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Microalbuminúria - Urina de 24 Horas

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Definição: Pode i ndicar a presença de pequenas quantidades de albumina na urina de 24 horas, em níveis acima dos valores fisiológicos.

Sinônimos: Microalbuminúria em urina de 24 horas; Albuminúria - urina de 24 horas; Albumina - urina de 24 horas.

A “microalbuminúria” não é uma substância propriamente dita, mas sim um nome dado a uma determinada faixa de concentração de albumina na urina (30-300 mg/24 horas).

A albumina é a principal proteína plasmática, cuja produção é exclusivamente hepática. Devido ao seu baixo peso molecular, ela é uma das primeiras proteínas que podem ser observadas na urina quando há algum grau, mesmo que inicial, de lesão renal.

Em razão da alta sensibilidade analítica do teste, a albumina pode ser detectada mesmo em níveis mínimos, em concentrações abaixo dos limites de detecção das tiras reagentes de urina tradicionais.

Ela é dosada em uma amostra de urina de 24 horas (ou, alternativamente, na urina de 12 horas noturna). Quando presente, mesmo em baixos níveis, possui grande importância clínica e prognóstica, especialmente em pacientes diabéticos.

A “microalbuminúria” é considerada um marcador precoce de lesão glomerular, indicando um dano renal inicial, porém potencialmente controlável, retardável e, em alguns casos, reversível.

Ela também pode ser quantificada em amostras isoladas de urina ( spot ), com correção pela creatinina urinária. Entretanto, sua determinação na urina de 24 horas é a forma mais acurada de avaliação da “microalbuminúria”.

    Indicações:
  • Triagem, acompanhamento, avaliação da resposta ao tratamento e prognóstico de lesão renal, notadamente em pacientes diabéticos;
  • Confirmação de resultados alterados da microalbuminúria em uma amostra isolada de urina.

Como solicitar: Microalbuminúria - Urina de 24 horas.

  • Orientações ao paciente:
    • Manter rotina e hidratação diária habitual, abstendo-se de praticar exercícios físicos;
    • No início do período da colheita, esvaziar a bexiga, desprezando essa micção, e anotar o horário;
    • Após esse procedimento, coletar toda a urina produzida no frasco coletor, sem conservante, fornecido pelo laboratório;
    • Há a necessidade de manter a urina sob refrigeração desde o início da coleta;
    • No fim do período, exatamente na hora em que ele foi iniciado no dia anterior, coletar essa última micção no frasco;
    • Em seguida, levar ao laboratório, que deverá medir e informar no resultado do exame, o volume urinário total coletado.
  • Frasco coletor: deve ser apropriado para a coleta de urina de 24 horas, sem conservante;
  • Material: urina de 24 horas;
  • Volume recomendável: não há um volume recomendável preestabelecido para a urina de 24 horas, devendo apenas ser devidamente coletada e armazenada. Aliquotar 20 mL do volume total para a análise.
  • Normal: Inferior a 30 mg/24 horas;
  • “Microalbuminúria”: 30 a 299 mg/24 horas;
  • “Macroalbuminúria”: Igual ou superior a 300 mg/24 horas.

A coleta inadequada do volume total da urina de 24 horas pode alterar os resultados.

A relação entre glicemia e microalbuminúria pode não ser linear.

Existe uma variação diurna da creatinina, diminuindo sua excreção de 30-50% à noite (atentar para amostras de urina de 12 horas).

Exercícios, febre, inflamação/infecção, hematúria, menstruação, infecção do trato urinário, gravidez e proteinúria postural benigna podem aumentar a excreção de albumina.

Valores de “microalbuminúria” podem ser falsamente baixos na presença de altos níveis de proteinúria (devido ao efeito “gancho”).

    Aumento:
  • Diabetes;
  • Hipertensão;
  • Pré-eclâmpsia;
  • Lúpus eritematoso sistêmico;
  • Insuficiência cardíaca congestiva;
  • Insuficiência renal;
  • Pericardite constritiva;
  • Trombose de veias renais;
  • Síndrome nefrótica;
  • Síndrome nefrítica;
  • Malária;
  • Gravidez/toxemia;
  • Metais pesados (ouro, mercúrio);
  • Neoplasias;
  • Amiloidose;
  • Anemia falciforme;
  • Síndrome antifosfolipídica primária;
  • Rejeição de enxerto renal;
  • Drogas (penicilamida);
  • Nefroesclerose;
  • Mieloma múltiplo;
  • Nefrolitíase;
  • Pielonefrite crônica;
  • Nefrite intersticial crônica;
  • Doença policística;
  • Doenças tubulares renais.
    Diminuição/estabilização:
  • Mudança do estilo de vida;
  • Tratamento adequado e eficaz.

Autoria principal: Pedro Serrão Morales (Patologia Clínica e Medicina Laboratorial).

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