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Microalbuminúria - Amostra Isolada

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Definição: Pode indicar a presença de pequenas quantidades de albumina na urina, em níveis acima dos valores fisiológicos. A albumina é dosada em uma amostra isolada de urina ( spot ), corrigida pela creatinina urinária.

Sinônimos: Albumina/creatinina em amostra isolada; Razão albumina/creatinina em amostra isolada; Relação albumina/creatinina em amostra isolada; Albumina/creatinina em urina spot ; Microalbuminúria em urina spot ; Microalbuminúria em amostra isolada; RAC - amostra isolada.

A microalbuminúria não é uma substância propriamente dita, mas sim um nome dado a uma determinada faixa de concentração de albumina na urina (30 a 300 mg/g creatinina).

A albumina é a principal proteína plasmática, cuja produção é exclusivamente hepática. Devido ao seu baixo peso molecular, ela é uma das primeiras proteínas que podem ser observadas na urina quando há algum grau, mesmo que inicial, de lesão renal.

Já a creatinina é uma substância que é formada a partir da degradação da creatina. Em condições fisiológicas, de maneira espontânea, a creatina perde água, formando a creatinina.

Ela é excretada na urina de maneira quase uniforme e constante na urina [livremente filtrada nos glomérulos, não sendo reabsorvida (em condições normais), apresentando uma pequena secreção tubular proximal.

Devido a essa característica, a creatinina é frequentemente utilizada como um fator de correção em amostras isoladas de urina.

Em razão da alta sensibilidade analítica do teste, a albumina pode ser detectada mesmo em níveis mínimos, em concentrações abaixo dos limites de detecção das tiras reagentes de urina tradicionais.

Quando presente, mesmo em baixos níveis, possui grande importância clínica e prognóstica, especialmente, mas não exclusivamente, em pacientes diabéticos.

A microalbuminúria é considerada um marcador precoce de lesão glomerular, indicando um dano renal inicial, porém potencialmente controlável, retardável e, em alguns casos, reversível.

Ela também pode ser dosada em amostras de urina coletadas em 12 horas ou em 24 horas.

    Indicações:
  • Triagem, acompanhamento, avaliação da resposta ao tratamento e prognóstico de lesão renal, notadamente em pacientes diabéticos;
  • Avaliar a concentração de albumina urinária corrigida pela creatinina urinária.

Como solicitar: Relação albumina/creatinina - amostra isolada de urina.

  • Orientações ao paciente:
    • Lavar as mãos e realizar assepsia da região genital com água e sabão. Secar em seguida;
    • Colher preferencialmente a primeira urina da manhã ou com intervalo de, no mínimo, 2 horas entre as micções, desprezando o primeiro jato, e colhendo o jato médio (meio) da urina, sem interromper o fluxo urinário;
    • Levar o material ao laboratório em, no máximo, 2 horas após a coleta, conservada sob refrigeração.
  • Frasco de coleta: f rasco próprio para urina com tampa;
  • Material: urina (amostra isolada);
  • Volume recomendável: 10,0 mL.
  • Normal: Inferior a 30 mg/g creatinina;
  • Microalbuminúria: 30 a 299 mg/g creatinina;
  • Macroalbuminúria: Igual ou superior a 300 mg/g creatinina.

A relação entre glicemia e microalbuminúria pode não ser linear.

Existe uma variação diurna da creatinina, diminuindo sua excreção de 30-50% à noite.

Exercícios, febre, inflamação/infecção, hematúria, menstruação, infecção do trato urinário, gravidez e proteinúria postural benigna podem aumentar a excreção de albumina.

Valores de microalbuminúria podem ser falsamente baixos na presença de altos níveis de proteinúria (devido ao efeito “gancho”).

O uso de Dipirona pode interferir nas dosagens de creatinina em algumas metodologias.

Devido à variabilidade biológica, um resultado anormal deve ser confirmado em uma nova amostra de urina de 24 horas (exame mais acurado).

Bilirrubinas, em altas concentrações, podem reduzir a creatinina em algumas metodologias.

    Aumento:
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Insuficiência cardíaca congestiva;
  • Insuf pericardite constritiva;
  • Trombose de veias renais;
  • Síndrome nefrótica;
  • Síndrome nefrítica;
  • Malária;
  • Gravidez/toxemia;
  • Metais pesados (ouro, mercúrio);
  • Neoplasias;
  • Amiloidose;
  • Anemia falciforme;
  • Síndrome antifosfolipídica primária;
  • Rejeição de enxerto renal;
  • Drogas (Penicilamida);
  • Nefroesclerose;
  • Mieloma múltiplo;
  • Nefrolitíase;
  • Pielonefrite crônica;
  • Nefrite intersticial crônica;
  • Doença policística;
  • Doenças tubulares renais.
    Diminuição/estabilização:
  • Mudança do estilo de vida;
  • Tratamento adequado e eficaz.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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