' LF-LAM - Amostra Isolada de Urina - Prescrição
Conteúdo copiado com sucesso!

LF-LAM - Amostra Isolada de Urina

Voltar

Definição: O LF-LAM, ou teste de fluxo lateral para detecção de lipoarabinomanano na urina (do inglês l ateral flow urine lipoarabinomannan assay ), é um exame rápido imunocromatográfico qualitativo de fluxo lateral, utilizado para auxiliar no diagnóstico de tuberculose (TB) ativa em pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (PVHIV)/a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Sinônimos: Teste de Fluxo Lateral para Detecção de Lipoarabinomanano - Urina; Teste Rápido de Fluxo Lateral para Detecção de Lipoarabinomanano - Urina; TB LAM Ag - Urina; TB LAM - Urina.

Caracterizado pela primeira vez em 1980 como um potencial marcador de TB ativa, o lipoarabinomanano micobacteriano (LAM) é uma glicoproteína de 17,5 kDa, específica e abundantemente presente na parede celular das micobactérias.

O LAM é um antígeno que é liberado por micobactérias metabolicamente ativas ou em degradação, sendo filtrado e excretado pela via renal.

O LF-LAM é um teste rápido que utiliza anticorpos policlonais que capturam moléculas do antígeno-alvo, no caso o antígeno LAM na urina, evidenciando-o sob a forma de bandas (linhas).

Apesar de não ser um teste quantitativo, a intensidade com que a banda aparece está, geralmente, relacionada com a concentração de LAM na urina.

A sensibilidade e especificidade combinadas do LF-LAM em pacientes coinfectados por HIV + TB com limiares de linfócitos T CD4+ ≤ 100 células/mm³ é de, aproximadamente, 55,4% e 87%, respectivamente.

Sua sensibilidade parece ser maior justamente nos pacientes mais comprometidos, notadamente nos indivíduos com baixa contagem de linfócitos T CD4+.

O LF-LAM tem a vantagem de utilizar um material biológico de fácil obtenção e armazenamento, ter baixo custo e rápida execução, além de apresentar um risco menor de infecção associado à coleta e ao exame de escarro.

Ele também pode ser utilizado em locais afastados dos grandes centros, sem necessidade de grande infraestrutura laboratorial ou de profissionais altamente especializados para sua execução.

    Indicações:
  • Auxiliar no rastreamento e no diagnóstico de TB ativa em PVHIV, em nível ambulatorial ou hospitalar.

Como solicitar: LF-LAM - Amostra Isolada de Urina.

  • Orientações ao paciente:
    • Lavar as mãos e realizar assepsia da região genital com água e sabão. Em seguida, secar a área;
    • Coletar a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato e reservando o jato médio (meio) da urina;
  • Frasco de coleta: frasco estéril próprio para urina com tampa de rosca. Idealmente testar amostras frescas, logo após sua obtenção. Caso haja impossibilidade da execução do teste de maneira imediata, a urina pode ser conservada por até 8 horas em temperatura ambiente ou até 3 dias sob refrigeração (2 a 8°C). Se mantidas refrigeradas, as amostras devem ser retiradas da geladeira até alcançar a temperatura ambiente antes da execução do teste;
  • Material: urina (amostra isolada);
  • Volume recomendável: 5 mL;
    • Observação! O teste em si utiliza apenas cerca de 60 microlitros de urina.
Texto alternativo para a imagem Figura 1. Pote pequeno para urina com tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima
Texto alternativo para a imagem Figura 2. Pote sem tampa para urina + tubo com tampa vermelha. Ilustração: Caio Lima

Não reagente.

Observação! O modo de execução, leitura e interpretação dos resultados pode variar de acordo com o kit diagnóstico utilizado.

Baixas concentrações urinárias de LAM, que estejam próximas do limite de detecção do teste, podem ser difíceis de interpretar.

Resultados falso-positivos e falso-negativos (principalmente) podem ocorrer.

Esse teste não deve ser realizado de rotina, para rastreamento e diagnóstico de TB na população geral, por conta de sua sensibilidade subótima nesses pacientes.

Resultados indeterminados podem ocorrer, o que é uma característica do método.

O resultado, estabelecido pela visualização e comparação da intensidade da reação de certas bandas, é interpretado a olho nu, o que pode variar de acordo com a perspectiva do profissional executante.

Esse teste não foi desenvolvido e não é capaz de detectar uma eventual resistência aos medicamentos do esquema de tratamento da TB.

Reagente: TB ativa.

Não reagente: Indivíduos saudáveis.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

Mangu C, Cossa M, Ndege R, et al. TB-CAPT Consortium. Expanding Xpert MTB/RIF Ultra® and LF-LAM testing for diagnosis of tuberculosis among HIV-positive adults admitted to hospitals in Tanzania and Mozambique: a randomized controlled trial (the EXULTANT trial). BMC Infect Dis. 2024; 24(1):831.

Acharya S, Deshpande P, Asirvatham ES, et al. Utility of the lateral flow urine lipoarabinomannan tuberculosis assay in patients with advanced HIV disease at antiretroviral therapy centres in Mumbai, India. PLoS One. 2022; 17(9):e0273970.

Kraef C, Yedilbayev A, Seguy N, et al. Uptake of the lateral flow urine LAM test in Europe and Central Asia. Int J Tuberc Lung Dis. 2022; 26(9):835-41.

CONITEC. Relatório de Recomendação. Teste lipoarabinomanano de fluxo lateral na urina (LFLAM) para rastreamento e diagnóstico de tuberculose ativa em pessoas suspeitas vivendo com HIV/AIDS. Brasília, DF: Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde; 2021.

Ricks S, Denkinger CM, Schumacher SG, et al. The potential impact of urine-LAM diagnostics on tuberculosis incidence and mortality: a modelling analysis. PLoS Med. 2020; 17(12):e1003466.

Global Laboratory Initiative (GLI). Practical implementation of lateral flow urine lipoarabinomannan assay (LF-LAM) for detection of active tuberculosis in people living with HIV. Geneva: GLI, 2021.

World Health Organization (WHO). Lateral flow urine lipoarabinomannan assay (LF-LAM) for the diagnosis of active tuberculosis in people living with HIV. Policy update 2019. Geneva: WHO; 2019.