e II - IgG Ab; Herpes Simples I e II - Soro; Herpes Simples I e II - Sangue.

O vírus da herpes simples pertence à família Herpesviridae , de abrangência universal, que tem duas cepas: o sorotipo 1 (HSV1) e o sorotipo 2 (HSV2).

Apesar de guardarem muitas semelhanças biológicas e moleculares entre si, os sorotipos apresentam algumas diferenças quanto à epidemiologia, ao quadro clínico e ao perfil antigênico.

Usualmente, o HSV1 é transmitido pela saliva, geralmente infectando a pele e as mucosas da região facial. Já o HSV2 é transmitido pela via sexual, gerando lesões mucocutâneas na região genital.

Após a infecção primária, ambos podem migrar para gânglios sensoriais da região, onde permanecem em estágio latente por tempo indefinido. Após determinados estímulos (ex.: imunossupressão), podem se reativar ao migrarem pelos axônios nervosos, gerando novas lesões em alguns casos.

As infecções recorrentes por um dos subtipos, após a infecção primária pelo outro, são usuais. Importância especial nesses quadros recorrentes de reativação se dá em pacientes imunocomprometidos, que podem ter uma evolução grave.

Os anticorpos IgG anti-herpes simples I e II alcançam níveis detectáveis de 2-3 semanas após a infecção primária, atingindo pico entre 4-8 semanas. Em seguida, suas concentrações decaem, podendo permanecer detectáveis (em baixos títulos) indeterminadamente.

Na suspeita diagnóstica, recomendam-se determinações séricas com 2 semanas de intervalo, a fim de se avaliar um aumento de 2 a 4 vezes da titulação inicial, confirmando, assim, o diagnóstico.

Os anticorpos IgG maternos são capazes de atravessar a barreira placentária, podendo ser encontrados em recém-nascidos saudáveis.

Outros exames laboratoriais também estão disponíveis para auxiliar o raciocínio clínico-diagnóstico da infecção pelo vírus da herpes, como os anticorpos IgM, a pesquisa de anticorpos por western blot , a detecção direta do antígeno, os testes moleculares (PCR) e de isolamento viral.

    Indicações:
  • Triagem no pré-natal;
  • Determinação de exposição prévia;
  • Triagem em transplantes de órgãos;
  • Auxílio na avaliação da infecção primária aguda e da infecção recorrente.

Como solicitar: Herpes simples I e II IgG.

  • Orientações ao paciente: N ão é necessário nenhum preparo específico;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Aguardar a completa retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos e manter a amostra sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: S angue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

  • Observação! Os pontos de corte dos títulos de anticorpos anti-herpes simples I e II IgG podem variar de acordo com o laboratório clínico e a metodologia utilizada.
  • Reações cruzadas entre os sorotipos;
  • Amostras acentuadamente hemolisadas, ictéricas e/ou lipêmicas podem interferir nos resultados;
  • A presença de anticorpos IgG não permite distinguir uma infecção atual da pregressa, exceto quando se detecta aumento nos títulos entre duas dosagens com um intervalo de 2 a 3 semanas;
  • Resultados falso-negativos e falso-positivos podem ocorrer;
  • O uso de medicações antivirais pode interferir na resposta sorológica;
  • Este tipo de teste não deve ser utilizado, isoladamente, para o auxílio diagnóstico da infecção aguda/recente;
  • Sua positividade não significa imunidade contra o vírus;
  • Os anticorpos IgG maternos são capazes de atravessar a barreira placentária, podendo ser encontrados no sangue de recém-nascidos saudáveis;
  • Amostras coletadas muito precocemente, na fase inicial da doença, podem ser negativas. Em casos suspeitos, uma nova amostra deve ser coletada em 2 a 3 semanas, a fim de se avaliar a soroconversão;
  • Alguns métodos/ kits diagnósticos conseguem detectar os anticorpos contra glicoproteínas específicas (glicoproteína gG1 e gG2 do HSV1 e HSV2, respectivamente), distinguindo, assim, os sorotipos. Entretanto, outros testes não são tipo-específicos e, dessa forma, não são capazes de diferenciá-los;
  • Métodos sorológicos não distinguem infecções genitais de não genitais;
  • Um resultado negativo não afasta a possibilidade de infecção aguda primária.
    Reagente:
  • Indivíduos expostos previamente;
  • Infecção aguda primária (> 2 semanas);
  • Infecção recorrente.
    Não reagente:
  • Indivíduos não expostos;
  • Infecção aguda primária (< 2 semanas).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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