Definição:
Exame complementar que tem por finalidade o estudo da propulsão esofágica, sua relação com os esfíncteres esofagianos superior e inferior e contrações da faringe por meio de medidas das pressões intraluminais. Com o advento da manometria de alta resolução, tem sido cada vez menos empregada na prática clínica.
Sinônimos:
Esofagomanometria, manometria esofagiana, manometria do esôfago.
Manometria esofagiana.
Avaliação de disfagia de condução de causa obscura, após realização de endoscopia digestiva (ex.: acalasia idiopática, megaesôfago chagásico);
Avaliação de disfagia orofaríngea;
Avaliação de dor torácica não cardíaca (ex.: espasmo esofagiano difuso, esôfago em quebra-nozes);
Avaliação de acometimento esofágico por colagenoses (ex.: esclerose sistêmica, doença mista do tecido conjuntivo);
Localização do esfíncter esofagiano inferior para posicionamento de sonda de pHmetria;
Pré-operatório de fundoplicatura.
Passagem da sonda com sensores de pressão:
Com o paciente assentado, aplica-se gel anestésico na narina que estiver mais desobstruída e pede-se que o paciente inspire o gel, com o objetivo de anestesiar o trajeto a ser percorrido pela sonda;
Lubrifica-se a extremidade da sonda com pequena quantidade de gel anestésico e introduz-se na narina anestesiada lentamente, com a ponta angulada para baixo. Quando o paciente sentir a sonda na parte posterior da faringe, a mesma deve ser deglutida. Uma vez no interior do esôfago, a sonda deve ser introduzida até que os sensores de pressão estejam no interior do estômago;
O paciente é, então, colocado em decúbito dorsal horizontal. Faz-se a calibração do sistema, considerando-se zero a pressão intragástrica (linha de base);
A sonda é tracionada lenta e gradativamente, em intervalos de 0,5-1 cm, para localização do esfíncter esofagiano inferior, através de avaliação manométrica;
Para avaliação do corpo do esôfago, continua-se tracionando a sonda, até que a pressão caia abaixo da pressão basal do estômago. Nesse momento, devem ser realizadas 10 deglutições úmidas (5 mL cada), com intervalo de 30 segundos entre elas;
Por fim, é avaliado o esfíncter esofagiano superior e faringe.
O exame é composto de quatro etapas:
Calibração do equipamento.
Orientação e preparo do paciente:
O exame é realizado com paciente acordado, após jejum de 6-12 horas, na dependência da afecção esofágica a ser estudada (períodos de jejum mais prolongado podem ser necessários);
Medicações que possam alterar o funcionamento do esôfago devem ser suspensas, pelo menos, 48 horas antes do exame (nitratos, bloqueadores de canal de cálcio, anticolinérgicos, procinéticos e sedativos).
Passagem da sonda com sensores de pressão.
Avaliação manométrica do esfíncter esofagiano inferior, corpo esofágico, esfíncter esofagiano superior e faringe.
Complicações:
Desconforto nasal; náuseas e vômitos; perfuração esofágica.
Esfíncter esofagiano inferior: extensão, localização, pressão de repouso e relaxamento na deglutição;
Corpo do esôfago: presença de peristaltismo, característica da onda peristáltica (morfologia, amplitude, velocidade de propagação da onda e duração);
Esfíncter esofagiano superior e faringe: pressão basal do esfíncter superior, análise da contração faríngea e coordenação entre a contração faríngea e o relaxamento do esfíncter.
Autor(a) principal:
Guilherme Grossi Lopes Cançado (Gastroenterologia e Hepatologia).
Nasi A, et al. Avaliação funcional do esôfago - manometria e pH-metria esofágicas. São Paulo: Roca; 2001.
Holloway RH. Esophageal ultrasonography: A new view on esophageal motility. Am J Gastroenterol. 2007; 102(1):146-8.
Pandolfino JE, et al. AGA technical review on the clinical use of esophageal manometry. Gastroenterol. 2005; 128:209-224.