' Imunoglobulina E (IgE) - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

Imunoglobulina E (IgE)

Voltar

Definição: A imunoglubulina E (IgE) é um tipo de anticorpo pertencente a uma das cinco classes de imunoglobulinas, sendo a segunda em menor concentração sérica (a IgD está presente em menores níveis).

Sinônimos: IgE; Ig E; Imunoglubulina classe E; Imunoglubulina do tipo E; IgE quantitativo; IgE total; IgE sérica; IgE - Sangue.

Os linfócitos B expressam certos receptores em sua superfície celular, que pertencem à família das imunoglobulinas. São, via de regra, proteínas compostas por duas cadeias leves (kappa ou lambda), ligadas a duas pesadas (mü, gama, alfa, delta ou épsilon).

As cadeias pesadas apresentam composição de aminoácidos constantes a dado tipo de imunoglobulina, que caracterizam as distintas classes encontradas no organismo. No caso da IgE, a cadeia pesada que a define é a do tipo épsilon.

A IgE apresenta capacidade de ligar-se aos tecidos dérmicos, dando início a alguns processos da reação alérgica/hipersensibilidade imediata.

Assim como as outras imunoglobulinas, é produzida por meio de estimulação antigênica, ligando-se aos basófilos e mastócitos.

À semelhança da IgA, a IgE é produzida, principalmente, nos revestimentos dos tratos intestinal e respiratório, sendo considerada uma imunoglobulina secretora.

Em indivíduos com aumento da suscetibilidade às infecções, a deficiência da IgE, geralmente, está associada à deficiência da IgA.

A IgE não tem capacidade de fixar o complemento, além de não conseguir atravessar a barreira placentária. Apresenta meia-vida sérica curta de, aproximadamente, 2 dias.

    Indicações:
  • Avaliação e seguimento de doenças atópicas;
  • Investigação de doenças parasitárias (especialmente helmintoses);
  • Identificação de pacientes candidatos à terapia com Omalizumabe (anti-IgE);
  • Avaliação de imunodeficiências primárias;
  • Auxílio diagnóstico à aspergilose broncopulmonar alérgica;
  • Investigação de gamopatias monoclonais.

Como solicitar: Imunoglobulina E ou IgE.

  • Orientações ao paciente: Não é necessário preparo específico. Se o método utilizado for por radioimunoensaio, o uso recente de radioisótopos deve ser evitado;
  • Tubo para soro (tampa vermelha/amarela). Aguardar a retração do coágulo, centrifugar o tubo por 15 minutos, e armazenar o material sob refrigeração (2-8 o C);
  • Material: Sangue;
  • Volume recomendável: 1,0 mL.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Tubo para soro - tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Tubo para soro - tampa amarela . Ilustração: Caio Lima
Idade Concentração (quilounidades/L)
Recém-nascido Até 2,3
1-11 meses Até 8,6
1-3 anos Até 24,0
4-6 anos Até 30,0
7-10 anos Até 116,0
> 10 anos Até 140,0

Observação! Os valores de referência para a IgE podem variar de acordo com idade, laboratório clínico e metodologia utilizada.

Se o método utilizado for por radioimunoensaio, o uso recente de radioisótopos deve ser evitado.

Um valor aumentado de IgE deve ser interpretado à luz de contexto clínico, história familiar, potencial exposição a alérgenos, idade, sexo, entre outros.

Os níveis de IgE encontrados na circulação podem variar conforme quantidade de alérgenos diferentes a que o indivíduo eventualmente foi exposto.

Um resultado normal não exclui a possibilidade de doença alérgica. Em situações na qual há grande probabilidade de doença alérgica, a avaliação de IgEs específicas pode auxiliar.

    Aumento:
  • Dermatite atópica;
  • Mieloma múltiplo por IgE;
  • Síndrome de hiper-IgE e infecções recorrentes;
  • Síndrome de Wiskott-Aldrich;
  • Doença de Hodgkin;
  • Aspergilose broncopulmonar alérgica;
  • Penfigoide;
  • Infecções;
  • Parasitoses (helmintos);
  • Hanseníase;
  • Imunodeficiências primárias;
  • AIDS;
  • Síndrome de Buckley;
  • Rinite alérgica;
  • Asma alérgica;
  • Alveolite alérgica extrínseca;
  • Malignidades;
  • Fibrose cística;
  • Aspergiloma;
  • Alergia a medicamentos;
  • Hepatopatia grave;
  • Urticária alérgica;
  • Doença de Kawasaki;
  • Doenças inflamatórias;
  • Periarterite nodosa.
    Diminuição:
  • Ataxia-telangiectasia;
  • Hipogamaglobulinemia ligada ao sexo;
  • Hipogamaglobulinemia congênita;
  • Hipogamaglobulinemia adquirida;
  • Deficiência de IgE;
  • Leucemias;
  • Mieloma múltiplo;
  • Deficiência de IgA. [cms-watermark]

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Gracci S, Novelli T, D'Elios S, et al. Hyper IgE Syndromes. Curr Pediatr Rev. 2024; 20(3):253-264.

Chuang KW, Hsu CY, Huang SW, et al. Association Between Serum Total IgE Levels and Clinical Response to Omalizumab for Chronic Spontaneous Urticaria: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Allergy Clin Immunol Pract. 2023 Aug;11(8):2382-2389.e3.

Wang J, Yang Y, Cao J, et al. Total serum immunoglobulin E (IgE) as an effective predictor for identifying allergic asthma in childhood asthma. Allergy Asthma Proc. 2023 Jul 1; 44(4):252-257.

Kanaan S, Garcia MAT, Xavier AR, eds. Bioquímica Clínica. 3a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2022.

Ansotegui IJ, Melioli G, Canonica GW, et al. IgE allergy diagnostics and other relevant tests in allergy, a World Allergy Organization position paper. World Allergy Organ J. 2020; 13(2):100080.

Eckl-Dorna J, Villazala-Merino S, Campion NJ, et al. Tracing IgE-Producing Cells in Allergic Patients. Cells. 2019 Aug 28; 8(9):994.

Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. Rio de Janeiro: Atheneu, 2019.

McPherson RA, Pincus MR, eds. Henry's clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis: Elsevier, 2017.

Bernstein IL, Li JT, Bernstein DI, et al. Allergy diagnostic testing: An updated practice parameter. Ann Allergy Asthma Immunol. 2008 Mar; 100(3 Suppl 3):S1-S148.

Jacobs DS, DeMeet WR, Oxley DK, eds. Jacobs & DeMott laboratory test handbook with key word index. 5th ed. Hudson: Lexi-Comp Inc., 2001.

Kyle RA, Katzmann JA. Immunochemical characterization of immunoglobulins. In: Rose NR, de Macario EC, Folds JD, et al. (eds). Manual of clinical laboratory Immunology. 5th ed. ASM Press; 1997. p. 156-176.