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Hormônio Antimülleriano (AMH)

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Definição: É um hormônio glicoproteico dimérico, pertencente à família do fator de crescimento transformador beta (TGF-β).

Sinônimos: AMH; Antimülleriano; Anti-mülleriano; Substância Inibidora Mülleriana (MIS); Hormônio Inibidor Mülleriano (MIH); Fator Inibidor Mülleriano (MIF); Hormônio Antimülleriano Sérico; Hormônio Antimülleriano - Sangue.

O hormônio antimülleriano (AMH) é secretado, nos homens, pelas células de Sertoli dos testículos, e, nas mulheres, pelas células da granulosa ovariana.

Está envolvido em diversas atividades ligadas à diferenciação e ao crescimento celular, como nos diferentes estágios da folicogênese e seus efeitos neuroendócrinos subjacentes.

Nas mulheres, o hormônio antimülleriano é considerado um marcador de reserva ovariana, predizendo o sucesso/resposta do estímulo hormonal ovariano na terapia de reprodução assistida.

Apresenta pico de concentração sérica após a puberdade, e, com o passar dos anos, ocorre declínio gradual de seus níveis, eventualmente se tornando indetectável na menopausa.

Suas concentrações apresentam relativa estabilidade durante o todas as fases do ciclo menstrual, apresentando assim vantagens em relação a outros biomarcadores de reserva ovariana, cujos níveis flutuam ao longo do ciclo.

    Indicações:
  • Avaliação da função/reserva ovariana, como parte da investigação de infertilidade e assistência à reprodução assistida;
  • Avaliação da função testicular, desordens do desenvolvimento sexual, de genitália ambígua e hermafroditismo em crianças;
  • Marcador tumoral de neoplasiasdas células da granulosa ovariana produtoras de hormônio antimülleriano;
  • Avaliação de menopausa, incluindo falência ovariana prematura;
  • Auxílio na investigação da síndrome dos ovários policísticos (PCOS).

Como solicitar: Hormônio Antimülleriano (AMH).

  • Orientações ao paciente: não é necessário nenhum preparo específico. A biotina (vitamina B7) pode interferir em algumas metodologias. Sugere-se, a critério médico, que seu uso seja suspenso nas 72 horas que antecedem a coleta;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Aguardar a completa retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos e manter a amostra sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela. Ilustração: Caio Lima
    Homens:
  • < 2 anos: 18-283 nanogramas/mL;
  • 2 a 12 anos: 8,9-109 nanogramas/mL;
  • > 12 anos: < 13 nanogramas/mL.
    Mulheres:
  • < 3 anos: 0,11-4,2 nanogramas/mL;
  • 3 a 6 anos: 0,21-4,9 nanogramas/mL;
  • 7 a 11 anos: 0,36-5,9 nanogramas/mL;
  • 12 a 14 anos: 0,49-6,9 nanogramas/mL;
  • 15 a 19 anos: 0,62-7,8 nanogramas/mL;
  • 20 a 24 anos: 1,2-12 nanogramas/mL;
  • 25 a 29 anos: 0,89-9,9 nanogramas/mL;
  • 30 a 34 anos: 0,58-8,1 nanogramas/mL;
  • 35 a 39 anos: 0,15-7,5 nanogramas/mL;
  • 40 a 44 anos: 0,03-5,5 nanogramas/mL;
  • 45 a 50 anos: < 2,6 nanogramas/mL;
  • 51 a 55 anos: < 0,88 nanograma/mL;
  • > 55 anos: < 0,03 nanograma/mL.

Observação! Os valores de referência para o hormônio antimülleriano podem variar de acordo com o sexo, idade, o laboratório clínico e a metodologia utilizada.

Os ensaios para a detecção do hormônio antimülleriano não são padronizados/harmonizados. Dessa maneira, resultados obtidos em diferentes plataformas analíticas e kits diagnósticos podem não ser comparados entre si.

Amostras acentuadamente hemolisadas ou ictéricas podem prejudicar sua determinação laboratorial.

Seus resultados não devem ser utilizados como uma evidência definitiva da presença ou ausência de malignidade, quando utilizado como marcador tumoral.

A biotina (vitamina B7) pode interferir em algumas metodologias. Sugere-se, a critério médico, que seu uso seja suspenso nas 72 horas que antecedem a coleta.

Seus resultados devem ser correlacionados com história clínica, exame físico e dados de outros exames complementares.

A presença de anticorpos heterófilos na amostra pode interferir nos resultados.

    Aumento:
  • Síndrome do ovário policístico (PCOS);
  • Tumores ovarianos das células da granulosa;
  • Recidiva de tumores ovarianos das células da granulosa, após tratamento específico;
  • Recidiva de câncer de próstata, após tratamento específico;
  • Puberdade tardia.
    Diminuição:
  • Menopausa;
  • Falência ovariana prematura;
  • Puberdade precoce; anorquia;
  • Síndrome de Klinefelter (pós-puberdade);
  • Hipogonadismo hipogonadotrófico congênito;
  • Mutações no gene do hormônio antimülleriano ou em seus receptores específicos;
  • Síndrome da persistência do ducto mülleriano (SPDM).

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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